Para resolver coisas destas, costuma haver em África, um remédio.
Soldados boers, curtidos em mil batalhas, implacáveis, capazes de se mimetizarem no sertão onde a sua ''etnia'' começou há 600 anos a ''produzir'' os melhores guerreiros de África.
As companhias de mercenários boers que jugularam o fanatismo islâmico na Nigéria, são capazes de fazer o mesmo em Cabo Delgado.
mn
Quem era capaz de desencantar a mulher dum agente da PIDE que reside agora em Abrantes?
Quem era capaz de entrevistar, em Abrantes, a D.Alice, ex-funcionária da PIDE/DGS, em Lourenço Marques, mãe duma conceituada médica?
Alice é pseudónimo.
A investigadora brasileira, Roseli Boschilia entrevista neste texto a D.Alice e mais abrantinos que vieram retornados de África.
As entrevistas são de 2017.
O estudo é uma obra importante para narrar e estudar a saga dum Império perdido e dos que sofreram o seu colapso.
mn
Memória, desterritorialização e identidade:
narrativas sobre o deslocamento forçado
Roseli Boschilia1 (2018)
O Pontífice na visita a Moçambique leva uma casula de leopardo.
O felino é uma espécie protegida.
Aparentemente anda mal em vestir-se assim, incentivando a caça para aproveitamento das peles destes bichos.
Mas percebe-se a substituição do arminho, pelo leopardo dos feiticeiros, para construir um discurso religioso nativista.
Dedicou SS palavras aos acontecimentos de Cabo Delgado, onde há uma rebelião islâmica, de facínoras que promovem a Sharia.
Num país com vasta população islâmica e que já estava parcialmente islamizado antes do Gama passar por lá.
Apelou à reconciliação num país devastado pela guerra civil, mais de 1 milhão de mortos, resultado duma descolonização irresponsável, da ditadura comunista da Frelimo e do levantamento armado da Renamo.
É um desejo de qualquer homem de boa vontade.
E a paz precária, em parte foi conseguida graças aos bons ofícios da Comunidade de Santo Egídio, ou seja tem uma marca católica.
Também denunciou a corrupção estrutural, produzida por desvios da ajuda humanitária, que é uma corrupção da Frelimo, porque a corrupção prostitui quase sempre quem tem poder.
'' E é triste quando se constata que entre irmãos da mesma terra se deixam corromper: e é muito perigoso aceitar que a corrupção seja o preço que temos de pagar perante a ajuda estrangeira''.
Fez um ataque ao marxismo, citando a Gaudium Spes, coisa que deve deixar certos círculos com os ouvidos a zumbir, como já estavam a arder os da burocracia corrupta da Frelimo, que tem gente como Guebuza, com mandatos de captura internacionais.
Voltando à corrupção, qual seria o sacerdote abrantino capaz de dizer que a ''ajuda comunitária propiciou casos de corrupção nesta terra?''.
Nenhum, porque a própria Igreja de Abrantes se corrompeu, como mostraram os tribunais.
E porque ao aliarem-se acriticamente ao caciquismo, perderam a autoridade, para falar de Justiça e de Moral.
Haverá nova vida para a Igreja desta terra, depois do dia 15?
Wait and See.
mn
Em Moçambique os indianos, brancos e mestiços são proibidos de fazer parte das Forças Armadas por ''falta de confiança''.
citado por Omar Ribeiro Thomaz, ''Raça, Nação e Status, História de guerra e relações raciais em Moçambique'' .
mn
(...)Portugueses, boers e ingleses constituem grupos percebidos como diferentes, e os três grupos nos remetem à temporalidade colonial, o tempo-colônia. Nas regiões do Chimoio e Inhambane, aqueles que tiveram experiências nas farmes rodesianas ou nas minas sul-africanas são unânimes em reconhecer o retorno financeiro de seu trabalho. Boers e rodesianos valorizavam o trabalho manual, pagavam por ele. E mais: os boers, aos gritos ou não, chegam mesmo a trabalhar lado a lado com os africanos nas fazendas. Do lado português, só sobravam os gritos e os trabalhos forçados. (...)
Omar Ribeiro Thomaz, ''Raça, Nação e Status, História de guerra e relações raciais em Moçambique'' .
Neste estudo de Pedro Brandão, Igreja Católica e Estado Novo, Moçambique/ 1969-1974, publicado em Latitudes, 2006, mostram-se os elogios da PIDE-DGS ao então Bispo de Tete, que para mal dos nossos pecados apascentou esta diocese, e através da sua correspondência o seu alinhamento com os ultras do colonialismo e da repressão militarista (que fizera Wyriamu) e a sua crítica aos missionários que denunciavam as violações bárbaras dos Direitos do Homem. E aos Bispos que faziam a mesma coisa.
ma
No tempo do bruxo, Moçambique era um território de florestas. Quando Portugal saiu ainda era.
