Filipe II dá ordens (1574) para que se contrate Lopo de Almeida, ''neto do Conde de Abrantes'' por sugestão de Juan de Borja, seu Embaixador em Lisboa. O diplomata era filho de S.Francisco de Borja, um dos fundadores dos jesuítas e também encarregado de várias missões secretas para preparar a anexação de Portugal. Lopo agirá diligentemente nesse sentido até 1580 e será entre outras coisas, capelão de Filipe II.
A ''inclíta geração da nobreza portuguesa'' passava a rimar com traição....
pub in Francisco de Zabalburu e José Sancho Rayon, Nuevos Documentos Inéditos para la História de España y de Sus Índias, Tomo I, 1892
A instâncias do banqueiro e intelectual judeu, Isaac Abravanel, os embaixadores lusos junto do Papa Sisto IV, Lopo de Almeida, conde abrantino e o doutor João Teixeira levam uma carta do banqueiro luso a outro financeiro e mecenas hebraico , Jehiel de Pisa
Levam-lhe ainda as obras de Abravanel, manuscritos preciosos e um escravo preto que o financeiro português oferece ao italiano.
O texto da Enciclopédia está errado na identificação do outro embaixador, era o doutor João Teixeira. (1)
Serve isto para explicar as excelentes relações dos altos dignitários da corte com a elite judaica europeia.
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(1)Isaac Abravanel: Letters Ed Cedric Cohen Skalli, Walter de Gruyter, Berlim 2007)
Entrada do Imperador Romano Frederico III e da Infanta D.Leonor em Roma por Giovanni di Ser Giovanni Guidi.
A irmã de D.Afonso V vai casar-se com o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
Na comitiva está provavelmente Lopo de Almeida, que era um dos diplomatas lusos que acompanhava a futura Imperatriz dos Romanos.
devida vénia a Natalie Anderson, in Medievalist, The Woman around an Emperador : Eleonore of Portugal
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Qual era o gosto em matéria pintura dos Almeidas?
Era Lopo de gostos renascentistas ou estava preso a modelos medievais?
Que mestres contratavam?
Que modelos pictóricos preferiam?
Que mecenato fizeram?
Pouca coisa há sobre isto, mas este quadro adianta-nos algo.
É o Tríptico do Salvador, oferecido por Lopo de Almeida a sua filha D.Catarina, quando professou no Convento de Jesus, em Aveiro, em 1488. (1)
Diz a ficha do Museu dessa Cidade, onde está:
''O Salvador – painel central
São Simão – painel/volante direito
São Judas Tadeu – painel/volante esquerdo
1488-1500
Oficina de Coimbra, Vicente Gil (?)
Óleo e têmpera sobre madeira''
É um dos grandes Museus lusos, que deve ser visitado.....
mn
devida vénia ao Museu para a imagem
(1) Paula Filipa Freire Cardoso, A iluminura de Maria de Ataíde e Isabel Luís no Mosteiro de Jesus de Aveiro (c. 1465 – 1500), Tese na Faculdade de Letras, 2013
Doña Leonor Mendoza de Almeida y el furor uterino en A secreto agravio,
secreta venganza de Pedro Calderón de la Barca
A, Robert Lauer
University of Oklahoma
Um estudo sobre uma sátira de Calderón, onde Lopo de Almeida, falso cornudo, mata a mulher inocente por causa das dúvidas. E para defender a ''honra lusitana''
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Pretès retrat del Rei Pere IV de Catalunya a la taula central del Retaule del Conestable, de Jaume Huguet | |
Nom original | Peter von Aragón |
---|---|
Rei d'Aragó![]() | |
Comte de Barcelona![]() | |
Gran Mestre de l'Orde d'Avís![]() | |
1444 – 1466 | |
Dades biogràfiques | |
Naixement | 1429 Portugal |
Mort | 30 de juny de 1466 (36/37 anys) Granollers |
Sepultura | Santa Maria del Mar |
Religió | Catolicisme |
Activitat professional | |
Ocupació | Polític i escriptor |
Dades familiars | |
Dinastia | Dinastia Avís |
Pares | Pere de Portugal i Elisabet d'Urgell i d'Aragó |
Germans | |
![]() |
Pere V d'Aragó, IV de Barcelona, III de València, dit el Conestable de Portugal (1429 - Granollers, 1466), proclamat rei d'Aragó i comte de Barcelona (1464-1466) per la Generalitat durant la Guerra Civil catalana contra el rei Joan II, després d'haver-l'hi ofert a Enric IV de Castella.
Fill de Pere de Portugal, duc de Coïmbra i regent
Pere V d'Aragó, IV de Barcelona, III de València, dit el Conestable de Portugal (1429 - Granollers, 1466), proclamat rei d'Aragó i comte de Barcelona (1464-1466) per la Generalitat durant la Guerra Civil catalana contra el rei Joan II, després d'haver-l'hi ofert a Enric IV de Castell
(wikipedia)
O pai dele apodreceu em Santa Maria do Castelo, guardado por Lopo de Almeida, era o derrotado em Alfarrobeira, o Infante D.Pedro
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Temos poucos estudos sobre a roupa que vestiam os nobres no século XV e ainda menos sobre as despesas sumptuárias em relação ao vestuário dos Condes de Abrantes.
Entre outras missões que obrigaram Lopo de Almeida a andar bem-vestido , D.Afonso V mandou-o numa missão diplomática a Itália, para acompanhar a irmã, D.Leonor, que se ia casar com o Imperador.
