Moita Flores escreve um romance sobre o atentado a Salazar. Uma das personagens principais, António Marques Granja, o comunista abrantino que ideou o atentado (quase tudo foi ideia dele, uma ideia depois copiada pela ETA quando matou o Almirante Carrero Blanco), na caça aos bombistas, outro abrantino.
Rosa Casaco, do Rossio, contra Marques Granja, de Alferrarede. Quase contemporâneos. Certamente conhecidos e um nas antípodas do outro
Muito interessante. MF é um antigo elemento da PJ e reconstrói a história a partir do processo.
ma
''Esta gente anda a brincar com o fogo. Este assalto aos paióis de Tancos não é o primeiro ocorrido nos últimos tempos. O primeiro foi numa unidade de Comandos, o segundo ainda está fresco e ocorreu no depósito de armamento da PSP e, agora, qual cereja em cima do bolo, a crer nas listagens publicadas nos jornais, de um dos mais poderosos centro militares do País é furtado um verdadeiro arsenal de guerra. O ministro cospe para o ar.
Existem coisas mais dramáticas a decorrer no continente, diz ele, referindo-se a ataques terroristas e, claro, mandou instaurar um inquérito que, por sua vez, irá dar origem a outro, coerente com a cultura deste Governo, onde mal as coisas aconteceram (veja-se o caso de Pedrógão Grande) se multiplicam inquéritos e vemos um verdadeiro exército de cavalheiros a fugir com o rabo à seringa.
O potencial bélico roubado tem um poder destrutivo que vai muito para além dos materiais usados em Manchester ou no Bataclã, em Paris. Porém, o mais extraordinário é que estes roubos atingem o cerne das forças que são os baluartes da defesa do país. As Forças Armadas existem porque existem paióis que guardam a sua capacidade de fogo. Daí que não se compreenda a ligeireza, quase cínica, com que o episódio foi relativizado pelo ministro da tutela. Não se retira uma única conclusão firme, fundada nos princípios da honra e probidade, que deveria levar a cadeia de comando que tem a tutela deste paiol a ser imediatamente demitida. Fala-se da falta de videovigilância há mais de dois anos com o à vontade com que se palita um dente e, como não podia deixar de ser, foi tudo um problema de azar. O Governo até estava a estudar medidas para resolver estas coisas. Também estavam a estudar medidas para a floresta quando estoirou a tragédia de Pedrógão Grande. Não são políticos. São estudantes. Para estas criaturas o país pouco importa. É o grau zero da mediocridade política.''
Em consequência da ponte abrilista, foi suspensa a nossa secção de folhetim
Ao seu herói e nosso amigo
Sr. Eng. Marçal e todos os leitores que não param de nos chatear com e-mails dizendo:
Queremos o folhetim!!!!
Aqui vai o 4º fascículo, com a promessa que isto ameaça tornar-se numa
fotonovela como esta:
/unipmarques.files.wordpress.com
Se bem estão lembrados o ex-inspector da PJ e actual Presidente da CMS
tinha desancado a lista de João Moura para a distrital, numa prosa que misturava a salutar ironia do Eça com uns pózinhos de matraca camiliana
in o Mirante
Sendo um autarca para todo o serviço, respondendo em qualquer momento aos pedidos do povo de Santarém, Moita ainda tem tempo para a TV e para escrever livros como o magnífico
(esperamos que o eng. já o tenha lido)
Dizia na carta citada, Moita:
''Dizem-me que conseguiu com a sua grande capacidade doutrinária convencer um presidente de câmara a deixar de apoiar a outra candidatura a troco de um lugar de eurodeputado. O homem terá percebido a profundidade da sua doutrina e, de imediato, trocou de posto de combate. ''
A isto respondeu com uma prosa um bocadinho mais banal, o social-democrata de Ourém João Moura:
notícias de Ourém
Dr. Francisco Moita Flores
Ilustre Presidente da Câmara Municipal de Santarém
O meu prezado amigo enviou-me uma carta, através da comunicação social. É – tem sido – um hábito seu, que cultiva e que respeito.
