O discurso arquitectónico moderno tem na sua moldura epistemológica a antítese do seu próprio ego. Para ser claro a mediocridade das obras de Carrilho da Graça denunciadas publicamente pelo grande arquitecto de Macau (assim chamado por ter grande parte da sua obra nessa ex-colónia) Manuel Vicente, sem dizer o nome da criatura devido à sua insignificância cultural, ao absoluto vazio intelectual que se sente, apalpa e sofre na rigidez alentejana duma repetição exaustiva e monomaníaca das mesmas soluções, prova que a originalidade e o prazer da descoberta, essenciais na produção artística e na praxis cultural, estão ausentes daquilo que não é já arquitectura, por não ser arte, mas simples mercenarismo mercantilista e rendição abjecta ao mercado.
Num momento em que a palavra mercado é fuzilada pelo discurso unânime dos observadores internacionais, como diria Deleuze a esquizofrenia estereofónica do cifrão é o que caracteriza o discurso mercantilista.
Em suma Carrilho da Graça devia ter nascido no Souto e ser empreiteiro.
Ao contrário dele o nosso caro Duarte Castel-Branco reúne uma formação académica de nível superior, a mera licenciatura, no tempo do processo de Bolonha, não devia permitir dar aulas numa Universidade, com os pergaminhos rompedores daquilo a que Foucault chamava num livro célebre a ''loucura do desafio artístico''.
O processo de criação como disse Franz Kafka é um processo alucinatório porque o artista quando cria está en transe e imune às pressões inadmissíveis dos mercados, às concessões reles ao sistema, e manifesta virilmente a sua interpretação do mundo.
É o que sucede nesta obra-prima de Duarte Castel-Branco e Lagoa Henriques, que a nossa autarquia, por desconhecimento dos valores artísticos, tem abandonada, porque acham que a escultura é uma forma de decoração de rotundas, do mesmo tipo de decoração que as pessoas da classe social autárquica ( noção científica emanada do discurso de Castoriadis sobre a burocracia) praticam nos seus lares colocando bonecas espanholas, vestidas de sevilhanas em cima das televisões. Felizmente a chegada dos novos formatos televisivos roubou espaço a esta prostituição do espaço doméstico e fê-los colocar as sevilhanas em cima do frigorífico.
esta foto original oferecida à petição por um representante da família Ataíde Castel-Branco (só um plebeu reles é que escreve o apelido Ataíde com y (1)) é uma relíquia porque provém da redacção das Novidades, orgão da imprensa católica que o Rev. Cónego Graça não leu, porque senão escrevia melhor, como se pode ver no verso
Isto é arte, a obra de Duarte Castel-Branco e de Lagoa Henriques, as construções de Carrilho da Graça são simples concepções próprias do discurso empreiteiral.
Marcello de Noronha
(1)- Plebeu no sentido cultural. Todos os carrilhistas são plebeus culturais. A arte é uma forma de nobreza. Provavelmente como disse Picasso a aristocracia sou eu.
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