Sábado, 13.06.15

 

Os Belos uma família de ovar

TEXTO: José Maria Fernandes da Graça

 

A propósito de gastronomia lemos, em tempos, numa qualquer publicação, esta referência: “Culinária Portuguesa” (1936), de Oleboma (António Maria de Oliveira Bello). “Escusado será dizer que desde o primeiro momento estes apelidos nos deram a impressão, muito próxima da certeza, de que estariam ligados a Ovar. Efectivamente, e depois de tentarmos, em vão, obter elementos esclarecedores junto de entidades que o poderiam fazer, fomos recentemente alertados para um livro existente na nossa Biblioteca sobre “A Família Oliveira Bello, de Ovar”. Trata-se realmente de um trabalho exaustivo sobre a árvore genealógica desta família a partir de Francisco de Oliveira Bello, que viveu nos meados do século XVIII.

oleboma.png

 

Fernando de Oliveira Bello, natural de Ovar, filho de Francisco de Oliveira Bello, donde procedeu uma nobre família.

 

Quatro membros masculinos desta família Oliveira Bello, que residia na Rua das Maravalhas, hoje Rua Castilho, em Ovar, tendo ficado órfãos de pai, emigraram para Lisboa, dando origem a outros ramos familiares, que depressa se tornaram conceituados na capital: Ramada Curto, Champalimaud, Pereira Coutinho, Ravara, Ortigão, Burney, Bustorff, Quartim Bastos, Santos Crespo, etc. O livro é um manancial de elementos confirmativos das qualidades que sempre reconhecemos nos vareiros. Os leitores mais idosos decerto se lembrarão de dois irmãos, Duarte e Fernando Bello, velejadores premiados internacionalmente, em Inglaterra, nos Jogos Olímpicos de 1948, conquistaram para o nosso país uma medalha de prata. Pois eram descendentes dessa família. Agora, no tempo actual, quase todos vemos nas nossas televisões a figura mediática do Miguel Sousa Tavares, prestigiado jornalista e analista político, a dissertar com muito saber e à vontade sobre a vida quotidiana no nosso País. Tem raiz vareira, é tetraneto de gente de cá.

belos.png

 

 

 

Mas vamos à razão principal do nosso interesse: esse livro a que nos vimos referindo diz-nos que António Maria de Oliveira Bello, mestre gastronómico nascido em Lisboa em 31 de Maio de 1872 era neto de vareiros e de mulher nascida no Rossio de Abrantes, mas também filha de gente de Ovar. Casou com D. Josefa Macedo dos Santos, e faleceu na mesma terra em 1835. Que foi figura de grande preponderância no meio lisboeta, poderemos sabê-lo através dos elementos recolhidos no livro referido: “Fez parte da administração da Casa Bellos e Formigaes, fundada por gente de Ovar, foi deputado ao Parlamento em 1907 e 1908, administrador da companhia colonial de Navegação e da Sociedade Portuguesa de Seguros, director da Associação Comercial de Lisboa, membro da Sociedade de Propaganda de Portugal, Director do Automóvel Clube de Portugal e fundador da Sociedade de Gastronomia. Gastrónomo muito conhecido, escreveu dois livros muito notáveis no seu género; “Culinária” (1928) e “Culinária Portuguesa” (1935). Coleccionador de pedras de reputação internacional, era correspondente do “Geographic Magazine” em Mineralogia, membro da Academia de Ciências, e fez várias doações de pedras com valor geológico ao laboratório do Liceu Camões, à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e ao Museu da Ciência em Londres. Foi, ainda, membro do Conselho Superior da Marinha Mercante, do Conselho Superior Técnico Aduaneiro, do Conselho Internacional de Turismo e da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. A leitura deste livro de Fernando Neves Bello, para quem gosta de Ovar, é um regalo. Porque mostra como nesta família estão espelhados os valores bem representados por tantos conterrâneos nossos que, por razões várias, tiveram que emigrar um dia para outras paragens (…) Artigo publicado no quinzenário ovarense JOÃO SEMANA

 

 

com a devida vénia

 

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