Desmemoriado
O Cónego José da Graça descobriu que a Igreja de São João é um dos mais importantes proprietários de terrenos num dos locais mais cobiçados do burgo, em pleno Aquapólis. Demasiado ocupado com os tóxicomanos nunca se tinha dado conta que na Rua Padre Catarino, nas Barreiras do Tejo, havia um Bairro para ‘’pobres’’ que era de propriedade paroquial.
Quem o conta é o ‘’Mirante’’ e o 100 Papas recorda ao Senhor Cónego que tanto o Lazareto como o Bairro das Barreiras foram mandados construir pelas Conferências de São Vicente de Paulo, à frente das quais estavam nomes ilustre de Abrantes, entre os quais destacaremos o Padre Luís Ribeiro Catarino (que foi a alma da coisa), e os Senhores Dr. Armando Moura Neves e e José de Sousa Falcão. Foi a primeira intervenção ‘’social’’ no urbanismo abrantino e é uma lástima que agora que os terrenos onde se encontram são cobiçados tanto a Santa Madre Igreja como a autarquia pareçam incapazes de desenhar uma intervenção coordenada para os salvar, recuperar e permitir que as pessoas que lá vivam o possam fazer duma maneira digna. Deportar os ciganos do Lazareto para o Bairro de São José, para um projecto urbanístico que não está desenhado para as suas necessidades específicas e o seu modo de vida é uma violência indigna de gente civilizada. Depois admirem-se de ver um burro espreitar duma janela dum segundo andar, como sucedeu no Vale das Rãs...
Desfazer-se pura e simplesmente das casas do Bairro das Barreiras de Tejo é a solução mais fácil e menos ambiciosa.'' (...)
Primeira Linha 13-6-05
Nota :Catorze anos depois os bairros sociais do Padre Catarino estão ao abandono.
Em 5 de Agosto de 1977 morria o Rev. Padre Luís Ribeiro Catarino.
Há 42 anos.
ler o saneamento falhado do P.Catarino
mn
foto Arquivo de Constância
Graça Ribeiro, deixou um comentário ao post a obra de Luis Ribeiro Catarino ( Dia do Senhor-2) às 12:42, 2017-01-12.
Comentário:
Gostaria de saber se o Padre Luis Catarino Ribeiro, de que se fala neste blog, será o mesmo que, nos anos 30 do Séc. XX, estava em Sobreira Formosa. Obrigada, Graça
Cara leitora:
O Padre Catarino era da Sobreira Formosa. Rabisco ao Arquivo de Constância uns dados sobre ele:
E também uma foto quando era novo
Vi-o a morrer no Hospital de Santa Maria, roído por um cancro, com a santa resignação dum Homem de Deus, se há tal pessoa. Bolas já ficava o Padre chateado com a tirada.
Em 1974 uma brigada de oportunistas, liderada por um sacripanta laranja, com um currículo onde cabem todas as patifarias desta cidade, foi pedir a D.Agostinho de Moura o seu ''saneamento''.
Queriam um pulha para os abençoar.....
Cumprimentos
ma
Em 5-12-1991 morreu a Senhora Dona Amélia Baeta.
Em menos de 1 mês, lesto, o representante dos herdeiros apresentou na Repartição de Finanças a relação de bens
É notável que duma ampla fortuna, que dum recheio duma ampla mansão, do amplo espólio documental do Dr.Solano de Abreu se faça relação de bens em menos dum mês.
Foi a Fábrica da Igreja de São Vicente a feliz herdeira e nos termos da Lei e do Código de Direito Canónico cabia ao Pároco, certamente ouvido o Conselho da Fábrica, apresentar a relação de bens,
Só vou hoje analisar parcialmente parte do documento, porque isto dá pano para mangas
Do vasto lote de bens imóveis constava isto, de cujo estado reproduzo a foto
Já há muito tempo uma associação abrantina, a Tubucci, oficiou à CMA pedindo explicações, por evidentes razões de salubridade pública, sobre o estado a que estas casas chegaram. Não foi obtida resposta da cacique, ao que sabemos, dado estar ocupada a pagar reintegrações ao Pina, à Isilda, subsídios à Liga dos Amigos dos Hospitais, presidida por um dos homens mais ricos de Abrantes para alegadamente pintar o Hospital, que é do Estado como bem recordou a CDU e ainda à procura da minuta da RPP.
Agora só quero perguntar, enquanto mau católico, se isto é forma de administrar uma herança deixada, em circunstâncias polémicas, à Igreja?
Para que conste assinava a Relação de Bens este ''benemérito''
Ou seja o Cónego José da Graça.
Quando eu quero criticar alguém baseio-me em documentos, serve isto para adiantar que responderei aqui a um plumitivo que colocou em causa, sem um papel, o admirável labor que teve nesta terra o Rev.Padre Luís Ribeiro Catarino.
M.N
No dia 20 de Julho de 1974 o semanário ‘’Correio de Abrantes’’, propriedade da família Silva Martins, publicou na primeira página, no lugar nobre, que costuma ser o do Editorial, este texto anónimo, que visava, a escassos dois meses da data da Revolução, justificar o injustificável, ou seja encenar a defesa dum grupo de anónimos que em nome duma bandalheira que dava pelo nome de ‘’catolicismo progressista’’ (à abrantina) tinha montado a tentativa de saneamento ( percursora da prática anarco-gonçalvista) da Paróquia de S.João de Abrantes, do Rev.Padre Luís Ribeiro Catarino.
