Supomos que temos um dia destes de voltar à porca da política actual, hoje ou amanhã.
Já se escreveu aqui umas notas sobre a entrevista do Manuel Lopes, ex- autarca da APU.
Como a Históra é uma coisa que vai fazendo, fomos procurar informações ao sítio certo, ou seja à direcção nacional dum partido que até 1974 e inclusive uns anos depois mantinha casas e instalações clandestinas.
Pacheco Pereira, no 2 º tomo da sua biografia de Álvaro Cunhal, explica bem o funcionamento das casas clandestinas do PCP e também faz uma referência a Maria Fernanda Corte Real Silva, que viveu nesta casa
Já agora baseia parte do livro num trabalho de Jorge Santos Carvalho, sobre as relações luso jugoslavas.
Diz o Lopes que havia um andar devoluto, em 1974, nesta casa.
Era por baixo da residência do Dr.Orlando Pereira, que faleceu em 2016 e que o PCP de Abrantes ainda não homenageou.
O andar tinha sido alugado pelo Advogado e servia de casa de apoio as actividades clandestinas do PCP, durante os últimos anos do fascismo, sendo usado por um membro do Comité Central.
Antes de ficar devoluto era residência da família Feijó.
Com a legalização do Partido....ficou esquecido...por isso estava devoluto.
De forma que a Comissão de Moradores.....foi ocupar um andar da estrutura clandestina da resistência à ditadura.....
ma
anúncio de Orlando Pereira numa Seara Nova de 1960....onde também anunciava
Numa entrevista ao Médio Tejo, o Manuel Lopes (aqui numa imagem RTP escoltando Cunhal quando este desembesta ferozes diatribes aos críticos do estalinismo, cuja face mais visível ,em Abrantes, era o dr. Rolando Silva) faz umas revelações interessantes sobre o PREC.
Vamos comentá-las, mas agora vamo-nos concentrar nesta ''ocupação'' de que se gaba o homem.
Segundo as declarações só conseguiram ocupar uma casa que estava devoluta, propriedade da ''senhora Julieta Farinha Pereira''.
O edifício propriedade da D.Julieta era este:
Nele vivia, num andar arrendado, o Dr.Orlando Pereira, subchefe local do PCP, porque a chefa era a mulher, Senhora D. Fernanda Corte Real e Silva Pereira, que na época ainda não era licenciada, porque se formou depois de Abril.
Era a ''chefa'' da quase ausente estrutura comunista local e segundo Eurico Consciência '' mais sectária que Cunhal e Brejenev juntos''.
Quem era a única vítima do Manuel Lopes, o OKUPA????
É a senhora à esquerda da Tia Mary Lucy.
Julieta Farinha Pereira, mulher duma ampla cultura, incorrigível fumadora, era filha de António Farinha Pereira, que fora um dos mais importantes dirigentes republicanos abrantinos, e que ao longo da sua vida manteve uma inquebrantável fé em que a Ditadura cairia.
( ver aqui artigo de AFP na ''República'')
O Carlos Ferrão ainda, em 1963, neste livro evocava essa fidelidade a um ideal liberal....
E o velho Farinha Pereira morrera em 1947.....
O irmão de Julieta Farinha Pereira, o Fernando padecera a cadeia por liberal e maçon, e na cidade proliferavam casas vazias e fascistas, mas o prédio que a D.Julieta erguera, com as suas economias, em vez de ir investir em andares em Lisboa, seria o alvo dum homem que se gaba de ser ''amigo'' dum fascista notório, o Isidro Sequeira Estrela.
Lá impuseram em nome duma legitimidade da treta, o inquilino que quiseram à D.Julieta.
Em 1975, o outro inquilino, o Dr. Orlando Pereira era candidato pelo MDP e cobria-se de ridículo com uma miserável votação nas eleições para a Constituinte, porque um povo sábio viu que o PCP lhe estava a vender gato por lebre.
O MDP era o PC disfarçado.
O Dr.Orlando Pereira, que atravessava circunstâncias financeiras particularmente difíceis, foi nomeado para Notário em Lisboa. Para lá foi.
Era 1975. Ao longo de anos manteve a casa alugada desabitada em Abrantes, com a tolerância da D.Julieta.
Naturalmente a Comissão de Moradores não foi verificar se a Casa do Camarada Orlando estava vazia e se lhe devia ser dado destino mais útil.
Não se faz isso a um Camarada, especialmente se é um Chefe.....
A D.Julieta podia ter despejado o Dr.Orlando, mas achava que não se devia fazer isso, a um homem que atravessava circunstâncias financeiras delicadas e cujo filho padecia a cadeia por motivos políticos.