Confesso-me surpreendido com o seu memorando. Não, que não considere legitimo o seu desagrado com este projecto político, que tenho a honra de liderar, mas por nada me levar a suspeitar que tal o poderia exasperar. Lembra-me a minha memória que foi o Dr. Moita Flores, uma das vozes a criticar e motivar a mudança no distrito Santarém. Talvez esteja errado, talvez tenha ouvido mal. Perdoe a minha dureza de ouvido se tal se confirmar.
Compreenda que a prosa não é minha especialidade e por tal, não me levará a mal tender uma resposta mundícia, à designada, “A carta dirigida por Moita Flores, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, a João Moura, candidato à Comissão Política Distrital do PSD”, enviada hoje, pela Direcção de Campanha de Vasco Cunha a muitos militantes do distrito de Santarém, tornando-a pública. Sei agora a consideração e respeito que nutre pela minha pessoa, pois inclusivamente muitos a receberam primeiro que eu, mas adiante.
A carta do Dr. Moita Flores é um mau contributo para a discussão de ideias e projectos que o PSD do distrito de Santarém deve e tem de fazer. Porque este apoiante da outra candidatura decidiu pessoalizar o seu ataque, não contribuindo com uma única ideia positiva e construtiva para o futuro do distrito de Santarém. Os militantes do PSD não esperam este tipo de atitudes, estão saturados desta forma de fazer política, estão cansados da retórica moral de quem não é, para todos os efeitos, militante filiado no partido, apesar de se não dispensar de ir opinando sobre a sua vida interna com certa regularidade.
Na sua prosa habitual de conto literário para adaptação a mais uma série televisiva, o Dr. Moita Flores é fiel ao seu estilo: vem com mais um dos seus "discursos pachorrentos, lacrimantes e aquém da lógica factual", denotando uma falsa superioridade intelectual.
Reconheço no Dr. Moita Flores um homem culto, respeitado e frontal. Porém, a sua meteórica chegada ao campo da política, associada à presença constante nas televisões para comentários de criminologia, tê-lo-á feito alimentar expectativas superiores às que são possíveis de realizar. O Dr. Moita Flores cometeu aqui um erro: confundiu visibilidade e exposição com referência e liderança.
Insatisfeito por se terem gorado as suas diligências junto do líder nacional para que uma sua colaboradora pudesse fazer parte da Comissão Política Nacional, vem agora despejar a sua fúria em cima de companheiros do PSD que não conhece, pela simples razão de que não foi por eles ouvido ou os ouviu, não sendo possível generalizar um grupo de militantes, de modo grosseiro, catalogando-os todos com o mesmo rótulo. Tomou a nuvem por Juno.
Ora o Dr. Moita Flores, ao que fez parecer na qualidade de juiz da indignação e da birra, deverá à boa moda do Ribatejo, de que se diz e muito bem, fervoroso defensor e adepto, pedir contas a quem de direito.
Será a mim que quer pedir contas?
Santo homem, que mal lhe fiz eu?
Que mal lhe fez o projecto político que represento?
Algum ódio de juventude, por quem?
O Dr. Moita Flores cometeu outro erro, que não consegue nem pode provar: não foi feito convite nenhum para lugar de eurodeputado a troco de apoio algum. Houve o convite feito a um Presidente de Câmara prestigiado para aceitar ser candidato a Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Distrital, o que este aceitou e muito nos honrou. Esse convite foi-lhe efectuado pelo Engº José Eduardo Marçal, candidato a Presidente da Mesa da Assembleia Distrital. Esta sua frase, infundada, caluniosa, ofende um colega seu Presidente de Câmara Municipal, na sua dignidade pessoal e institucional, na sua honra, por admitir que este se deixou vender e trocou convicções por conveniências.
Para o Dr. Moita Flores, parece que há o PSD bom e o PSD mau. Para ele, quem apoia Miguel Relvas, Vasco Cunha e Mário Albuquerque é genuíno e bem intencionado; ao contrário, quem apoia José Eduardo Marçal, João Moura e Rui Paulo Calarrão é mal intencionado, foi comprado ou possui má consciência. A vida não é assim e o Dr. Moita Flores deveria ter a obrigação de o saber.
A tentativa de menorizar os candidatos de uma lista que se propõe aos órgãos distritais de um partido onde o Dr. Moita Flores não milita não surte os seus efeitos: não ofende quem quer, ofende quem pode e o Dr. Moita Flores, pura a simplesmente, não pode.