O grupo que se reunira alegadamente em instalações diocesanas e em condições quase clandestinas ( à boa maneira das sociedades secretas tipo Opus Dei e Maçonaria) emitira uma convocatória de que só os iniciados conheciam, não convocara a Autoridade Eclesiástica para se fazer ouvir (ou seja actuava à margem dela) e pretendia sanear um homem e sobretudo um Sacerdote que se distinguira pelo seu Amor aos Pobres, grande cultura e defesa do Património, mas sobretudo por uma Vida exemplar como Sacerdote e Homem de Bem.
Entre estes ‘’progressistas’’ apareceu algum ligado à formação de um partido de centro-direita, o PPD, outros a partidos de esquerda e actividades próprias do folclore do PREC ou seja o assalto à Assembleia de Abrantes .
A actividade realizada à socapa caía no mais absoluto ridículo porque pretendiam em nome da do Concílio Vaticano II ‘’libertar das garras da opressão e da tirania em todos os seus aspectos’’ a beataria, classe social a que pertenciam pela sua frequência mais que assídua, ontem como hoje, das cloacas e das sacristias, lutar contra o fascismo quando este já tinha sido derrubado e em vez de pretenderem caçar pides, latifundiários, legionários ou similares ou organizar um comando de beatas para capturar o sr. Inspector Rosa Casaco no estrangeiro, libertavam Abrantes, expulsando Luís Ribeiro Catarino.
E faziam o manifesto, dirigindo-o a um Bispo D. Agostinho de Moura comprometido com a Ditadura até aos poucos cabelos que lhe restavam e a um homem que nunca fora capaz de solidarizar com o seu antecessor D.António Ferreira Gomes, enquanto este comera o pão amargo do exílio.
A reacção das pessoas de bem foi fulminante e logo nos Jornais se respondeu à letra perguntando quem eram os beatos anti-fascistas (de fresca data ou seja de 26 de Abril) e nas paredes de Abrantes apareceram vibrantes protestos contra o saneamento.
Este artigo é a defesa das criaturas e , com a frontalidade que caracterizava e caracteriza estas ‘’progressistas’’ beatas de sacristia, saiu anónimo.
Hoje se me ponho a contemplar a trajectória de quem o escreveu, pasmo!
E continua o homem, sepulcro de laranja caiado, a papar-hóstias, a fabricar testamentos, a tratar de escrituras à maneira, de vez em quando a dizer que é jurista, e com a sólida e inquebrantável convicção daqueles fariseus que assessoravam Pôncio Pilatos, o romano, a ser um pilar da Fé e da República!!!!!
E agora da Direita !!!!
Queria o homem que João Pico fosse cacique laranja . E naturalmente também quererá que o Cónego Graça continue a ‘’salvar’’ almas, depois da reforma....
S.F.
mais logo.......
O caso do cónego Graça e o saneamento do P:Luís Ribeiro Catarino
por Marcello de Noronha
Arquivo: Edição de 15-06-2005
Sociedade
Igreja quer resolver problemas do Bairro das Conferências
O Bairro das Conferências, em Barreiras do Tejo, é outro caso complicado. É pertença do Património dos Pobres,
ou seja da Fábrica da Igreja, mas só recentemente o cónego José da Graça, pároco de São João, teve
conhecimento dessa situação.
“Quando refiro há pouco tempo é mesmo uma questão de meses”, justifica o pároco que promete que até
ao fim do ano quer ter o caso resolvido. Na opinião de José da Graça as casas devem ser entregues às famílias
que as habitam, nem que seja a um preço simbólico. Com a verba que conseguir tenciona comprar uma casa
em Abrantes para quem precisa de ficar um ou duas noites na cidade.
“Era este o espírito do Padre Catarino quando, em conjunto com o Padre Américo, construiu o bairro.
As casas eram entregues às pessoas que precisavam, mas não passavam de pais para filhos. Com o tempo
essa intenção foi sendo desvirtuada e agora a solução parece-me que será escriturá-las em nome de quem lá vive”.
É esta proposta que o cónego José da Graça vai apresentar ao conselho pastoral e espera obter a aceitação
dos restantes membros e do bispo da diocese. A partir daí será mais fácil criar condições de vida àqueles agregados
familiares. “Há medidas do Programa de Luta Contra a Pobreza para recuperar as habitações e é mais fácil serem os
próprios a pedir do que ser eu a solicitar ajuda para 12 ou 13 fogos”.
in Mirante 15-6-2005
Estas palavras (espero que não sejam vãs) são dum tal Reverendo Graça. A Igreja tem toda a Eternidade a seu favor e por isso o seu conceito de tempo é dilatado. Estamos em 2011 e agradecemos ao Graça (tratá-lo por Reverendo é simples forma de cortesia) que nos diga se o ''problema'' já está resolvido.
Já agora, pode informar-nos porque é que só em 2005 levando ao tempo quase vinte anos de Abrantes é que consegue descobrir que o património da sua Paróquia incluía um bairro social nas Barreiras do Tejo?
Se tivesse tanta diligência para administar o património das paróquias de que é titular como para outras coisas, algumas bem curiosas, já o Graça, a quem por simples cortesia chamaremos Reverendo, não teria levado quase 20 anos a descobrir que Luís Ribeiro Catarino, que nunca foi Cónego, mas que foi Padre, coisa mais importante, ergueu este bairro social.
O Graça que meteu em Tribunal a Junta de São Facundo por causa de uma casa:
conseguiu ignorar durante 2 décadas que no património da Fábrica da Igreja de S.João (diz ele) havia este bairro social.
Bonito serviço......
Marcello de Noronha
A petição vai homenagear hoje Luís Ribeiro Catarino
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