Pormenor do Manifesto da Candidatura Conservadora às autárquicas de 1918, onde se reúnem católicos como Guilherme Moura Neves, ex-regeneradores como o farmacêutico tramagalense Motta Ferraz (o vereador regenerador que trouxera a luz eléctrica), os históricos do PRP Manuel João da Rosa (1º Presidente da CMA em 1910), Ramiro Guedes, sidonistas, etc.
Estão naturalmente ausentes os integralistas de Henrique Silva Martins, que já andavam a conspirar com o Valente dos democráticos.
O bloco conservador está na origem do futuro Grupo de Manuel Fernandes
Sociológicamente há grandes lavradores (Rosa, Moura Neves, Burguete, Soares Mendes), grandes comerciantes (José Pedro Marques, histórico do PRP), médicos (Guedes e Oliveira). Alguns tinham tido cargos autárquicos regeneradores e outros tinham andado no P. Evolucionista (Guedes, fora o líder...)
Há um grande ausente: Solano de Abreu ou o velho monárquico progressista ainda se recusava a alinhar com regeneradores ou com os republicanos que o tinham saneado....da CMA em 1910....
ma
Em 1 de Setembro de 1907, pronunciou a feminista Maria Veleda uma conferência no Centro Democrático Rossiense sobre a ''Educação da Mulher''. Abrilhantou ainda o acto o activista republicano Boto Machado.
A senhora foi livre-pensadora, republicana e furibunda espirita.
Maria Veleda ficou furiosa depois do 5 de Outubro, por proibirem as mulheres de votar.
Também ilustrou a Franco-Maçonaria e colaborou na Imprensa Abrantina. Quando lhe explicassem que o símbolo da emancipação feminina escolhido pela esquerda abrantina é uma senhora que fez voto de castidade, Maria Veleda que teve filhos fora do casamento há mais de cem anos, diria que esta esquerda é muito esquisita.
ma
fonte: agenda do latifundiário e livre-pensador para o ano 1907, Manuel João da Rosa
Os vencedores da jornada do 5 de Outubro em pose vitoriosa. O povo que se bateu em Lisboa contra os soldados de Paiva Couceiro com a galhardia que os portugueses costumam mostrar quando se batem pelo que acreditam, não está cá.
Estão cá os drs do PRP e os influentes eleitorais da Província. Incluídos os abrantinos. A maior parte deles homens de honra que em breve estará nas filas da oposição contra Afonso Costa.
Agora o agradecimento ao grande jornalista responsável por um dos melhores semanários lusos de todos os tempos, ''A Vida Mundial'' , Carlos Ferrão . Este número da V.M. de 2-10-70, onde saiu esta gravura, aquando do 60º aniversário da República, todo dedicado ao 5 de Outubro, ainda é hoje das melhores coisas sobre o evento. Era ele o director e a alma desta grande revista.
E o melhor para uma crónica abrantina, quais são os de cá que aparecem neste quadro de honra do PRP, que era também um mapa das relações de poder existentes no novo Portugal? Veremos a identificação, mas os rostos quase não são reconhecíveis, estão quase ignotos , sinal de que o P.R.P. de Abrantes pesava pouco em Lisboa.
Sinal de que o bonito conto que nos querem vender do peso de Abrantes no movimento republicano foi escasso.
Quais são os abrantinos? Identificamos Ramiro Guedes, Manuel João da Rosa, António Farinha Pereira e Justo Rosa da Paixão.
Mais nenhum.
Se o leitor descobrir mais algum agradecemos que nos diga.
mn
Em 30-4-1912, o Presidente da Câmara, o lavrador Manuel João da Rosa oficia ao antigo Presidente da República e conhecido escritor, Teófilo Braga pedindo livros seus para a Biblioteca Pública abrantina.
Espero que os livros mandados por Teófilo (que tinha algumas amizades abrantinas, caso de António Farinha Pereira, compadre do Manuel João) tenham sobrevivido e neste caso não repousem num caixote algures na António Botto.
Porque à vista não estão.
A relação do Teófilo com Abrantes é velha, em 17-2-1893, Ramiro Guedes escrevia-lhe sobre assuntos literários e o escritor preocupou-se com as quadras cantadas pelo mulherio do Souto, como a canção ''Eu não bato palmas(s)'' ou algumas cantadas pelas mulheres de Alferrarede.
