Em 1965, Luandino Vieira arrebatava o Grande Prémio de Novela da SPE (Sociedade Portuguesa de Escritores). Estava no Tarrafal, campo da morte reaberto pelo fascista e PMI (Pequeno e Médio Intelectual) Adriano Moreira, desde 1961, condenado a 14 anos de cadeia por ser oposicionista.
A horda fascista começou a uivar, assaltaram à moda dos nazis a SPN, as forças vivas (a sociedade civil) da metrópole e ilhas adjacentes e colónias desatou a apoiar o Doutor Salazar, a Santa Madre Igreja participou no linchamento do escritor e do júri, com inédito furor cristão, e assim por diante.
A Pide multiplicou as prisões, entre elas a do quase abrantino ALFREDO JORGE DE MACEDO BOBELA DA MOTTA,
Quem foram os canalhas cá da terra, mais dos concelhos vizinhos que incensaram a decisão de liquidar a SPN e de perseguir um escritor?
Tenho alguns nomes, provavelmente arraia miúda. O fascista Firmino mandou um telegrama ao Ministro do Interior espumando de indignação
No Sardoal, outro bravo que não resistiu
'' «Indignação geral da vila de Sardoal pela traição da Sociedade de Escritores. Exige-se castigo dos traidores. a) Arménio Monteiro.»'' . Este mandou 3 telegramas.
No pinhal, os mestre-escola fizeram o mesmo designadamente em ''Proença-a-Nova, da Sertã e de Vila de Rei''.
Mas, mais vergonhosa que esta atitude, foi a do Presidente da Fundação Gulbenkian, o ex-oposicionista liberal Azeredo Perdigão, que se portou como um cobarde, agindo assim para proteger o tacho vitalício.
Encontro entre os telegramas, nomes de sonoros ''intelectuais'' que enchiam a pança em Luanda e que depois, cá na Metrópole, ocuparam cargos políticos e mandarinatos intelectuais após a descolonização.
Estou a ver o nome dum mulato cabo-verdiano, que de chefe de posto chegou a catedrático em Lisboa, seguindo a Escola colonialista do Moreira e que vi, a última vez, disfarçado de branco, na campanha do Freitas.
As citações e o essencial da informação são retiradas desta tese:
que convém ler para saber o que foi a pouca-vergonha e o linchamento e como se portou o Azeredo Perdigão. Do Conselho de Administração da F.Gulbenkian fazia parte o Ferrer Correia, que não se demitiu, depois desta palhaçada do ex-liberal Perdigão.
Na obra citada há bastantes referências a Alfredo Bobela da Motta, certamente comunizante e membro do MPLA.
O Pai dele era este
Augusto Bobela da Mota, fidalgo dos Telheiros, Governador Geral da Índia, oficial da Armada, e abrantino.
O filho, importante escritor angolano lá passou um calvário na PIDE-DGS.
ma
PS-Ouvi um idoso bramar pela rádio oficiosa contra os blogues por promoverem a atribuição duma medalha ao Dr.Eurico Consciência. Acontece que o Autor dessa proposta foi o Sr.Dr. José Amaral, Ilustre Advogado desta terra, em carta entregue por ele na Secretaria da Câmara, reproduzida em vários fóruns e que naturalmente a imprensa vendida foi incapaz de reproduzir. Foi publicada no face, no Médio-Tejo Digital, e em vários blogues.
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