O roubo dos lança-granadas em Tancos recorda a bandalheira militar no PREC em Abrantes......o Luta Popular, o órgão do MRPP, descreve assim o 25 de Novembro no RIA:
(...)
''3ª Anexo ao Relatório Preliminar do 25 de Novembro
OS «S»UV E O GOLPE (1º - RIA)
3.º Anexo ao Relatório Preliminar que continuamos a abordar.
QUEM ERAM OS «S»UV NO QUARTEL?
O RIA, tal como o nome indica, situa-se na cidade de Abrantes e é uma pequena unidade militar se a compararmos às unidades que integram o perímetro vizinho de Santa Margarida
Não obstante esse factor, o RIA tem a sua importância militar que lhe vem não só das armas que possui, das tropas que dispõe mas também da situação geográfica em que se encontra e que lhe permite rapidamente controlar algumas das mais importantes vias de comunicação terrestre com a região centro do nosso País.
Esta situação fez com que os social-fascistas do P«C»P e seus apêndices tudo fizessem para tomar conta da unidade controlar a sua actividade e mesmo dirigi-la.
Quando as manobras preparatórias do golpe social-fascista se iniciam, isto é, quase logo a seguir à reunião do MFA em Tancos que se realizou em Setembro do ano passado e onde os social-fascistas sofreram algumas derrotas, começa, no RIA. a tomar forma a actividade dos «S»UV. Essa actividade é então promovida, encorajada e fomentada pelo capitão Carvalhão, pelo capitão Pulguinhas e pelo alferes Soares, todos social-fascistas de primeira apanha. Estes três oficiais iniciam assim a sua actividade golpista e contra-revolucionária contando para isso com, o total e incondicional apoio que, consideram mesmo essencial e indispensável, de um certo número de estudantes universitários (os soldados de aviário) que fazendo parte do Curso de Oficiais Milicianos foram incorporados no exército com o posto de soldados.
Era a estes soldados de aviário que os oficiais social-fascistas do RIA davam instruções no sentido de espalhar e divulgar o que eram os «S»UV, quais os seus objectivos e no seio dos soldados de modo que esses pudessem vir a ser suficientemente «motivados» para serem mobilizados a participar nas actividades que os social-fascistas preparavam, isto é, o golpe.
Eram portanto estes senhores doutores, estes agentes do revisionismo que, infiltrados entre os soldados, espalhavam toda a sua ideologia podre e corrupta, todas as suas teses reaccionárias, as teses do P«C»P e do seu cão de fila UDPide as quais esses soldados de aviário bastas vezes demonstraram servir cabalmente.
Assim, no RIA, como na esmagadora maioria dos quartéis do nosso país, os «S»UV eram constituídos pelos oficiais social-fascista e por meia dúzia de agentes seus infiltrados entre os soldados e marinheiros. O que caracterizava estes agentes revisionistas ao serviço do partido social-fascista era o facto de serem indivíduos com cursos superiores ou sua frequência e na tropa terem o posto de soldados.
Bom exemplo do que dissemos anteriormente eram os casos dos soldados de aviário Canelas, Pereira, Ferro Rodrigues e Pessoa, todos eles com cursos universitários mas com posto de soldados e principais adeptos da suvalhada no RIA.
DOS «S»UV À COMISSÃO DE SOLDADOS
No entanto e apesar de todos os esforços dos social-fascistas, os filhos do povo do RIA não se deixaram iludir pelos «S»UV e os comunicados que por eles eram lançados eram na sua esmagadora maioria rasgados pelos próprios soldados e deitados nos caixotes de lixo ou nas instalações sanitárias da unidade. A mesma sorte tinham as mobilizações que os «S»UV tentavam fazer para levar os soldados a participarem nas manifestações por eles promovidas.
Vendo que os «S»UV não cumpriram a sua missão que era controlar a unidade e mobilizar os soldados para as suas manobras, os social-fascistas mudaram então de táctica.
Falando eloquentemente sobre uma necessidade que os soldados sentiam profundamente, a eleição do seu órgão da vontade popular a sua Comissão de Soldados, os social-fascistas souberam aproveitar-se desse facto e pondo-se à frente dessa justa reivindicação dos filhos do povo do RIA conseguiram alcandorar-se à posição de controlar exclusivamente tal órgão. Isto revestia-se de um importante aspecto que era o de que os «S»UV passaram a actuar na Comissão de Soldados e em nome desses mesmos soldados preparam e executam as manobras que estavam dentro do plano social-fascista para o dia 25 de Novembro.
A PREPARAÇÃO DO GOLPE
É assim que a partir de então, os social-fascistas, nas costas dos soldados e contra os seus interesses, desenvolvem toda uma série de contactos que visam o planeamento do golpe. Usando do nome de Comissão de Soldados, soldados a quem nunca davam conta das suas actividades e das suas diligências os social-fascistas do RIA estabeleceram os seus primeiros contactos sistemáticos com as unidades militares controladas pelos social-fascistas para o planeamento das tarefas conjuntas e das que caberiam a cada unidade de forma a que todas elas agissem de acordo com um plano que batesse certo com as ordens do P«C»P.
Foi deste modo que a Comissão dita de «Soldados» do RIA participou em «visitas» e discussões políticas frequentes corno aquelas que se processaram no Ralis, na EPAM no RPM no DG. e que precederam o golpe que nelas foi discutido.
Ao mesmo tempo que esses contactos decorriam, outros eram iniciados: os contactos e a ligação às organizações locais do P«C»P e dos seus cães de fila cujos nomes o Relatório escamoteia mas que por outro lado utiliza para atacar os órgãos da vontade popular.
O que é facto é que a Comissão dita de Soldados utiliza a sua influência para intervir directamente nas fábricas e nos bairros de modo que o P«C»P fortalecesse a sua posição de controlo sobre os órgãos da vontade popular tão necessários que eram para mobilizar o povo em apoio ao golpe de 25 de Novembro.
Muitos desses contactos, senão a maioria, visavam estabelecer uma plataforma de entendimento entre os dois componentes do golpe: o partido social-fascista propriamente dito e os seus caciques e agentes na tropa.
É neste sentido, que a Comissão dita de Soldados contacta com vários elementos responsáveis pelo trabalho do P«C»P nas CTs e CMs e que de acordo com as conclusões se viu a necessidade desses senhores intensificarem a mobilização dos trabalhadores para serem armados caso fossem recebidas ordens do P«C»P.
Uma outra tarefa tinha também ficado definida, os social-fascistas deveriam realizar uma gigantesca movimentação «popular» junto ao quartel para que se pressionasse o comando do quartel caso ele tentasse reprimir os social-fascistas do RIS.
Esses contactos foram feitos com caciques como Afonso Campante, Fernando Amante, Rodrigues, Chambel e Branco, conhecidos pelos cargos que desempenhavam como membros das Comissões Administrativas das câmaras e juntas e das mais importantes direcções sindicais da zona. (....)
transcrito do ''Luta Popular'' por Gualberto Freitas - ''No Revolução Ressaca''.
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