Também podia ter feito isto ao Manuel Lopes e aos ''okupas''
Não fez, é lá com ela.
Já agora quando é que o Lopes nos conta como é que o Vereador Campante ''roubou'' umas metralhadoras para ajudar a montar uma ditadura, que seria dez vezes pior que o fascismo, nesta terra????
ma
recorte : Tal e Qual
foto do julgamento por dimafação do executivo da CMA por queixa do Anacleto, em que o Manuel Lopes e os outros réus pediram humildemente desculpa ao queixoso. A crónica do Ferreira Fernandes sobre isto é ''imperdível'' ........
Já se falou aqui muitas vezes do que era o mais importante dirigente da Oposição à Ditadura em Abrantes em 1974. A Cidade continua a dever uma homenagem ao Dr.Orlando Pereira, Advogado e dirigente oposicionista. Para recordar esquecidos mais umas achegas bibliográficas.
mn
Já se falou aqui muito da Drª Maria Fernanda Corte-Real Silva, como dirigente local da Oposição, resistente, única mulher dirigente do MUD-Juvenil (com Octávio Pato, Mário Soares, etc), presa política, mas faltava um pormenor a passagem à clandestinidade.
Leiam este livro
da Historiadora e ex-deputada do Bloco, Cecília Honório. Há uma parte que está disponível aqui
(imagem retirada do Silêncios e Memórias-Ficha da Pide- publicado num dos livros sobre Presos Políticos da Comissão do Livro Negro sobre o regime fascista.)
extracto do livro citado...
ORLANDO PEREIRA (1924 - 2016)
Cidadão da Resistência contra a Ditadura durante décadas, muito respeitado em Abrantes, é considerado o líder da Oposição Democrática nesse concelho, nas décadas de 50, 60 e na primeira metade da década de 70 do Século XX. Em 1975, foi candidato a deputado, pelo MDP/CDE.
1. Nasceu a 24 de Março de 1924, em Alenquer (Merceana), onde o seu pai desempenhava o cargo de secretário da Câmara. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa. Na Faculdade conhecera a mulher com quem iria casar em 1950, Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva, uma activa militante da Oposição, julgada em Tribunal Plenário (1).
Pertenceu à direcção do MUD Juvenil e esteve preso no Aljube, em 1949, juntamente com outros antifascistas, entre os quais Mário Soares. Mantinha, então, ligação ao Partido Comunista.
Foi para Abrantes em 1951, pela mão de Armando Martins do Vale, advogado de renome, para dar continuidade, como advogado, ao escritório do advogado João de Matos, quando este foi para juiz.
Mais tarde, em 1955, depois de ter feito estágio para “ Registos e Notariado”, em Mação, e concorrido para o notariado, foi-lhe vedado o acesso à função pública e impedido de ocupar o lugar de notário do Cartório de Albufeira, a que tinha direito ao ficar colocado em 1º lugar: tinha sido alvo do famigerado Decreto-Lei nº 25317, de 13 de Maio de 1935, que bania da Função Pública quem não desse garantias de fidelidade ao regime ditatorial do Estado Novo. Assim, não chegou sequer a tomar posse do cargo e foi advogado em Abrantes, durante um quarto de século, entre os primeiros anos da década de 50 do século XX e o princípio do ano de 1977 (2).
Orlando Pereira participou activamente em todas as campanhas eleitorais e, em 1961, foi candidato da Oposição, no distrito de Santarém. Em 1973, integrou a Comissão Nacional do 3º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro.
Como advogado, defendeu vários presos políticos julgados nos Tribunais Plenários.
Desempenhou diversos cargos na Ordem dos Advogados: delegado às assembleias-gerais, entre 1963 e 1971, e delegado na Comarca de Abrantes, entre 1968 e 1971.
2. Foi candidato do MDP/CDE a deputado, nas primeiras eleições democráticas realizadas e 25 de Abril de 1975, para a Assembleia Constituinte.
Na sequência da revolução de Abril de 1974 veio a ser reintegrado na Função Pública, mediante a simples prova do seu afastamento por motivos políticos, que estava patente no “Diário do Governo” em que fora publicada a deliberação do Conselho de Ministros que o demitiu; e, em princípios de 1977, Orlando Pereira era nomeado notário do 13º Cartório Notarial de Lisboa, um importante cartório na Baixa lisboeta, onde terminaria a sua carreira profissional. Faleceu no dia 21 de Junho de 2016, em Lisboa, com a idade de 92 anos.