De Natal em Natal se constrói o futuro e está o Dr. Moita Flores muito bem informado, ou melhor, bem mal informado do que se passa em casa alheia. E pasme por esse seu triste paragrafo, não me merecer sequer grande comentário. A verdade está registada, e esse não foi sequer um dia de véspera. Foi um dia de grande actividade politica; o acto eleitoral com maior mobilização na história da JSD distrital e que merece ser respeitado.
O Dr. Moita Flores é um poço de contradições. Na campanha das eleições directas assumiu o apoio frontal ao Dr. Luís Filipe Menezes, tendo sido seu empenhado apoiante. Ouvimo-lo atentamente em dois jantares: em Fátima, mais restrito e em Santarém, aberto aos apoiantes e à comunicação social.
No jantar de Fátima, o Dr. Moita Flores criticou o comportamento dos barões, falsos barões, condes e viscondes do PSD e, em particular referindo-se a Santarém, disse que era tempo de acabarmos com aqueles que fazem parte do bloco central de interesses e conveniências, que estão interessados em que o PSD desça até resultados eleitorais baixos, embora mantendo-se com acesso aos negócios de Estado e que, à mesa do Gambrinus ou do Hotel Ritz têm acesso a esses grandes negócios, deles beneficiando. Disse mesmo que esses dirigentes usufruem também de passaporte diplomático para manterem os seus negócios na América do Sul. Só faltou dizer os nomes das pessoas a quem se dirigia. Agora, insatisfeito por se terem gorado os seus intentos, despeja a sua fúria sobre aqueles que estavam consigo ao lado do Dr. Luís Filipe Menezes. Sabe o Dr. Moita Flores que eu sei, que estaria do lado da luta pela mudança no PSD do distrito de Santarém, se o cabeça de lista à Comissão Política Distrital fosse o nome por si indicado.
O Dr. Moita Flores tem vindo a dar a entender que não se quer recandidatar à Câmara Municipal de Santarém. Já o dizia antes das eleições directas, em Julho do corrente ano, criticando na altura os dirigentes nacionais e distritais do PSD, estes últimos agora apoiados por si. Qualquer que seja a sua vontade, aceitá-la-emos. Contudo, não aceitaremos que nos use como desculpa, pelo facto de, como acredito, irmos vencer as eleições. Não é por nós nos candidatarmos e podermos vencer as eleições que o Dr. Moita Flores deixará de ser recandidato à Câmara Municipal de Santarém. Se isso suceder será por sua livre opção.
Não guardamos rancor nem mágoa ao Dr. Moita Flores. Connosco, se o Dr. Moita Flores quiser ser candidato a novo mandato, terá o nosso apoio institucional. Se não o quiser ser, teremos de começar a trabalhar o quanto antes na busca de uma solução equilibrada que permita manter a maioria de governação social democrata no concelho de Santarém.
Para terminar, só para que saiba, o preço do bilhete de comboio do Entroncamento para Santa Apolónia é o mesmo que de Santa Apolónia para o Entroncamento e o preço do quilo de arroz depende da marca e do tipo de arroz. Mas se quiser pergunte a qualquer português da classe média, desses que têm de fazer contas aos cêntimos da carteira, que ele dar-lhe-á a resposta de que precisa.
Naturalmente, acreditamos que a posição do Dr. Moita Flores é racional e que o facto de ainda há menos de um mês criticar aqueles que agora apoia e apoiar aqueles que agora critica é o resultado de uma coerente forma pessoal de ser e estar na política embora, com rigor, não consigamos encontrar nessa coerência nenhum dos valores que norteiam o PSD e a social democracia. Será, por certo, outra qualquer coerência.
A carta do Dr. Moita Flores é um mau exemplo da forma como se deve estar na política, porque cria ruído, não traz propostas, não lança desafios programáticos, antes preferindo a via do ataque e do falso moralismo. Quem não se sente não é filho de boa gente e eu sinto e, francamente, não consinto que se passe além dos limites da elegância e da boa educação.
As suas ofensas e desconsiderações intelectuais, faça o Dr. Moita Flores o favor de as levar para outra banda, pois por aqui dispenso-as bem. Tenho em casa barulho que chegue para aturar com prazer.