A desflorestação dos últimos 20 anos .... explica boa parte da tragédia
(pub pelo Sr.Miguel Castelo Branco, com a devida vénia)
O então major Alfredo Baptista Coelho comandava interinamente, no Castelo, a Artilharia. Teve de se enfrentar ao golpe de Machado Santos (1916). Oficial de dilatada carreira colonial, distinguiu-se em campanhas em Moçambique no início do século XX e finais do dezanove . Foi um dos companheiros de armas do lendário Mouzinho de Albuquerque e seu amigo. Desempenhara o cargo de Governador Geral dessa colónia. Foi ainda Ministro das Colónias (1919) , já coronel, depois da queda de Sidónio.
O site Santo Tirso com História, que o biografa, relata a acção em Abrantes:''(...) Quando regressou de vez do Ultramar, e antes de partir para França, foi colocado no regimento de Artilharia aquartelado em Abrantes. Dirigiu-se para ali. Não estando o comandante, e como não havia oficial de patente superior (era major), teve de assumir o comando do regimento.
Atravessava-se uma época de agitação política, com graves reflexos na disciplina militar.
No próprio dia da chegada, foi chamado ao telefone pelo comandante do regimento de Infantaria aquartelado na mesma povoação. Esse oficial queria sondá-lo sobre a atitude que tomaria na hipótese de se dar certo movimento de que se falava. Baptista Coelho, mostrando estranheza pela pergunta, respondeu que em qualquer circunstância, a sua atitude, como certamente a do seu interlocutor, seria o cumprimento dos regulamentos militares. E desligou o telefone. Mas ficou apreensivo, receando alguma surpresa. Caiu a noite. Não se deitou, e manteve-se de ouvido à escuta. Em certa altura, ouviu um estranho ruído, que era o do arrastar de peças de artilharia. Desceu, de pistola em punho. Ordenou que as peças voltassem ao seu lugar. E foi obedecido. Deu voz de prisão aos sargentos que dirigiam o movimento. E foi obedecido também. A sua voz e a sua atitude mais uma vez fascinavam os seus subordinados.
De madrugada, soube que o almirante Machado Santos chegara de noite a Abrantes, à frente dum regimento que sublevara, e se acolhera ao quartel de Infantaria, cujo regimento aderira também ao movimento.
Apareceu pouco depois o coronel comandante do regimento de Artilharia, a quem relatou o acontecido.
Esse oficial, que conhecia o valor de Baptista Coelho, procurou convencê-lo a ir prender Machado Santos!
A ideia parecia de louco. Mas o coronel insistia e converteu o pedido em ordem. Baptista Coelho, embora julgasse ser esse o último dia da sua vida, não hesitou.
Dirigiu-se ao quartel de Infantaria e fez-se anunciar ao almirante, que pouco depois o recebia.
As primeiras palavras travadas deviam ter sido verdadeiramente dramáticas. Baptista Coelho nem tinha força material, nem autoridade legal para prender um oficial que era de patente mais elevada. O almirante, estupefacto, ao ouvir-lhe que vinha ali, em obediência a ordem superior, para o prender, sentiu o impulso, como logo anunciou, de lhe dar um tiro na cabeça. Mas, em face da heróica serenidade de Baptista Coelho, conteve-se e convidou-o a entrar numa sala. Conversaram demoradamente, a sós. E, por mais inverosímil que o facto pareça, daí a pouco Machado Santos acatava a ordem de prisão e entravam os dois no quartel de Artilharia.
O movimento revolucionário estava gorado e o Almirante mostrava-se agradecido pela maneira correctíssima e nobre como tinha sido tratado por Baptista Coelho.
Apesar das instâncias deste, a atitude do coronel para com o almirante foi diferente. Telegrafou comunicando a grande nova (sem falar de Baptista Coelho!), de que tinha sob prisão Machado Santos e de que partia com ele para Lisboa. Ali tiveram os dois a recepção que era de esperar: o coronel, pouco depois general, foi recebido como herói; e o fundador da República, exposto à fúria da populaça, que fora prevenida da sua chegada, sofreu os maiores vexames e enxovalhos.(...)''
publicado originalmente:
Prof Dr.António Augusto Pires de Lima in O Concelho de Santo Tirso – Boletim Cultural - Vol. II - N.º 1 - 1952
Edição da Câmara Municipal de Santo Tirso
Ou seja o coronel Abel Hipólito puxou para si os galões da vitória que eram de Baptista Coelho.........
devida vénia Arquivo Histórico Ultramarino
mn
ver Memórias de Gonçalo Pimenta de Castro
Um dos soldados mais medalhados que saiu do RI2 era um moçambicano que se cobriu de glória em Angola
imagem do colega Ultramarhttp://ultramar.terraweb.
que aqui detalha o batalhão abrantino que se bateu na campanha de África.
mn
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