Que querem o rosto dum jovem abrantino, o Faustino das Fragatas ou um rosto curtido pela perseguição e pela tortura fascista?
O primeiro é este:
O segundo é este, passara pelos Açores e por Angra, pelo Tarrafal , onde longos anos de cadeia e a tortura da frigideira deixou marcas, mas onde não vergou. (1)
Joaquim Faustino de Campos, de Rio de Moinhos, marítimo, foi preso em 1935 como comunista, transferido para o Aljube. E, em 1936, nova prisão, Aljube, transferido para Angra, no ''Carvalho Araújo''. Condenado a 540 dias de cadeia é mandado para o Tarrafal. E aí, desde 1936 a 1945, resiste ao Campo da Morte.
Libertado em 1945.
Em 1958, nova prisão, vários meses em Caxias.(2)
Na cadeia, no Tarrafal, o Faustino, conhecido pela sua força hercúlea, não se priva de dar uma sova-mestra no pide Seixas, um dos algozes da Ditadura,.
'' Seixas aproximou-se e com vagares e ares divertidos foi dizendo:
- Tiveram sorte. Chegaram estas cinco. E para o camarada Faustino, que havia muito andava provocando: - Tu não merecias isto...
Mas, mal lhe tocou com a carta no queixo logo foi esbofeteado e com tamanha gana que cambaleou.
Como não trazia arma, pois não era permitido andar-se armado dentro do Campo -não fôsse-mos nós arrancar-lhes as pistolas -, correu para
o guarda do portão. Estava de serviço o Cardoso que, justiça lhe seja feita; lha recusou e lhe virou as costas.
Joaquim Faustino foi levado à coronhada para a frigideira e ali foi espancado por seis guardas.'' (3)
ma
(1)- Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista ''Presos Políticos no Regime Fascista, 1932-35'', Lisboa, 1981
(2) Ficha Prisional, Torre do Tombo
(3) Título: TARRAFAL-Testemunhos, Autor: Vários,
Editorial Caminho, SARL, Lisboa, 1978
Foi reeleito para o CC do Partido da Classe Operária, o Camarada Octávio Augusto, operário, da Direcção regional de Santarém e muito ligado à nossa terra, segundo sublinhava Mário Semedo.
Já agora pedimos ao Camarada que faça o possível por ressuscitar a CDU local que anda adormecida.
Já temos saudades de saídas criativas destas:
Filho dum milionário, um corretor da bolsa nortenho e da indómita D.Herculana, será uma personagem lendária dentro do PCP e animará duas das mais espectaculares fugas de Peniche e Caxias. Cumprirá 16 anos de cadeia, depois dos esbirros da GNR fascista, o terem prendido em Abrantes. ( Para os dados biográficos-Helena Pato-Anti-Fascistas da Resistência.)
Tempos depois, já adiantados os anos 50, é assassinado na esquadra da GNR de Abrantes, um preso com motivações políticas. O Advogado Aníbal Martinho denuncia a situação e será vítima de perseguição graças aos cuidados do mais célebre bufo abrantino, Ferro Alves.
O Dr.Martinho fora um dos vultos do MUD, cá no burgo.
mn
fonte :ANTT
Em 1949 era enviado para Caxias o serralheiro tramagalense Eleutério Dias Pinheiro.
Já tinha sido condenado a pena leve, nos anos 30, no âmbito do desmantelamento duma célula comunista e dum grupo alegamente armado, em Abrantes, cujo principal vulto era o operário da MDF, de Rio de Moinhos, Zeferino Seabra Esteves, que foi condenado a dez anos de deportação para Angra do Heroísmo, como já se viu.
Conseguiu-se a informação sobre o processo dos anos 30, graças a um recorte hoje publicado no face pelo sr. dr. Octávio de Oliveira, a quem se agradece.
ma
Outro dia referiu-se aqui, a propósito da desmemória do Manuel Dias, a presença de activistas clandestinos comunistas no Tramagal desde muito cedo. Os nomes quando houver tempo.
Mas já se pode dar (e já se sabia) o nome dum dos importantes controleiros dos anos 50.
O ''corticeiro'' José Vitoriano, algarvio, chegou a Vice-Presidente da Assembleia da República e teve importante papel no Ribatejo e no Tramagal nos anos 50.
E em Paris onde acolheu Zita Seabra.
Ele próprio contou a história aqui.
O Vitoriano foi nessa altura preso pelo Pide abrantino Rosa Casaco, em Alcanena (1953).
Tudo neste livro, que se recomenda.. O extracto reproduzido é da 2 ª parte da tese da autora citada : ''Estratégias e Evolução da Oposição silvense na Consolidação do Regime Salazarista (1935 1949) ''
Havia mais coisas para dizer mas só duas curiosidades,dada a longa tradição silvense de indústria corticeira e também a abrantina, houve algarvios a trabalhar aqui e abrantinos a trabalhar lá. Laços e intercâmbios que se criaram.
Uma das personalidades silvenses biografadas é o Advogado dr.Neves Anacleto, que se bem me lembro é o Avô do Francisco Louçã e que depois do 25 de Abril deu um contra-revolucionário. Um homem curioso e de forte personalidade.
MA
créditos: Avante e edições Colibri e tese da autora citada
O livro de João Alves Falcato (Ed Avante, Lisboa,2018) relata a campanha eleitoral do Advogado Arlindo Vicente, em 1958. Já se falou aqui nisso. Para o que nos importa refere a intervenção do representante abrantino, Dr. Virgílio Godinho nos órgãos nacionais da candidatura. Noticia a constituição da comissão concelhia abrantina a 17 de Maio de 1958. (...) por 18 democratas, incluindo advogados, médicos, comerciantes, proprietários, operários e outras profissões''. (...).
