O ex-seminarista José Eduardo Alves Jana descreve na última folha oficiosa o falecimento da Senhora Dona Maria Ramiro de Sousa Falcão Farinha Pereira Marques Godinho e dá-a como fundadora da
da Juventude Católica abrantina, aí por 1938-39.
Como devia saber o licenciado (devido aos seus estudos eclesiásticos) a Acção Católica daquele período só podia funcionar com um Assistente Religioso, e a partir duma directa acção dum sacerdote.
O bom padre que fundou a Acção Católica em Abrantes e portanto o seu ramo juvenil foi este homem,
Rev.Padre Joaquim Proença Roque, Pároco de S.João, que uma morte precoce (um cancro) levou cedo. A sua acção social foi notabilíssima. A Tia Mira foi fundadora da Juventude Católica abrantina, mas com ela estavam:
as Senhoras Dona Maria de Lourdes Oleiro e o marido o Sr. Soeiro (os pais da Madalena Oleiro e do Mário), as Senhoras Donas Ermelinda Coelho (felizmente viva e tão decana da assistência social como a Mira), Manuela Monteiro, Maria Manuel e Maria de Jesus Serras Pereira, os snrs Beja Filipe e Mário Roldão.
Certamente me escapa algum nome, peço desculpa pelas omissões e serão bem-vindas lembranças.
Mas nunca a Mira Godinho ou a Ermelinda Coelho esqueceriam um homem de bem, como foi o P.Roque.
Que tenha de ser um blogue alérgico ao catolicismo a lembrar isto, só demonstra a falta de memória da Igreja de Abrantes.
ma
Faleceu, com 96 anos, a Senhora Dona Maria Ramiro de Sousa Falcão Farinha Pereira Marques Godinho, viúva do regente agrícola Fernando Pimenta Marques Godinho. Há uns tempos que andava mal de saúde, mas com a sua vigorosa vontade de viver tinha-se recuperado recentemente duma pneumonia, e voltara à sua casa, à beira do Hotel Turismo de Abrantes.
A primeira palavra tem de ser a de dar os sentimentos às suas filhas, D. Bela Godinho Alberty e D.Teresa Godinho Correia Leitão, aos seus genros, o Zé Alberty e o Prof. Doutor Maximino Correia Leitão e aos netos.
Já falámos aqui nela várias vezes . Outro dia evocou-se aqui a história do Colégio de Fátima, quando ainda funcionava na Casa de Santa Maria. A Mira estudou lá com a Ermelinda Coelho,que por acaso além de Professora primária ilustre, foi depois foi directora dessa Casa.
Cresceu e viveu aqui até casar, na Praça Raimundo Soares, nº 17, onde viviam os pais.
Fundamentalmente foi uma mulher cheia de personalidade, de gosto de viver, energia, classe e senhora do seu nariz.
Era um católica empenhada.
Além de se dedicar à família, sempre esteve preocupada pelas obras de caridade, aquilo que agora o politicamente correcto chama ''causas sociais''.
Com algumas amigas fundou e ajudou a dirigir, na Cidade, o MNF (Movimento Nacional Feminino) que apoiava os soldados que Salazar mandara combater em África. Era um turbilhão de energia no apoio aos combatentes.
Também se destacou por ser Servita, apoiando os caminhantes a Fátima.... com garbo e carinho.
Tudo isso, arranjando tempo para ser grande animadora de tertúlias chá-canasta no Hotel Turismo de Abrantes,com a D.Fernanda Mena, a Dona Maria Cristina Ataíde (a mãe do arquitecto Duarte Castel-Branco), a D.Castelinho Calheiros de Azevedo, e outras amigas cujo o nome me escapa.
Viu o fascismo matar-lhe o sogro, o General Godinho em 1947. Viu ainda a sogra, D.Palmira Godinho ser presa, bem como o cunhado, o Dr.Alfredo, pelo simples ''delito'' de reclamarem justiça.
Só depois de muito pressionada contava essas trágicas memórias.
Também viu as suas herdades ocupadas pelas ‘’amplas massas’’ que queriam transformar o Sul do País numa Bulgária (Jaime Gama dixit no Parlamento) para abrir o caminho para a Ditadura.
E viu mais coisas que não narrarei.
Ao longo de quase um século de vida vêem-se muitas coisas, umas boas, outras más, outras assim-assim.
