Igreja de S.João. Sacristia.
Caro Padre Catarino, é lamentável que aquele Professor de Filosofia seja um burlão.
Que se há-de fazer, sempre foi assim!
O tipo é muito bem falante e engana toda a gente!
A mim não me engana, esteve cá há uns dias e pediu-me dinheiro para ir ao enterro do Pai.
E o que fez?
Dei-lhe , coitado. O rapaz tinha-se esquecido que fui eu que enterrei o Pai dele. Mas devia ter necessidades. Aliás o Pai, que era Juiz, tinha-o metido na cadeia aos 18 anos por burlão e não resolveu nada.
O senhor é tonto?
Jesus disse que o Reino dos Céus é dos pobres de espírito.
ma
Américo Tomaz em S.João
O artigo leva o título ''Resgates'' e foi publicado no JA em 2002 pela D.Nucha Soares Mendes, que também assinava Tereza de Mello, como escritora.
Tudo o que diz é o retrato dum homem bom.
ma
Américo de Deus Rodrigues Thomaz em S.João, aquando da inauguração do monumento a Nuno de Santa Maria. No altar-mor D.Agostinho de Moura e o cónego Joaquim de Freitas e o Rev. Padre Luís Ribeiro Catarino.
Foi o pior dia da vida do cónego Freitas. À viva força queria que o De Deum fosse em S.Vicente e que o P.Catarino não estivesse presente.
Mas o Condestável tinha ouvido missa em S.João, antes de partir a matar castelhanos para Aljubarrota.
Estava em Fernão Lopes.
O Cónego resmungava esse Lopes deve ser comunista ou amigo do João Soares Mendes.
O povo de Abrantes saúda apoteóticamente o ''Venerando'' Chefe de Estado. Nem Marcelo Rebelo de Sousa conseguia uma recepção destas.
mn
Abrantes, 14-6-1951
Meu caro Amigo,
Obrigadíssimo pela sua carta e tudo o que ela quer dizer. Apesar de tanto na carta de agradecimento como em todas as outras escritas a agradecer os parabéns dos Superiores: Monsenhor Conégo Moura (?), Mons. Félix, etc e dos Colegas, ter sempre frisado que considerava a distinção concedida extensiva ao laborioso clero do Arciprestado de que eu sou fortuito chefe de equipa e portanto portador do troféu, isso não foi nem podia ser com o fim do óbulo do Arciprestado assim honrado, houvesse de ser chamado a suportar os encargos das vestes. No entanto a sua ideia é cheia de beleza e a concretizar-se seria uma expressão de unidade e teria um significado sacerdotal admirável e as vestes encomendadas seriam uma presença moral de todo o Arciprestado, em dias de festa e actos oficiais. Mas por causa dessa vez que se calou e na primeira homenagem de Bodas Sacerdotais empreendidas a favor do sacerdócio, que devia ser exaltado na pessoa do que primeiro fez essa celebração, foi falar dizendo do próprio homenageado (!) que massacrou durante uma boa meia hora dizendo-lhe da sua discordância de tais coisas, a ponto do homenageado explodir, perante mim num desabafo de choro, que nunca mais me esquecerá, é que eu manifestei a minha relutância em receber homenagens deste género mas nem por isso deixei de promover em anos seguidos, fugindo com o corpo dos gestos não humanos do bípede (por favor da natureza). Isto é único!
No entanto, para que se não atraiçoe o seu pensamento nem o de muitos e se não perca o significado nem se julgue que a minha recusa é motivada pela soberba e abominável desprezo e antipatia contra os colegas independentemente do que estes façam ou promovam, aceito se assim o entender de murça que V.Exa Reverendíssima poderá encomendar ao Cónego Manuel Filipe ou outrem, pois vários têm de vir para os titulares de Portalegre e até serão mais baratos assim.
Há um grupo de rapazes amigos (serão do Benfica) que me oferecem a facha e senhoras que me oferecem o Roquete. Não tenciono pensar no caso.O resto dir-lhe-ei oralmente.
Um abraço amigo
P.Freitas
transcrição MP
O destinatário pediu reserva de identificação e autorizou a publicação, após a sua morte, como documento para a História da Cidade.
O Cónego foi muitos anos Arciprestre de Abrantes até cerca de 1974, director da ''Nova Aliança'' e ainda outro dia foi elogiado pelo Graça.
O visado pelos insultos era o Padre Luís Ribeiro Catarino, um santo e pároco de S.João, até cerca de 1978.
mn
Dedicado à pia fidalga de Évora, por Salazar ter confinado, em terras alentejanas, o talibã que morreu em odor de santidade, não fosse ele tapar o decote de S.Graciosa Majestade.
Foi Freitas afastado da Ponte de Sôr por Dom Domingos Frutuoso......
homem íntegro e duro, que valia muito mais que o beato arcebispo e que aliás também lhe chegou a disputar o pontificado de Lisboa.
Sim, porque razão?
Houve razões ponderosas que o levaram a ser corrido de lá, como há razões mais que poderosas para enviar o Graça seringar a outra parte.
Abram os arquivos diocesanos e veremos porque razão foi saneado o Freitas, um tipo vaidoso e insuportável, que levou Agostinho de Moura a proibir o baile de La Salle e a insultar o Direito da Igreja e um homem bom, que valia muito mais que ele, e que se chamava Irmão Luciano Paciente.
Não costumo perdoar a quem viola o Direito , nem a quem prevarica, nem quem tem do homem uma visão mesquinha e redutora.
Quantos colégios católicos,ergueu com sabedoria e infinita grandeza, o meu amigo Rev.Irmão Luciano Paciente.
Só Abrantes?
Estão a brincar comigo.
Uma enciclopédia honesta recorda um homem que viveu a guerra, a perseguição e que nunca odiou ninguém. Um Mestre, um clerc, um homem de cultura
e de profundo humanismo. Tudo foi, excepto um beato.
Adrián Fernández Rodríguez ‘Hermano Luciano Paciente’. |
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Nenhuma enciclopédia recorda o Freitas e as maldades que fez a Luís Ribeiro Catarino, por mera e sórdida inveja a um homem que era melhor que ele.
Mais culto, melhor pessoa, mais sábio, mais erudito, mais caridoso, se eu tivera de elogiar um só homem, seria este.
Nada encontrarão contra ele no Arquivo de Portalegre a não ser denúncias de abrilistas da vigésima sexta hora, sequiosos de poder.
Poder para transformar a Igreja de Abrantes no que é .
Tenho o mau costume de ajustar contas e de fazer justiça.
Luís Ribeiro Catarino ou Luciano Paciente diriam que não o é este o caminho.
Não deve haver medo de falar. Mas deve haver memória e honra para quem honrou o hábito que vestia.
ma
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