(1) Maria Fernanda Silva (Pereira) fez parte do MUNAF; em 1945, com 19 anos, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas; no ano seguinte, integrou a primeira Comissão Central do MUD Juvenil (sendo a única mulher), com Mário Sacramento, António Abreu, Francisco Salgado Zenha, José Borrego, Júlio Pomar, Mário Soares, Nuno Fidelino Figueiredo, Octávio Pato, Óscar dos Reis e Rui Grácio. Conheceu Orlando Pereira, estudante do 2.º ano e dirigente estudantil ligado ao Partido Comunista, e data de então a sua adesão a este partido, fazendo-se a intervenção no âmbito daquela organização juvenil. Foi enquanto dirigente do MUD Juvenil que foi presa por duas vezes, o que fez com que não concluísse imediatamente o curso: a primeira, em Évora, juntamente com Júlio Pomar, a 27 de Abril de 1947, foi libertada quatro meses depois; tornou a ser detida, desta vez em Beja, em 24 de Abril de 1948, recolhendo mais uma vez ao Forte de Caxias. Saiu em liberdade condicional passados três meses, em 29 de Julho. Julgada inicialmente pelo Tribunal Plenário de Lisboa em 15 de Março de 1949, seria condenada a 40 dias de prisão correccional e suspensão de todos os direitos políticos por três anos, mas a sentença seria agravada para 100 dias de prisão correccional, por acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 19 de Julho de 1950.
(2) Testemunho do advogado abrantino José Amaral: “Foi com ele que fiz o meu estágio, entre Março de 1976 e 30 de Setembro de 1977. Após o Dr. Orlando Pereira ter pedido a suspensão da sua inscrição na Ordem dos Advogados, quando foi para Notário (...) continuei no escritório do Dr. Orlando, pelo qual fiquei responsável, a tempo inteiro, a partir do dia 12 de Agosto de 1976, que é a data que marca o início da minha vida activa. Ele só vinha ao fim-de-semana, e nem sempre. Aprendi muito com ele». (facebook)
Biografia da autoria de Helena Pato
http://silenciosememorias.blogspot.pt/…/1016-maria-fernanda…
http://amar-abrantes.blogs.sapo.pt/faleceu-orlando-pereira-…
Candidatos da Oposição à Assembleia Nacional do Estado Novo (1945-1973). Um Dicionário, de Luís Reis Torgal e Mário Matos e Lemos.
publicado pela Barca, última edição, artigo da autarca oposicionista da Bemposta, Srª Dª Maria Fernandes.
A Barca foi o único jornal a noticiar a morte do anti-fascista Dr. Orlando Pereira, reproduzindo o post do Dr.José Amaral, no Coluna Vertical, ilustrado com esta foto aqui publicada
o nosso obrigado à Directora, Margarida Trincão.
Ainda há jornais com memória.
ma
Devida vénia ao Senhor Professor Doutor Adelino Maltez, autor desta preciosidade
Para meter um cenário abrantino, direi que o General Mesquitella se meteu num avião na Base da Granja em Sintra e não o conseguiu fazer arrancar. O colega dum militar abrantino, o caríssimo Hermínio da Palma Inácio, tinha sabotado o avião. Queria o Mesquitella, feito com o Santos Costa, ver como evoluía a coluna rebelde que vinha da Mealhada, onde entre os revoltosos estava o Fernando Pacheco do Amorim.
Cumpria ordens, o Hermínio, do General Marques Godinho e do Almirante Cabeçadas, que sempre alegaram obedecer ao Marechal Carmona.
Para ver a rendição da coluna da Mealhada, o melhor são as memórias do General Galvão de Melo, interveniente pessoal na abortada refrega.
ma
O dr. João Esteves, dedica um 3º post à biografia da dirigente comunista e resistente Maria Fernanda Corte Real Graça e Silva e tem a bondade de se referir simpaticamente a este blogue.
O post tem mais algumas preciosas achegas biográficas sobre a jurista abrantina, em parte com base no livro ''Mulheres Portuguesas contra a Ditadura, de Cecília Honório, e revela por exemplo que um bufo abrantino (que espero que não tenha sido aquele que eu penso) enviou para a sede distrital da PIDE/DGS, em 1972, 2 fotos da mulher do Dr.Orlando Pereira, acompanhadas de referências ao filho, o meu amigo, Orlando.
Aqueles que na revista Zahara sustentaram a inactividade política da Drª Fernanda, nas décadas de 60 e 70, têm aqui o desmentido. A Pide seguia com atenção o que fazia... e o que fazia o Orlando...que também seria preso político depois do 25 de Abril. Essa é outra história.
Ainda não li nem o referido livro da Cecília Honório, nem o outro da Vanda Gorjão onde há uma entrevista de Fernanda Silva, onde fala sobretudo do MUD.