Depois de uma longa doença, onde nunca perdeu um sarcástico sentido de humor e a ‘’joie de vivre’’, morreu o Fernando.
Mirante
A Mira ficou viúva e vimo-la, enérgica e jovial como sempre, dedicada à família e militando voluntariosamente em apoiar os doentes no Hospital Manuel Constâncio e noutras causas sociais. Este activismo fê-la ganhar notoriedade e reconhecimento público, sendo entrevistada frequentemente pelos medias, como foi o caso do Mirante, donde retirámos a sua foto.
A lição da Mira foi não se render nunca e viver quase um século fiel aos valores em que foi educada.
Há certamente peripécias engraçadas na sua vida que seriam saborosas de contar, mas não é evidentemente o momento.
Vai amanhã a enterrar.
mn
A história do crime regional também tem direito de cidade. Era 1904 e o padre António Silva Martins apanhou certamente o maior desgosto da sua vida.
Boletim CM Sardoal
Estava em Abrantes quando lhe telefonou o primo, padre Dr. Manuel Martins, homem dado à política (era da facção progressista liderada por Solano e foi ele que se enfrentou ao Dr.Bairrão do Tramagal quando este analfabeticamente demoliu o Convento da Graça)
A família Martins dera muitos padres e eles tiveram uma influência política e religiosa enorme na região desde finais do século XIX até meados do século XX. Entre eles o padre Raposo, tão injustamente caluniado pelo Martinho Gaspar naquele opúsculo em que fala da República abrantina.
Sardoal, zona demarcada de produção de padres e seminaristas, casa da família Martins
Que disse o P.Manuel Martins ao primo?
Anda depressa pró Sardoal!
Chegou lá e descobriu que o irmão, o Sr. Dr. José Silva Martins, digno secretário do Governo Civil de Portalegre (certamente para lá nomeado com sonora cunha clerical-progressista), atacara a mãe à machadada.
O Echo do Tejo fez larga reportagem do assassinato
Dizia o jornal progressista que o Dr. José Martins já estivera internado no manicómio, para onde fora levado pela comissão clerical local (ou seja pela família, que na prática era um soviete de padres) e que estava chateado com isso.
A versão do ''Echo'' é que tivera novo ataque de loucura e que pegara no machado e pumba, decapitara a mãe!!!!
Tudo o que se conta foi publicado no excelente blogue ''Sardoal com Memória'',da autoria do estudioso e investigador Sr.Luís Manuel Gonçalves. Para conhecer a história do século XIX na região é a melhor fonte. Luís Gonçalves é autor de vários livros sobre História do Sardoal.
O padre Martins depois seria Pároco de São Vicente de Abrantes, elevado ao Cabido da Sé de Portalegre, fundador dum colégio de freiras franciscanas na R.Actor Taborda (onde está a Casa de Santa Maria) entre cujas alunas temos entre nós, frescas e juvenis, a Senhora Dona Maria Ramiro Godinho e a Senhora Dona Ermelinda Coelho.
Mais tarde as Franciscanas deram o fora e o Cónego, juntamente com Manuel Fernandes e outros, fundaram o actual Colégio de Fátima, que confiaram às Doroteias, que ainda não descobriram quem fundou esse Colégio.
Falo das actuais, conhecidas promotoras imobilárias, e não doutras como a Rev.Madre Borghi ou a minha amiga Rev. Madre Moutinho, que fora aluna do David Mourão Ferreira e que contava histórias deliciosas como o poeta engatatão apareceu envolvido num estranho caso duma tese universitária de autor incerto.
O Cónego Silva Martins foi um homem duro, piedoso, culto, empreendedor, nacional-clerical (longe andavam os tempos em que politicara com o boémio Solano, às ordens de José Luciano de Casto....), sério e certamente marcado pela tragédia familiar.
Comparar Silva Martins com o borra-botas José da Graça é como comparar Deus com o Diap.
A Igreja de Abrantes anda hoje, não pelas ruas da amargura, mas pelas secretarias do DIAP.
MN
O sr.dr. Gaspar é o director da Zahara e candidato nº2 ao Prémio Estrela da Semana.
o galardão mais ambicionado por políticos, socialites rústicos (as), intelectuais de sacristia, poetisas da ''Nova Aliança'', empresários tipo
e condes da treta metidos a artistas de Lego.
Como director deve exercer a autoridade (republicana, como a da Guarda) e não permitir disparates na revista.