A polémica termina aqui. Não a alimentarei. Porque esta tipo de atitudes não prestigia o PSD, não prestigia os políticos, não prestigia a política. Não voltarei a este assunto mas, em face do teor da carta e pelos motivos que já expliquei, esta resposta era necessária.
Por fim, agradeço que não faça desta candidatura uma Tragédia…, não há por estas bandas nenhuma Genoveva nem teia de incesto.
Aceite um abraço com igual amizade, sem falso servilismo, do
João Moura
O Mirante, 30-10-2007
Não vou entrar nas quezílias da família social-democrata.
Vou entrar, só para começar, na ''nobreza'' social-democrata.
Diz o Moura que haveria ''barões, falsos barões, condes e viscondes do PSD'' (atribuindo a frase a Moita Flores).
Pode o meu amigo José Eduardo Marçal informar-me da sua graduação nobiliárquica no PSD, para eu o poder passar a tratar de acordo com o seu estatuto?
Será barão ou visconde?
Verifico com mágoa que não há Marqueses nem Duques no PSD. Se quiserem uma cunha para o Senhor Dom Duarte é só avisarem.
O Duque é generoso e já fez o Nobre, Cavaleiro da Ordem de Vila Viçosa!
el-Rei, O Senhor Dom Duarte III acompanhado pela mulher ( O Duque não tem estatuto social para ter ''esposa''....tem mulher)
Necessita algum PSD dum alvará régio?
Não peçam é a D.Duarte que o Buiça seja Barão, o Rei não pode dar títulos a familiares de regicidas.
História de Portugal do Matoso, ed 1944
Voltando ao Sr. Engenheiro e meu caro amigo,
Diz V.Exa. que não intervêm no PSD desde há 15 anos.
Diz Moita Flores que alguém aliciou um Presidente da Câmara, acenando-lhe com um pingue cargo de eurodeputado, em troca de apoio político.
Diz João Moura : ''ouve o convite feito a um Presidente de Câmara prestigiado para aceitar ser candidato a Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Distrital, o que este aceitou e muito nos honrou. Esse convite foi-lhe efectuado pelo Engº José Eduardo Marçal, candidato a Presidente da Mesa da Assembleia Distrital. Esta sua frase, infundada, caluniosa, ofende um colega seu Presidente de Câmara Municipal, na sua dignidade pessoal e institucional, na sua honra, por admitir que este se deixou vender e trocou convicções por conveniências''
Aqui alguém mente.
Suponho a que honra do meu amigo, foi posta em causa.
Para lavar a honra há no caso dos aristocratas o duelo. No caso do Zé Eduardo não ser aristocrata laranja ( aristocracia cujo catálogo foi acima descrito) resta-lhe os tribunais.
Não tenho notícia de nenhum processo nem contra Moita Flores nem contra o Moura....
Portanto agradeço um esclarecimento, a não ser que o meu Amigo continue com a falta de memória que demonstrou na sua prosa publicada na gazeta de Santarém.
Para a combater recomendo um pouco de exercício intelectual......
cafebox.com.br
Com os cumprimento do Marcello de Noronha e o apoio do famigerado maçon Abrantes
PS
Moita Flores esmaga os amigos do Moura
Como vimos no capítulo anterior o neto de Apolinário Marçal e candidato laranja humilhantemente batido na corrida à CMA de Abrantes por um tipo com a mediocridade política de Nelson Carvalho, eng.Marçal, sustentou num artigo do Ribatejo aqui reproduzido, que não tinha participado nos últimos 15 anos nos destinos da agremiação laranja a quem a Pátria deve tantos favores.
Tivemos a bondade devida à minha formação cristã de vir avivar a memória do Sr. Engenheiro e meu caro amigo. O Abrantes que se encarregou do trabalho de revistar a biblioteca do Grande Oriente, foi o documentalista. A ele, deve o benemérito e íntegro varão social-democrata o prazer de poder ler a excelente prosa do Dr. Moita Flores.
foto DNotícias
Nesta carta, o Presidente da Câmara de Santarém reduz a lista em que o eng.Marçal foi candidato a um alto cargo da burocracia partidária às suas proporções.
Ou seja ao rídiculo mais absoluto.