Não será demais recomendar que a Biblioteca António Botto compre esses livros, nem que o PCP faça justiça a Orlando Pereira e a Fernanda Silva.
Por mais que esteja nos antípodas ideológicos daquilo em que acreditaram, é naturalmente claro que enquanto Maria de Lourdes Pintasilgo medrava nos corredores do marcelismo, entre entrevista com diplomata ianque e beija-mão ao Cardeal António Ribeiro, a resistência, uma longa resistência à ditadura apostólica e beata, foi realizada por mulheres da fibra da mãe do Orlando.
Já chega de hagiografia beata e também já chega que a história do PCP tenha de ser feita (e muito bem) por historiadores como Pacheco Pereira.
Que problemas têm com o passado os comunistas de Abrantes?
ma
veja aqui o vídeo sobre o livro de Cecília Honório onde fala de Fernanda silva
A história da Oposição à Ditadura em Abrantes está por fazer, apesar de haver alguma coisa publicada incluindo aqui neste Blogue. Mas são artigos de jornal (Mário Semedo no Ribatejo), alguma coisa que se encontra na Cronologia de Abrantes do Século XX do Eduardo Campos e pouco mais.
Neste blogue encontram alguma coisa, como o encontram para a história da República, onde com a divulgação da obra de Martins Júnior ‘’Landru na República da Calábria’’ se desmontaram as teses hagiográficas do Sr.Dr. Martinho Gaspar pela pena do homem que em Abrantes proclamou a República, João Augusto da Silva Martins.
O Sr. Dr.Martinho Gaspar num artigo publicado na ‘’Barca’’ sobre a ARA-Associação para o Desenvolvimento da Região de Abrantes ligou o nome de Duarte Castel-Branco à Ditadura.
Não referiu nenhuma fonte documental e até hoje não desmentiu a atoarda infame que insulta um homem que passou pelos calabouços da PIDE e que lutou contra Ditadura.
Aproveitando a homenagem a Duarte Castel-Branco pelo Rotary Club reproduzem-se documentos que provam o contrário e que associam outros Rotários ao combate contra a situação política vigente em 1958.
Convém situar a coisa. Trata-se de duas cartas do Advogado e Escritor Vergílio Godinho dirigidas ao ilustre intelectual da Seara Nova Câmara Reis.
Em 1958 antes de se definirem as candidaturas rivais do General Humberto Delgado e do Advogado e Pintor Dr. Arlindo Vicente, círculos afectos ao PCP tentaram a candidatura de Cunha Leal, ex- Primeiro Ministro da República . Como conta Mário Soares no ‘’Portugal Bailloné: Cunha Leal, homem da Direita Republicana, acabou por não reunir o consenso dos meios oposicionistas. De seguida a Oposição dividiu-se entre as candidaturas de Humberto Delgado e Arlindo Vicente, situação que terminaria com a desistência de Vicente a favor de Delgado.
É neste contexto que se forma o núcleo abrantino de apoio a Cunha Leal, cujos nomes agora conhecemos e que o Advogado e escritor abrantino (de adopção) Vergílio Godinho escreve a Câmara Reis.
http://www.pedroalmeidavieira.com
Não vou fazer a história da luta seguinte entre os oposicionistas que se dividiram entre Vicente e Delgado, mas o lógico é que os amigos do PCP seguiram Vicente. E Duarte Castel-Branco foi chefe de gabinete de Arlindo Vicente. Mais tarde voltaram a reunir-se em torno do General de infância abrantina, ali na R. da Barca, Delgado.
Das pessoas que constam na lista uma morreu outro dia o Sr. Dr. João Marques de Matos, de Alvega, na sua Coimbra. Apresentamos as condolências à família.
Dos que estão na lista dois foram Rotários: o meu amigo e médico Dr.Joaquim Costa e Simas (que foi fundador do Rotary Club), fundador também do PPD de Abrantes e quando o conheci melhor furibundo anti-comunista, anti-eanista e anti-borrabotas.
Um grande senhor. Um médico eminente. Um cirurgião com uma mão confiscada a Deus, apesar de ser ateu. Um bont-vivant.Um homem bom.
Os filho/as de Costas Simas são peticionários, tinha de ser.
Na sede do PSD há uma foto dele numa parede. Pena que tenha de aturar alguns anacléticos que há por lá.
Outro rotário oposicionista foi o comerciante Roberto Palma, cujo apelido está ligado a uma das mais antigas lojas abrantinas.