Leiam isto:
Diz-nos o Gaspar que um texto enviado pelo autor em condições ''óptimas'' e pronto para publicar foi assassinado e publicado em condições vergonhosas por essa revista não se sabe muito bem porquê.....
O Gaspar sustenta que para o facto ''não há explicação plausível''.
O Gaspar é um exemplo da retórica positivista, a mesma que estava na cabeça dos ''grandes vultos'' republicanos que ela gosta de biografar e que conduziram à gloriosa série de disparates que caracterizaram a política lusa de 1910-1926.
Mas nenhum republicano abrantino dessa época que fosse director dum jornal seria capaz de justificar uma miserável série de gralhas que saísse num jornal da sua responsabilidade como o ''Abrantes'' ou o ''Jornal de Abrantes'' dizendo que para os erros não havia''explicação plausível''.
Ou assumiam a responsabilidade, ou atiravam-na para o tipógrafo
ou num caso mais ousado acusariam o ''Padre Raposo'', besta-negra da Formiga Branca abrantina de provocar tal provação.
Agora sustentar que para um facto corriqueiro, que se já repetiu na Zahara através da evaporação milagrosa da mulher do Dr.Orlando Pereira, a minha querida tia Fernanda, do texto duma entrevista de Eurico Consciência...
'....'não há explicação plausível'' é próprio duma mente pouco positiva ou dum senhor que quer alijar responsabilidades.
Porque a paginação da revista é feita segundo a ficha técnica por um tal José Martinho Gaspar que pelo nome me parece corresponder ao nº3 do ranking de historiadores da pitoresca freguesia do Souto.
A explicação plausível é que foi o Gaspar que deu buraco ou então subcontratou o serviço a um anónimo e lá se deu a explosão ortográfica!!!!
explosão ortográfica na revista Zahara
O Gaspar pede desculpa ao Sr.Dr. Correia Pais, que o fustigou com toda a razão pela sua incompetência, mas ao leitor que teve de esportular 5 euros pela revista não apresenta desculpas.
Para o Gaspar os leitores são criaturas de segunda classe!!!!
Em compensação o Gaspar, serviçal, apresenta desculpas a um tal ''dr.'' Candeias Silva, sem verificar que está a ofender o homem.
O discípulo do fascista Veríssimo Serrão faz gala em ser Doutor e deve estar com uma crise de nervos por lhe chamarem licenciado...
Quem pagará a crise?
O Gaspar????
a barca
(o popular Gaspar, candidato em maus lençóis a estrela da semana)
Além do mais era o Candeias que devia desculpas em primeiro lugar a este senhor:
foto cedida pelo seu bisneto Dr.José António Risques Pereira,amigo da petição
O Senhor Prof. Doutor Zeferino Falcão, dono do solar de Santa Bárbara em Punhete
foto igogo
Professor catedrático da Universidade de Medicina de Lisboa a quem no artigo citado no texto reproduzido chama licenciado enquanto o autor se auto-classifica como doutorado.
Não é por nada, mas nunca Vitorino Magalhães Godinho se apresentou a si próprio como Professor Doutor. Nem ele, nem António José Saraiva nem José Augusto França.....
Da mesma forma deve Candeias apresentar desculpas a esta Senhora e aos leitores por outras enormidades contidas no artigo referido
à Senhora D.Maria Ramiro de Sousa Falcão Farinha Pereira Marques Godinho mataram-lhe o sogro e prenderam-lhe a sogra, os cunhados e perseguiram o marido, um bando de fascistas capitaneados por Santos Costa
e com um descaramento, típico dos revisionistas que sustentam que não houve Holocausto, Candeias não refere que houve uma queixa-crime por homicídio contra Santos Costa que originou as prisões referidas.
O General morreu tranquilamente num Hospital militar porque coitadinho estava doente...
Compre V.Exa as memórias de Adriano Moreira
e verá o que diz este homem. Dá uma versão parcial, mas continua a sustentar que Santos Costa é o responsável por ''dolo eventual'', por aquilo a que eu chamo o assassinato de Marques Godinho.
Para terminar com o Gaspar, digo-lhe que isto prejudica muito seriamente a possibilidade de que alcance o estrelato esta semana.
Miguel Abrantes
Ler aqui post do malogrado José Luís Saldanha Sanches sobre as memórias de A.Moreira
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