A carta foi retirada do Mirante.
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''Excelso Candidato à Presidência da Comissão Distrital
João Moura
Do PSD Santarém
Acabo de ler o seu manifesto à presidência da distrital do PSD de Santarém e pasmo. Bom, diria mais, arrasou-me. Pérola igual há muito que não me passava por estes olhos cansados de ler lugares comuns, ou fórmulas repetidas do género ‘Emita-se Licença’, ‘Autorizo’, ‘Indefiro’, expressões da pobreza literária que habita os quotidianos de qualquer autarca. É, por isso, que no meio desta crueldade que hesita entre um verbo imperativo e um pouco mais rebuscado ‘proceda-se em conformidade e nos termos legais’, a prosa do seu Manifesto seja um momento de alegria, um oásis, neste deserto de palavras escritas que cruzam os meus quotidianos.
A sua prosa fez um prodígio. Remeteu-me directamente, com saudade infinita, para Eça de Queirós e não posso deixar de reconhecer que, se o magnífico escritor apanhasse o seu texto à mão, chamava-lhe um figo. E de si, seguramente, faria um dos deputados que ele magistralmente criou. O seu Manifesto não é um texto político. É prosa cuja beleza inconfundível só encontro nas eloquentes palavras do manhoso Conde d’Abranhos. Ainda bem que o meu caro escreveu este texto cem anos depois da morte do insigne escritor e com referências bem actuais para ninguém ousar admitir o plágio. Mas é seguramente um herdeiro. Não só da vitória de Luís Filipe Menezes mas também de Eça. Digo bem, um herdeiro!, do que mais vazio e inócuo o nosso Abranhos pariu.Essa grande figura do Estado que não se ficou por deputado, chegou a ministro e a ministro da marinha, muito embora não gostasse do mar, embora o sogro, juiz de maus fígados, só o tratasse por pascácio!
O Manifesto é, portanto, um ponto doutrinário do não dizer nada. Não é uma vírgula, não é uma interrogação. É um ponto. E dramáticamente um ponto final. Não acrescenta nada aos discursos do liberalismo retórico que empanturravam de gozo Eça de Queirós e seus amigos de tertúlia. Redondo, redondinho, sem programa nem sentido, igual, preguiçosamente igual a todos os discursos que lhe ouvi, e devo confessar a minha infelicidade por apenas o ter ouvido duas vezes, à pressa, entre duas colheradas de arroz doce. Nem o oportunismo é novidade. O facto de procurar alinhar a sua candidatura com a candidatura de Luís Filipe Menezes é de aplaudir. Alguém com ambições no terreno político deve sempre surgir do lado dos vencedores, pelos vencedores e, se possível, amesquinhando os vencidos. E aqui, o meu caro amigo, excedeu-se. Querendo atazanar os vencidos, atazanou também muitos dos seus companheiros que consigo partilharam a jornada eleitoral de Menezes. E o ponto é este. Percebi que se V.Exª ganhar a Comissão Distrital estarei impedido de me recandidatar à Câmara Municipal de Santarém. É certo que me ajuda. Não me puxa o pé para essa decisão. Mas mesmo que por razões que agora não me ocorrem, decidisse essa nova candidatura, como podia fazê-lo, sabendo que o meu caro, condiciona qualquer cidadão, por si apoiado, a saber de cor e salteado ‘o valor de um quilo de arroz ou o preço do bilhete do comboio entre o Entroncamento e Santa Apolónia’? Aliás, nem fica margem para dúvidas, pois em enérgico bold, assume que quem sabe estes preços são ‘os melhores, mais capazes, com mais talento, com provas dadas de trabalho efectivo no terreno’, gente que faz, que faz acontecer, gente com provas dadas nas suas vidas de trabalho’.
A prosa é magnífica, bons atributos, e como deve ser de bom tom sem especificar o que é ‘ser mais capaz’, qual é o ‘talento’, o que é que essa ‘gente faz’, e sobretudo ao entrar no domínio da ontologia ‘faz acontecer’, nem quais são as ‘provas dadas nas suas vidas de trabalho’. Eu não estou seguramente neste grupo. Pela simples e despudorada razão, pela ignorância política e ética de não saber o preço do tal bilhete de comboio. E confesso já, perdido de culpas e penitências, que desconheço por completo o preço do quilo de arroz. Estou definitivamente entre os incapazes, sem talento, incapaz das provas de trabalho que o meu caro tem dado sobejamente.