O Sr. Dr.Correia Semedo é o pai do jornalista Mário Semedo e da nossa amiga e peticionária Dr.ª Isabel Semedo. Foi meu amigo como Costa e Simas e chamou-me fascista alguma vez. E eu chamei-lhe comunista, coisa que o ofendia muito, porque era unitário ou seja do MDP-CDE:
O Sr.Dr.Orlando Pereira foi perseguido pela Ditadura, deixou o escritório ao Zé Amaral e é pai de amigos nossos.
Não vou fazer a biografia do resto dos oposicionistas. Tenho dados mas ficam para outra vez. Nem vou referir o nome do senhor, do outro lado da barricada que está nos Rotários e que combateu por Thomaz.
É meu amigo.
Espero que o sr. dr. Gaspar aprenda que a História se faz com documentos.
E recordar o que conta Duarte Castel-Branco entre um pide e um mentiroso a diferença é pequena. Quando ele foi dar uma volta à Europa, de moto, nos anos 50, com o Sá Nogueira....
Partida de Abrantes em 1952 de Duarte Castel-Branco, Rolando Sá Nogueira e Jorge Vieira numas bombas Motofix de 50 cm·
a canalha sustentava que estava na Checoslováquia a tirar um curso de metralhadoras para matar fascistas.....
Marcello de Noronha, da Tubucci
agradeço: ao Paulo Falcão Tavares e a uma jovem da idade de Duarte Castel-Branco as informações dadas
Bibliografia Mário Soares, Portugal Baillonéé, Calman-Levy; Paris 1972
Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes no Século XX, CMA, Abrantes 2000
Mário Semedo: artigos vários no Ribatejo e Primeira Linha e noutras publicações
Jorge Vieira, Homem Sol, com textos de Ana Sousa Dias, António Mega Ferreira, Gérard Castello Lopes e João Lima Pinharanda e Rui Chafes, Parques das Nações,Lisboa 1999
A blogosfera também foi útil. Naturalmente a fonte essencial (oral) foi o Prof. Duarte de Ataíde Castel-Branco
Lamenta-se a ausência do famoso Manuel Dias entre os anti-fascistas mas não consta nos documentos ....
Decidimos hoje além de nos solidarizar-nos com o jornalista Mário Semedo, peticionário e nosso amigo, evocar a sua ilustre família, lembrando que também a sua irmã Drª Isabel Semedo, prestigiada inlelectual de esquerda, se encontra solidária com a petição, como é próprio duma pessoa de boa família (todos os que assinam são de excelente família) e da filha do primeiro Presidente democrático de Abrantes desde 1926.
Correia Semedo foi figura destacada na Oposição democrática abrantina, juntamente com Duarte Castel-Branco, Orlando Pereira, Manuel Dias, José Vasco, Costa e Simas e outros que pensamos evocar quando houver tempo e espaço. Era a geração saída do MUD.
Natural do Gavião, impedido de seguir a magistratura pelas suas ideias políticas, Correia Semedo estabeleceu banca de Advogado em Abrantes onde casou com D.Maria da Luz Esteves, duma ilustre e rica família de Rio de Moinhos.
O seu ideário político não o impediu de ser uma figura popular e de manter excelentes relações pessoais com personalidades do antigo regime, sendo particular amigo do eterno bon-vivant, dr. Lizardo Chambel, dirigente local da União Nacional.
Foi também um desportista apaixonado pela pesca e fundador (pensamos nós) juntamente com o Zé Bioucas e outros (desculpem mas a memória é fraca) dum clube de pesca desportiva que organizou célebres jornadas internacionais desta modalidade, que trouxeram à cidade centenas de praticantes estrangeiros ao longo de décadas.
Como político foi um homem tolerante, embora conotado com o MDP-CDE, tendo impedido saneamentos selvagens na CMA e tendo sido vítima nos seus próprios bens pessoais, do anarco-populismo. Era gerente e sócio da Assembleia de Abrantes quando a histórica sede desta Associação cultural foi ocupada e vandalizada por agitadores da extrema-esquerda.
Como autarca teve de enfrentar os anos díficeis do PREC e depois de abandonar a Presidência da CMA, desempenhou funções como membro da Assembleia Municipal, liderando a bancada da APU/CDU.
A sua mulher e nossa amiga, D. Maria da Luz, foi durante muitos anos a dinâmica Presidente da Associação de Antigas Alunas do Colégio de Fátima e a alma das vastas actividades produzidas por esta organização.
Publicamos de seguida um artigo evocando a personalidade do pai do Mário:
Como podem verificar, este texto publicado na Nova Aliança, pelo Sr.Fonseca é um bom contributo para a sua biografia.
Miguel Abrantes
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