Um jovem Teófilo quando polemizava com Antero, na ''Questão Coimbrã''.
mn
Em 10 de Outubro de 1910, o diário madrileno ABC (monárquico e o mais vendido no país vizinho) publicou declarações do lavrador Manuel João da Rosa, vereador republicano abrantino, que acabara de ser empossado P. da Câmara sobre a implantação da República cá na terra e a situação geral do País.
continua aqui
Manuel João diz que não esperavam o golpe para 5 de Outubro, mas mais tarde, Novembro. Confirma o que escreveu Martins Júnior de que em Abrantes a cúpula local do PRP não sabia de nada. Mas sabemos que havia um militar Farinha Pereira em contacto com a Carbonária, em Lisboa. Também diz que a Infantaria ( S.Domingos) não se opôs e que Artilharia (Castelo) foi mais renitente. Mas que se gritou nas suas barbas: Viva a República!.
O oficial mais graduado em S.Domingos na noite de 4 para 5 era o capitão António Maria Baptista e havia 5 oficiais republicanos duma guarnição de 30. Eram republicanos : '' Tenente Raimundo, cap. António Maria Baptista, Tenente Moreira, tenente Alpedrinha, ten. Sousa'' segundo Martins Júnior.
O oficial mais graduado no Castelo era o major Abel Hipólito, de simpatias franquistas.
Nenhum dos oficiais de S.Domingos sabia o que se passava, e estavam timoratos face à revolução, sustentou M. Júnior (Presidente Landru na República da Calábria).
Identificação do vereador entrevistado pelo ABC, agendas pessoais de MJ da Rosa para o ano 1910.
ma
foto de Manuel João-Álbum Republicano
recorte do ABC- jornal on-line hemeroteca
Depois do Bernardino, falou o Brito Camacho
Faltava o Guedes, que também tinha de disparar retórica, antes de sair para ir pedir dinheiro ao Manuel João da Rosa para pagar a conta da festa....
Diário Ilustrado 30 de de Dezembro de 1908, ''sueltos'' atribuíveis ao correspondente abrantino, solicitador Almeida Frazão, as palavras dos dirigentes republicanos devem ter sido proferidas a 27 de Dezembro, num comício no Teatro Taborda, onde estiveram o Camacho e o Bernardino, ex-ministro regenerador.
Tratou-se de inaugurar o Centro Escolar Republicano de Abrantes, entretanto o dirigente republicano António Farinha Pereira tinha as filhas internas no Colégio do Bom Sucesso, de freiras dominicanas em Lisboa.
mn
Dizia Frei Luís de Sousa em 1666:
Era dono da Capela, por 1840, D.Gastão Coutinho, Conde da Taipa e Morgado de Punhete, a quem as crónicas da época chamam o gago-ladrão
mas que apesar de gago, não teve pejo em dizer a D.Pedro IV, no Parlamento, que traía a Revolução e que queria construir um sistema pouco liberal. D.Pedro morreu de desgosto dias depois. D.Gastão não seria gago se falava assim, como não era maneta. pois pegou na espada por D.Miguel e depois por D. Pedro. E por falar assim foi preso...
Violou Silva Carvalho a imunidade do Par do Reino, com um descaramento inaudito, mas nunca se atreveu o bacharel, a pegar numa pistola para desafiar Taipa, a pontaria do Conde era conhecida...
Foi vendendo D.Gastão o que os seus maiores lhe tinham deixado, porque não enriqueceu na guerra e na política não havia subsídios para políticos, gamela de que agora come a classe, e vendeu a Torre que tinha em Punhete
onde estivera Camões, vendeu o Senhorio das Desertas, não vendeu a Capela de S.Domingos do Chouto, no extremo do concelho, na fronteira da Chamusca, onde rezavam os campónios da charneca para se protegerem dos lobos, isso foi um Marquês seu enteado...
A capela caiu em ruínas e foram as filhas deste homem, Manuel João da Rosa,
o mesmo que fechou S.Vicente e S.João de Abrantes e bastantes das Igrejas das paróquias rurais, que a reergueram do olvido e do mato bravio..
Até há pouco ainda se rezava a S.Domingos do Chouto, perto de Água Travessa, agora dizem-me que os porcos se cevam entre as paredes ancestrais e o S.Domingos, que foram buscar à Igreja do Chouto, onde dera entrada depois da capela de D.Gastão se arruinar, estará nalgum antiquário...
Era uma talha seiscentista de pedra, de feição popular
Sei quem é o responsável por isto, mas este é o triste destino de tantas capelas de Abrantes...
Capela da Herdade do Vale de Cortiças
Capela do Solar Caldeira
Capela dos Telheiros
Capela de Solano de Abreu
Acho que já chega...
Por muita tinta que gastem no PUA falando de capelas, poucas salvarão os que destratam este concelho
mn
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