Sábado, 19.03.16

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O Expresso faz uma crítica rasgadamente elogiosa deste livro do nosso querido amigo Miguel Tamen, um dos donos da Casa da Omnia.

 

A crítica deste prodígio de erudição é assinada pelo Pedro Mexia, que o Marcelo nomeou Conselheiro de Estado.

 

O Miguel assinou a petição para Salvar São Domingos dos ataques bárbaros e soezes de Carrilho da Graça e da CMA (Nelson & Céu, LDA).

 

Leiam-no.

 

Absterem-se caciques analfabetizadas, seminaristas rústicos & tropa fandanga.

ma 



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Quarta-feira, 16.06.10

Miguel Tamen

Miguel Tamen

 

Ensina no Programa em Teoria da Literatura e no Departamento de Literaturas Românicas da Universidade de Lisboa e é regularmente professor visitante na University of Chicago. Interessa-se ao mesmo tempo por filosofia e por literatura. Escreveu, entre outros, os livros The Matter of the Facts(2000), Friends of Interpretable Objects (2001), traduzido como Amigos de Objectos Interpretáveis, e Artigos Portugueses (2002).

 

 

Que livro do Miguel recomendamos à Chefa? Qual foi o último livro que ela leu? É que estar a recomendar :“Friends of Interpretable Objects'' (2001) dá-lhe de uma dor cabeça terrível por não estar em pegacho, apesar do Miguel ter uma quinta perto do Pego. Gente fina é outra coisa!!!!

 

A Chefa diz que lê books dum Peixoto que é um chato maníaco-depressivo

 

Esta entrevista do Miguel explica muita coisa:

Antero Barbosa
"Século de Ouro - Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do Século XX" é uma obra notável, construída por várias dezenas de ensaios altamente válidos, alguns dos quais de nível elevadíssimo. Ainda assim, atrever-me-ia a considerar o breve ensaio de Miguel Tamen, o seu, em cima do "Soneto já Antigo" de Álvaro de Campos, como o melhor de todos.

Um dos aspectos que me leva a considerar o ensaio referido como o considero, assenta numa asserção que vem já de Eduardo Lourenço e do seu "Canto do Signo" de 1993: "da criação como crítica à crítica como ficção". Concorda que o seu ensaio espelha esta última faceta?

Miguel Tamen
Não. O meu ensaio não tem nada a ver com ficção. É simplesmente a verdade sobre o soneto de Álvaro de Campos.

AB
Ainda Eduardo Lourenço e o livro mencionado. Num dos seus mais famosos capítulos, é acentuada a influência do heterónimo de Pessoa que vimos tratando, de que até o próprio título é sintoma: "Uma Literatura Desenvolta ou os Filhos de Álvaro de Campos".
Todavia, verifica-se, com surpresa, que os "filhos de Álvaro de Campos" apontados são todos prosadores, ao contrário do poeta que os influenciou: Bessa-Luís, Almeida Faria, Cardoso Pires, Abelaira, etc. A excepção é Herberto Hélder. Não acha haver aqui uma prosaica contradição?

MT
Não necessariamente. Os autores que Eduardo Lourenço cita são todos adultos (aliás de interesse variável). Os estragos que Álvaro de Campos causou situam-se numa idade anterior. Álvaro de Campos foi um poeta em quem (como aliás Herberto Helder) aspirantes a poetas se tenderam a revir e de quem aqueles que se tornaram poetas muitas vezes explicitamente se arrependem.

AB
Herberto Hélder que não será seguramente o mais comprovado discípulo de Campos. Outros há muito mais nítidos. Ruy Belo, por exemplo. E Nuno Júdice, que o confessa em "A Viagem das Palavras", livro publicado em 2005, sendo o ensaio de 2002.
Mas é possível acrescentar que a poesia portuguesa da segunda metade do século XX, uma das suas principais vertentes, os poetas de "Poesia 61", aborda aspectos desencontrados de Álvaro de Campos ou, mais do que isso, que estão apostados em explorar a outra margem, outras margens, de costas voltadas para ele.
O que nos levaria a uma certa negação da filiação da poesia portuguesa da segunda metade do século XX em Álvaro de Campos. Não lhe parece?

MT
Sim. Com excepções que importaria ressalvar e perceber, a ideia de que poetas sérios não escrevem como Álvaro de Campos é constitutiva da poesia portuguesa da segunda metade do século XX. Infelizmente, como aliás mostra bem a chamada Poesia 61, ter ideias sobre poesia não é suficiente para escrever versos de jeito e muitas vezes é o que impede que tal aconteça.

AB
Voltando ao seu ensaio sobre "Soneto já Antigo". Não deixa de ser uma ousadia seleccionar um soneto, modelo clássico, para abordar o épico dos grandes poemas à Whitman, Álvaro de Campos. Ou não será?

MT
Não. Não sou um admirador de Álvaro de Campos. Dito isto, o "Soneto já antigo" é o maior poema em português do século XX.  Não me interessa o Alvaro de Campos dos poemas longos e das apóstrofes pai, até Herberto Helder, de uma forma particular de indulgência poética que, depois das três miraculosas excepções do fim do século XIX (e de Pessoa) a fez permanecer obstinadamente menor. Interessa-me a sua prosa e alguns poemas curtos.

AB
Mas a ousadia está mesmo no ensaio. Para além de ser "crítica como ficção", há decerto uma superação deste modelo. Renegando moldes tradicionais, tais como o recurso a teorias literárias, a citações, ao abstraccionismo seco e maçador. E com o recurso a tópicos inovadores.
Dos quais mencionarei a dialética de uma elaboração que recorre de forma subtil ao passado e ao futuro. O recurso a talentos que se confundem com características do autor tratado: a ironia e o humor. E, inclusivamente, de um modo teatral, o facto de se integrar no interior da obra e confundir-se, na qualidade de destinatário, com uma das suas personagens, Daisy, presumivelmente feminina.
Que comentário lhe merece o meu?

MT
É muito simpático o que diz, mas não há qualquer ousadia no meu ensaio. Escrevi-o por impaciência para com as coisas que se escrevem sobre poesia, meio crónica social, meio pata-filosofia. A grande dificuldade do soneto de Álvaro de Campos é a apóstrofe "Olha Daisy". Perceber umas apóstrofe é o maior, e talvez o único, problema para quem lê poesia. Como é que se pode justificar o acesso a uma coisa que não foi feita para nós, e à vaidade que imagina que estamos a ser directamente chamados? O meu ensaio é só sobre isso. Mas é um ensaio imperfeito, porque prega a virtude da humildade de um modo adstringente.

(para saber mais sobre o Miguel clique aqui e saberá que retirámos a entrevista do excelente blogue ''Poligrafias''

 

Percebeu alguma coisa a Chefa?

 

Saberá o que é a pata-filosofia?

 

Ficará aterrorizada pelo Miguel dizer que a poesia portuguesa é menor (excepto Pessoa e dois ou três milagres do século XIX)?

 

Se a poesia culta é menor, que qualificativo temos de dar à poesia rural que a Chefa editou?

 

poesia de faca e alguidar?

 

???

 

 

M. Abrantes



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