
O Ventura (sem cabeção e hábito talar) recebendo uma medalha do Presidente PS de Ourém e supostamente clerical

Carta aberta a propósito de “Retalhos de uma vida sacerdotal”.
Caro Sr Dr Joaquim Rodrigues Ventura,
Apesar de eu lhe ter pedido que desistisse de o fazer, o senhor apresentou publicamente neste domingo, 10 de abril, o seu livro “Retalhos de uma vida sacerdotal”, que define como auto-biográfica.
Ingenuamente julguei que, depois de ultrapassadas todas as trapalhadas por si continuamente geradas e alimentadas, e de termos chegado a um acordo que poria fim ao diferendo entre o Colégio e a FAA, o senhor ficaria sossegado a dirigir os seus projetos pessoais. Mas não! Com o texto que agora apresentou teima em repetir, até a exaustão, a mentira, que para si é sagrada, na vã ilusão de que a repetição obstinada a transforma, magicamente, em verdade!
Em 12jun1982 João Paulo II disse aos bispos argentinos: «É fácil, e pode ser cómodo por vezes, deixar as coisas diversas, abandonadas à sua dispersão. É fácil, colocando-se no outro extremo, reduzir pela força a diversidade a uma uniformidade monolítica e indiscriminada». Para mim seria mais fácil e cómodo e alguns até mo recomendariam, mas “não se opor ao erro é aprová-lo e não defender a verdade é suprimi-la”. É por isso que não posso fazer de conta que são coisas sem importância e deixar passar mais esta sua enésima manipulação, porque ela não é nada inocente.
O senhor mentiu-me nos dias 10 de maio de 2012, 18 de junho de 2012 e 25 de julho de 2012; enganou-me com as escrituras dos terrenos – “O advogado está a fazer o registo dos terrenos do Colégio, para ficar tudo só num número”! quando afinal até já estava feita a mudança de propriedade, a favor da Fundação, de terrenos do Colégio; ludibriou-me com os contratos penhor, que eram ilegais e só por isso o banco os resolveu; desviou indevidamente quantidades colossais de dinheiro do Colégio e inventou uma parceria para o justificar, usando o facto de ser o senhor a cabeça das duas instituições; as trafulhices continuaram com as libras de ouro; em palavras suas, “fez tudo isto, e muito mais”. Nunca deu um passo para devolver ao Colégio uma pequena parte do que indevidamente lhe retirou: nunca fez uma proposta concreta para a resolução do conflito, que sempre esteve nas suas mãos, apesar de ter sido instado a tal, de forma veemente, pelo nosso bispo!
Fechou-se o acordo para resolver o diferendo a 14 de janeiro de 2016, em Santarém, diante de uma juíza – o senhor, como sempre, não apareceu e fez-se representar – porque:
- para além do processo cível nº 477/13.4TBVNO, que começou no Tribunal Judicial de Ourém, em fevereiro de 2013, e transitou para Santarém, há o processo penal nº 6649/13.4TDLSB a partir da queixa-crime, interposta no DIAP, em setembro de 2013, que ainda podemos retomar, e está em fase de conclusão o processo canónico no tribunal eclesiástico de Leiria;
- a 25 de março de 2014, a sua casa, a fundação e outros, foram alvo de buscas pela Polícia Judiciária, que descobriu muita coisa;
- o senhor tem cadastro policial: em fevereiro de 2015 o senhor, e as senhoras Bárbara e Madalena foram constituídos arguidos.
Entre muitas meias verdades e claras mentiras, num discurso sempre em adaptação constante que ignora as próprias contradições, com o seu livro:
– porque é que teima em querer assassinar a memória do P. Manuel Henriques (pp 85.88.90.193)? Qual é o problema de ter sido apenas o segundo Diretor?
– porque é que continua a mentir: “ao completarem-se 50 anos do Colégio e da minha Direção (p. 202)?
– porque é que continua a dizer que foi o senhor a pedir a autorização provisória ao ministério (p. 85) quando sabe muito bem que não foi?
– porque é que mancha a imagem do Sr D. João, fazendo dele um bispo incapaz de lidar com algum clero (pp. 107.108.111)?
– porque é que mente descaradamente a propósito da compras dos terrenos do Colégio: (pp. 87.88)? bem sabe que não foi o senhor que escolheu os terrenos que, de resto, em 1962 não se compravam a metro (p.88) nem os registos na conservatória eram como são hoje;
– porque é que mente a propósito de mons. Borges (p.109)?
– a estória do reconhecimento canónico (p. 203) também não é como o senhor a conta;
– e as estória das pp. 66ss e 144ss, (p. ex.), que terão alguma mistura de verdade, pouco mais são do que gabarolices que, de tão inverosímeis, caem por si mesmas.
Sei, e não escondo, que o senhor teve também muitos méritos, que deixou, no Colégio uma obra, que é motivo de orgulho, que venceu muitas dificuldades, mas o seu ego e o seu talento quase sobrenatural para a manipulação continuam a ser maiores do que o Colégio, a Fundação, Fátima e até a Europa (p. 200). Lamento, contudo, que depois de termos chegado a acordo judicial (pelas razões supra citadas) o senhor continue a teimar em não pôr uma pedra sobre este assunto, arrumando-o no canto do esquecimento. A verdade, no entanto, vai continuar a fazer o seu caminho, eu não vou desistir dela e não a calarei para que o meu silêncio cúmplice não equivalha a incentivar as suas teimosas insinuações.
Sem mais de momento, subscrevo-me
- Adelino Guarda
Diretor CSMiguel
com a devida vénia ao P.Guarda e ao Colégio de S.Miguel.
Moral da história: O Ventura é um reles mitómano, segundo o Padre Guarda,

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fotos da vida caciquista: C.M de Ourém
do livro: Chiado Editora