1832, Julho, 16 - Agosto, 4 - Abrantes Correspondência do brigadeiro João Vieira Tovar e Albuquerque, governador da Praça de Abrantes, para o marquês de Tancos sobre ter pedido aos capitães-mores que lhe enviassem relações dos homens que ainda existissem nas companhias de Artilharia e não dar instruções a uma guerrilha chefiada pelo prior Luís António Ferreira Bairrão da freguesia de São Pedro de Abrantes, por ter poucos homens. 2 fls. manuscritas. (DOC) - PT AHM/DIV/1/20/031/06

O Senhor Padre Bairrão era miguelista. Queria defender o  Trono e o Altar e já agora umas propriedades que tinha no Tramagal, porque pensava que os ''malhados'' iam fazer uma reforma agrária anti-padres.

Comprou uns trabucos, juntou umas hóstias para dar a comungar ao seu bando de facínoras, pediu às beatas dinheiro para comprar uns arráteis de pólvora e abriu inscrições.

Pouca gente se apresentou. Ou o Padre pagava mal ou os abrantinos não queriam ir para a Sierra Maestra.

Face à pouca oferta de energúmenos, o Tovar e Albuquerque não deu licença ao Bairrão para montar uma ONGG.

Ou seja uma Organização não governamental de guerrilha.

Não sei se o P.Bairrão chegou a dar em liberal. Capaz disso era ele.

mn

Diário de Governo, 20 de Fevereiro de 1822

Tudo muito divertido. Os frades de São Domingos louvam o liberalismo que lhes há-de fechar o convento e reduzi-los à indigência. O Padre Bairrão (da família Bairrão do Tramagal) louva-o também, mas ainda parece-me que o veremos a ser o mais feroz partidário de D.Miguel I. O do Souto era o Rosa, deve ser uma constante histórica. Mas quem vemos usar pólvora e mandar bandidos pró hospital é o Rev. Domingos da Costa que enviou para o hospital o bandoleiro  Gordo em perigo de vida, não tendo por isso quase tempo de  fazer hossanas às bondades do sistema constitucional.

MN