Por outro lado, pelo que vejo e me vão contando, V.Exª é não só o legítimo herdeiro de Luís Filipe Menezes, mas também o depositário do velho mas sempre presente espírito dos políticos da Regeneração, que eu estimo e aprecio para as minhas ficções, mas que Guerra Junqueiro, um poeta atravessado, e que lhe digo desde já não subscrever, considerava tão iguais, tão vazios,tão nulos como as duas metades do mesmo zero. Os seus adversários criticam-no porque terá ganho uma eleições a que se candidatou por tê-las agendado para um noite de Natal, com estadias pagas no hotel aos seus correlegionários, e assim, no pérfido linguajar dos seus oponentes, garantir uma vitória incontestável. Não alinho nessa má língua. Confesso que considero brilhante fazer coincidir a sua vitória com a noite em que nasceu o Menino. A carga simbólica é por demais evidente, aproximaram-no de uma espiritualidade profunda, infelizmente arredada dos seus companheiros que à mesma hora se alambazavam de bacalhau e outras iguarias, ignorando o acto eleitoral tão natalício que V.Exª no seu empenho bíblico acabara de organizar. Também não alinho nessa má língua a que os jornais do fim de semana deram estampa. Andará, segundo eles, o meu amigo a pagar quotas em massa com distribuição abundante de sistemas de pagamento. Recordo-me de ter denunciado práticas iguais durante a campanha de Luís Filipe Menezes e, na altura, declarei que essa manipulação de batota e caciquismo era um caso de polícia e não de política. E V. Exª aplaudiu-me, que eu vi. Ora chegou ao poder, pelo menos desse poder reclama-se herdeiro, e lá está a proceder de igual forma. Fica-lhe bem e julgo que, mais uma vez, tenho de me penitenciar. Tem razão! Quem não conhece o valor do quilo de arroz, não pode conhecer os mistérios da alta política e esta manda que depois agarrar os cornos do poder, tudo aquilo que se aplaudiu é para fazer ao contrário. Alta Política! A minha admiração por V.Exª sobe em cada dia de campanha que passa. Dizem-me que conseguiu com a sua grande capacidade doutrinária convencer um presidente de câmara a deixar de apoiar a outra candidatura a troco de um lugar de eurodeputado. O homem terá percebido a profundidade da sua doutrina e, de imediato, trocou de posto de combate. V.Exª e meu distinto amigo, tenha piedade de mim e ajude-me a descobrir o panteão de divindades que habitam tão brilhante universo ideológico, pois seguramente serei o seu mais devoto apoiante. Dispenso lugares de ministros, secretários, eurodeputados, deputados, presidentes de câmara e outras prebendas que exigem o brilhantismo imposto por V.Exª. Mas para que eu deixe esta autarquia e para que me suceda um PSD feito à sua imagem e semelhança, peço-lhe, imploro-lhe que me ensine o destino da metafísica política. Afinal de contas, quanto custa um quilo de arroz? Sobre a viagem de comboio entre o Entroncamento e Lisboa não vejo necessidade da sua resposta. Não quero subir tão alto.Mas o quilinho de arroz dava-me jeito.
Creia-me um seu humilde servo
Francisco Moita Flores
in o Mirante, Outubro de 2007
Os meus cumprimentos
Marcello de Noronha, com a plebeia assistência do Dr.Miguel Abrantes.
(continuará)
Não perca um dia destes o 4º fascículo
Exposição da colecção de Arte contemporânea de Manuela de Azevedo
Auditório Virgílio Arruda na Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire
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No Auditório Virgílio Arruda na Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire, encontra-se em exposição parte deste espólio de arte contemporânea, que contempla reconhecidos artistas nacionais e internacionais e terá bimensalmente em destaque uma das suas obras. |
O empregado da RPP Solar, Dr. Nelson de Carvalho anda a apanhar demasiadas radiações na cabecinha, durante este estival mês de Agosto.
Esqueceu-se de se equipar com um chapéu à JR como o patrão Alves.....
vaí daí e dedicou-se em breves linhas a criticar Passos Coelho, o D.Sebastião de Massamá, chamando-lhe ''amador''....