Este magnífico estudo da dr.Joana Sequeira dá-nos alguns dados sobre a seda italiana que comprou Lopo.
Isto é para ler com calma.
Não me recordo que o Doutor Candeias nos tivesse elucidado sobre as despesas em moda italiana do perfeito cortesão que foi Lopo.
A drª Joana Sequeira estava a fazer o doutoramento estudando os arquivos da Casa italiana Salviatti-Cole e as suas exportações para Portugal, onde o Rei D.Afonso era dos melhores clientes.
Mas dos principais clientes só 10 são nobres, quem compra mais são os grandes financeiros e mercadores judeus.
Ao Rei e aos judeus os italianos vendem a crédito, ao Lopo e aos nobres, alguns da Casa Real, os italianos exigem o pagamento a pronto.
ma
Acontece que Lopo de Almeida não era filho de D.João de Almeida. O pai dele era o rico-homem Diogo Álvares de Almeida. Será uma ''bizarrice'' mas é o que as genealogias medievais e os escritos das chancelarias régias recolhem. Já agora o avô de Lopo, era Fernando Álvares de Almeida, diz El-Rei D.João I
in Monumenta Henricina
mn
Álvaro Ascenso foi alcaide de Abrantes e era um homem de Lopo de Almeida.Viveu entre 1450-1470. Apesar de uma longa lista de crimes chegou ao Conselho Régio, sinal que um delinquente primário pode chegar a altos voos, ao gozar do favor dos poderosos.
Foi condenado várias vezes por crimes que hoje seriam de corrupção activa, por deixar fugir presos do Castelo (que foi assaltado por um grupo de facínoras que libertaram os presos à sua guarda) e ainda '' "que dava favor a alguuns homes de que eram dadas querellas e asy outros omiziados e mallfeitores que amdavom polia villa e terra e que os nom queria premder e que comia e bebya com elles e que hya a sua cassa délies e elles vinham aa sua delle e que também trazia pollo [castello] pressos soltos e os leixava hiir dormir aa sua cassa délies e se tornavom aa prisam quando quiriam". (1)
Mas o seu crime mais glorioso era a chantagem exercida sobre as amásias da padralhada, presumivelmente os clérigos das colegiadas de S.João e S.Vicente e outros. Prendia-as e em troca de chantagem, isentava-as das penas estipuladas nas Ordenações do Reino.
'' "e que tamto que era comtente das penas delias se decia da acusaçam e por bem dello ficavom livres dos degredos e penas que polia hordenaçom deviam aveer".''. (2)
O Prof. Doutor Luís Miguel Duarte, da Universidade do Porto, assinou uma brilhante obra,'''Justiça e Criminalidade no Portugal Medievo (1459-1481)'', Porto, 1993, onde o Ascenso é retratado.
As citações são do 2º volume. A informação é de lá retirada. Com a devida vénia.
Não fazemos comentários aos génios da historiografia subsidiada, que não deram por um corrupto do século XV, antecessor dos vadios (e vadias) que em Abrantes se corrompem agora.
ma
(1) e (2) obra citada, páginas 342-343
D. Afonso V ''perdoa a justiça régia a João Fernandes, dito galego, criado de Diogo de Almeida, morador nas Pereiras, termo de Tomar, acusado da morte de Luís Fernandes, alfaiate, morador na ilha da Madeira, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram em Castela, e mediante o perdão das partes.''
Era o tempo em que Afonso V tinha Lopo de Almeida, como valido
Sucedem-se gestos de favor aos Almeidas, muitos deles relacionados com contrabando para Castela
Anotam-se alguns
Em 1444, a 10 de Novembro, por documento passado em Tentugal.... ''D. Afonso V nomeia Fernão Gonçalves Serra, morador na vila do Crato, para o cargo de juíz dos órfãos e inquiridor dos feitos cíveis e crimes na dita vila, a pedido de Lopo de Almeida, cavaleiro da casa régia, em substituição de Rui Martins, que estava no reino de Castela.''
Mas havia Almeidas de sangue hebreu, também tiveram favor do Rei....
Em 30 de Abril de 1440, el Rei Afonso ''perdoa a Mousem de Almeida, judeu, morador na cidade de Coimbra, por deixar fugir Boyno de Liam, judeu, morador na dita cidade, preso por ter chamado renegada a Salam, judia, e que morrera nessa condição, pelo que fora condenado a ser açoitado e fugira para Castela, tendo pago 2.000 reais brancos para a Piedade, na sequência do perdão geral outorgado..'' O perdão foi passado em Santarém.
Houve hebreus com menos sorte e o Lopo, valido régio, aproveitou-se, por instrumento passado em 3-2-1456, em Évora ''doa a Lopo de Almeida, conselheiro régio, vedor da Fazenda régia, todos os bens que pertenceram a Salomão Pinto, genro de mestre Judas, e a Salomão Navarro, judeus, mercadores, moradores na cidade de Évora, por terem entrado no reino com panos de Castela pela comarca de Entre-Tejo-e-Odiana, sem deles dar conhecimento às autoridades..''
Também os mouros não escaparam à cupidez de Lopo. Era 28 de Fevereiro de 1468, ''D. Afonso V doa a Lopo de Almeida, conselheiro régio, vedor da Fazenda régia, todos os bens móveis e de raiz que pertenceram a Armeiro Castelão, mouro, morador que foi na vila de Santarém, que os perdera por ter partido para o reino de Granada.'' O instrumento público foi passado em Santarém''.
mn
entre aspas-datos retirados da base de dados do Cepese sobre relações luso-castelhanas na Idade Média
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