Dá destaque à intervenção de oradores abrantinos na histórica sessão de Alpiarça (a terra com mais pergaminhos anti-fascistas do Distrito, onde Delgado teve mais de 80% dos votos) em 18 de Maio.
Além de Arlindo Vicente, falaram o director da ''Seara Nova'', Câmara Reis, Manuel Sertório, e Maria Fernanda Corte-Real Silva que sublinhou ''o idealismo que impregna aqueles que enfileiram na Oposição a afirmou a inabalável vontade de concorrer na luta eleitoral até à boca das urnas. ''
Referiu ainda ''que o facto de haver duas candidaturas não nos pode separar....''
Falou também um oposicionista local, Carlos Pinhão e o escritor e advogado de Abrantes, Virgílio Godinho. Encerrou o comício, Arlindo Vicente.
ver aqui
Composição da comissão de Abrantes, que depois da desistência de Vicente, passou a apoiar o General Delgado.
Resta recomendar a leitura do livro.
ma
gamado aos fascistas
Em Novembro, os eleitos da CDU nos órgãos autárquicos do concelho de Constância fizeram um balanço do trabalho realizado na Câmara e Assembleia Municipal, assim como nas freguesias de Constância, Montalvo e Santa Margarida da Coutada, onde o PS está em maioria.
No encontro concelhio concluiu-se que «não existiu qualquer mudança para melhor» desde Outubro de 2017, como se observou na organização das festas do concelho e Pamonas Camoneanas, nas actividades culturais e desportivas promovidas pelo município e freguesias e na relação destas com o movimento associativo.
«Não melhorou a limpeza dos aglomerados urbanos nas freguesias de Montalvo e Santa Margarida da Coutada onde, durante o Verão, predominou uma invasão de ervas pelas ruas e em que espaços emblemáticos, como o Açude, foram abandonados e desprezados», acusa a Coligação PCP-PEV.
As críticas estendem-se ao «encerramento e reabertura do Centro Escolar de Santa Margarida, sem os pareceres autorizados dos serviços de saúde», assim como ao «encerramento completo do parque infantil em Montalvo».
Num presta contas distribuído à população e divulgado à comunicação social, a CDU lembra ainda que o executivo PS ainda não conseguiu «convencer» o Governo e o município de Abrantes para a «urgência» de uma nova ponte, entre outras matérias.
no Avante a 20-12-2018
com a devida vénia
''
O investimento em infraestruturas é fundamental para o desenvolvimento nacional e para cada uma das regiões do país. No distrito de Santarém, a travessia do Tejo reclama decisões urgentes, nas ligações de Constância e Barquinha à margem sul e da Golegã para a Chamusca (completando o troço do IC3), no sentido da resolução já aprovada na Assembleia da República. Estas travessias são fundamentais para o tecido empresarial da região do Médio Tejo (gerador de intenso trânsito de pesados) bem como para os acessos às infraestruturas militares e ao parque ecológico do Relvão.
A linha ferroviária do Norte, que atravessa o distrito de Santarém, carece de uma requalificação há muitos anos adiada, que elimine os estrangulamentos que hoje contribuem para a demora injustificada da circulação nesta linha. Em concreto no troço Vale de Santarém/Entroncamento, mas também Ovar/Gaia e Braço de Prata/Alverca, as intervenções necessárias e previstas há mais de vinte anos continuam por concretizar – sendo que nos planos do governo não está contemplada uma verdadeira modernização mas sim a chamada renovação integral de via.
Do mesmo modo se afigura urgente a requalificação da Estrada Nacional n.º 118, entre Samora Correia e Abrantes, no sentido da diminuição da respectiva sinistralidade e a construção de variantes que afastem o tráfego automóvel do centro das numerosas localidades que esta via atravessa.
Em matéria de acessibilidades, o PCP não esqueceu nestas Jornadas o problema das portagens da A 23 e os prejuízos que a sua existência causa às populações e empresas da região do Médio Tejo, semelhantes aos problemas causados pela introdução de portagens nas chamadas SCUT em diversas regiões do país. Nesse sentido, o PCP reapresentou na passada sexta-feira as iniciativas visando a abolição das portagens na A23, na Via do Infante, na A24, na A25, na A28, na A29, na A41 e na A42.'' (....)
(...)
Por tudo isto, o PCP reafirma que o processo de transferência de competências em curso não é sério nem rigoroso e nesse sentido suscitará na Assembleia da República a Apreciação Parlamentar de cada um dos diplomas sectoriais que, sob a forma de decreto-lei, procedam às transferências de competências do Governo para as autarquias locais.
Acresce que neste debate estão ausentes duas questões absolutamente centrais: a criação das regiões administrativas e a reposição das freguesias extintas contra a vontade das populações. Não é possível descentralizar sem a concretização do nível de poder regional previsto na Constituição, de forma a dar coerência e maior eficiência à organização administrativa do Estado. Só a regionalização permitiria um desenvolvimento mais equilibrado e harmonioso do território com vista à eliminação das assimetrias regionais. Por outro lado, só a reposição das freguesias extintas contra a vontade das populações, como o PCP propõe através de iniciativa já apresentada na Assembleia da República, permitiria repor o nível de proximidade do Estado às populações que, entretanto, se perdeu.''
Declarações do deputado João Oliveira no final das jornadas do PCP em Santarém
Conclusões das Jornadas do PCP em Santarém – 2 de Outubro
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