No estado em que estão as coisas prefiro um amador, a um veterano da política que acaba de receber um tacho.....
Mas lembro-me dum dos primeiros actos autárquicos do Nelson Presidente:
Comprar um terreno para um parque industrial ao Conde de Alferrarede e depois verificar que o terreno estava arrendado a uma empresa de eucaliptos.....
O imbróglio custou-me a mim, contribuinte, largos milhares de contos.....
Era nessa época o filósofo Carvalho amador em compra de propriedades rurais....
Mas quando já veterano comprou à aristocrática dama Burguete o Casal Curtido para o ceder quase grátis à RPP solar, também estava arrendado a uma eucalipteira.....
Há amadorismos que duram 2 décadas.......
Por isso o Carvalho solar foi um autarca amador desde o primeiro dia, enquanto o Moita Flores é um profissional desde a primeira hora.....
São sinas.....
Marcello de Ataíde
A morte do Presidente-Rei e republicano da pesada Sidónio continua hoje imersa num mar de dúvidas. O Moita Flores é imparável. Está em todas. Neste romance tenta traçar algumas hipóteses.
Tendo em conta que chegam as Férias e os feriados e que parte dos bisnetos do Presidente apoiam a petição aqui fica uma sugestão de leitura.
Às vezes na política estamos contra o Moita (a quem falta sensibilidadade patrimonial) mas ninguém nega que é um grande Presidente.
Vamos à TV buscar o Herman para o candidatar à CMA?
M.Abrantes
Continuamos a publicar as peças do folhetim polémico entre José Niza e o Sr. Carvalho. Agora o psiquiatra diz que Carvalho não sabe ler....
Queixa-se Carvalho ao MP, juntando como prova o diploma da quarta classe, com a D.Isilda e o seu disciplinado marido como testemunhas para provar que sabe ler?
Se fosse ainda PC era o normal. Mas agora....
Damos a palavra ao psiquiatra, com a devida vénia ao Mirante,:
Polémica - O indecifrável mistério do professor que não sabia ler
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Se o meu amigo Moita Flores tivesse um tempinho disponível pedia-lhe para decifrar o misterioso caso do professor que não sabia ler. E dava-lhe algumas pistas.
O professor de Abrantes deu uma entrevista à Lusa, na qual, sem papas na língua, declarou para a posteridade que o seu camarada Manuel Alegre “nunca lutou por qualquer causa, além de ter sido deputado, e mesmo assim nada de especial”. Ao ler isto fiquei um bocado chateado e brindei o dr. Nelson Carvalho com um merecido puxão de orelhas.
Em reacção à minha prosa o entrevistado professor caiu em si, emendou a mão e deitou água na fervura: afinal a entrevista tinha sido feita “pelo telefone e de improviso”, o que significa – e muito bem – que qualquer entrevista feita pelo telefone, e ainda por cima de improviso, não vale um chavo, nem compromete ninguém.
Mas, o que ainda mais excitou a imaginação do professor, foi – atenção ó Moita! – que eu tinha escrito a minha catilinária na qualidade de “Mandatário da Candidatura de Manuel Alegre às Presidenciais de 2011”. Ouviste ó Moita: 2011! Pró ano que vem!
Ora acontece que o que eu escrevi na assinatura do meu protesto foi tão simplesmente isto: “José Niza – Mandatário distrital de Manuel Alegre nas presidenciais de ... 2006”! Atenção ó Moita, olha que é 2006! E assim, da mesma forma que o meu camarada Nelson Carvalho já não é presidente da Câmara de Abrantes, também eu já não sou mandatário de coisa nenhuma.
Como registei no meu protesto – e agora confirmo – o meu contestatário amigo “suicidou-se politicamente”. Mas, o pior para ele é que continua vivo: deve ser insuportável!
José Niza
PS:- Ó Moita, obrigadinha, mas acho que tens mais que fazer e afinal já está tudo esclarecido
Registamos o pedido de ajuda ao Insp. Moita Flores e que Niza acha que Carvalho está numa situação insuportável. Vivo e morto ao mesmo tempo ou seja tipo zombie...
Marcello de Ataíde
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