A ânimo foi uma saudosa revista de intervenção cultural publicada e dirigida pelo António Colaço vocacionada para o que ele chamava a área ''Grémio da Lavoura'' (Abrantes, Mação, Sardoal e Constância). Muitos dos seus colaboradores são hoje juvenis cinquentões e nomes conhecidos em muitos campos de actividade.
O blogue ânimo, militante de intervenção cultural, é o herdeiro natural do dito fanzine e tem-nos prestado a sua colaboração amiga na luta
contra o pedregulho do Carrilho. ( Colaço dixit).
A ânimo resolveu premiar uma série de personalidades pela sua actividade em prol da cultura que foram estas:
''
VASCO LOURENÇO(ASSOC 25ABRIL)
PE ANSELMO BORGES
MARIO PISSARRA(FILÓSOFO)
CARLOS ALEXANDRE(JUIZ)
JORGE AFONSO(ANTENA 1/O DIA SEGUINTE)
GENTE(Expresso)
ANTÓNIO SÁ(ASSEMBLEIA)
FERNANDO NEVES (CGD AR)
WILLIAM BUKHENYA/UGANDAPROJECTO(BLOG)
MANUEL CARRILHO DELGADO(IN MEMORIAM)
RUI CERDEIRA BRANCO(BLOGUE ADUFE)
CARLOS JÚLIO(TSF/SEMANÁRIO REGISTO.ÉVORA)
JUVENAL GARCÊS/COMPANHIA TEATRAL MÁRIO VIEGAS
JOAQUIM SOARES(GRUPO CANTARES DE ÉVORA)
ANTÓNIO REIS(EX SEC ESTADO DA CULTURA)''
Naturalmente gostamos mais duns que doutros preferindo os da casa, ou seja os peticionários:
Mário Pissarra, ele mesmo um dos laureados com um ânimo de Ouro,no final da sua brilhante "oração de sapiência" sobre o artista..."adolescente"!Voltaremos ao assunto.Para já, Mário, um colaborador da ânimo desde os primeiros tempos,é bom não esquecê-lo, um imenso Obrigado. (texto e fotos da ânimo)
fotos da ânimo
António Colaço mostrando o cobiçado galardão
fotos da ânimo
O Arq. Luís Carvalho, autor do célebre post ''Carrilho encaixota Abrantes'' com o Colaço.
O Arq. Carvalho anima entre outros o ''Instante Fatal'' onde fatalmente desancou no Carrilho....
E finalmente, um dos homens a quem o Portugal democrático mais deve:
fotos da ânimo
O coronel Vasco Lourenço, herói de Abril e de Novembro, que publicou há tempos
umas ''Memórias'' de imprescindível leitura para perceber o PREC.
A festa foi um reencontro de muitos maçaniços mas não estava o Saldanha da Rocha nem
mais nenhum dos Flinstones.
Porque seria?
Terminamos com um abraço para o Colaço
Miguel Abrantes e Marcello de Ataíde
Esperamos que os outros premiados aderiram à petição
Um dos últimos actos cívicos de Tereza de Mello foi a assinatura da petição contra o pedregulho do Carrilho.
Pouco depois uma morte súbita surpreendia a Escritora na sua casa da Quinta de São João em Abrantes.
Tivemos acesso a um dos seus últimos textos inéditos que não resistimos a publicar.
- A MINHA TIA LOURDES
TEREZA DE MELLO
Quando nasci chamara-me Maria de Lourdes e eu não reclamei. Era-me indiferente que me chamassem Maria de Lourdes como me seria indiferente que me chamassem Aurélia, Gertrudes ou até Raimunda
Quinze dias depois, dentro dum complicado vestido comprido e cheio de rendas, baptizaram-me, na igreja, definitivamente com esse nome. Ficou a fazer parte de mim, da minha alma, da minha vida, confundido comigo.
Mais tarde, deitada no berço, corada, cheia de febre, sempre a chorar, afligi muito os meus pais que não me largaram um instante. Porém, os remédios e os médicos acabaram por vencer aquela luta contra a morte que me ameaçava.
Fui crescendo e, como todas as crianças, fiz a primeira gracinha, tive o primeiro dente. Aprendi a andar, primeiro de gatas, depois de pé amparada aos moveis, e por fim dava grandes passeios pelas salas, partindo tudo.
Mas, quando cheguei ao uso da razão, detestei o nome e, indignada, quis saber o motivo daquela infeliz escolha. Se fosse em memória da Mãe de Deus, bastava que me chamassem Maria. Maria e mais nada. Mas não, lá vinha o embirrento Lourdes a seguir.
Então explicaram-me que tinha sido em memória de uma irmã de meu Pai que tinha morrido antes de eu nascer.
Amaldiçoei a tia e as pieguices sentimentais da família.
Mais tarde, quando estava para casar, deram-me vários objectos que lhe tinham pertencido: um sinete, colheres de chá e o seu retrato pintado a óleo. Arrumei tudo ao pé dos outros presentes e, entusiasmada com a vida que me esperava, nunca mais pensei neles.
Só depois passados tempos, já instalada na minha nova casa, me tornei a lembrar das coisas da tia Lourdes. Guardei as colheres e o sinete e fui buscar o quadro.
Andei com ele às voltas sem saber onde o colocar. Por fim escolhi a parede principal que dominava toda a sala. Pendurei-o por cima dum velho cravo há muito silencioso, defronte do meu sofá predilecto. Assim comodamente instalada, podia observar o seu vestido cor de rosa , os seus grandes olhos castanhos, a boca bem desenhada, semiaberto, num sorriso que mostrava os dentes muito brancos e certos.
O meu marido passava os dias fora a trabalhar como engenheiro na construção duma barragem. Só vinha a casa nos fins de semana.
Assim, sozinha, numa cidade estranha onde não conhecia ninguém, fazia tricot, lia , mas sentia uma necessidade enorme de falar. Faltavam-me os meus irmãos e as minhas amigas que enchiam a casa dos meus pais. Habituada como estava a falar pelos cotovelos , acontecia dar por mim a pensar alto, a falar sozinha.
A tia Lourdes, no seu quadro, sorria-me compreensiva. Era a minha única companhia sempre presente
Para me desforrar, escrevia às minhas amigas, e quando lacrava as cartas, com o seu sinete, ficava esquecida a rola-lo nas minhas mãos, olhando-o, fazendo conjecturas, imaginando outras cartas, as cartas que a tia Lourdes teria lacrado com ele. Então entre nós nascia uma ligação estranha que eu não conseguia definir nem afastar.
Chegava o lanche. Parava com a minha correspondência. Comia a primeira torrada e enchia a xícara com o chá muito forte. Deitava o açúcar e mexia-o com uma das colherinhas que fora da tia Lourdes. Lá estavam as suas iniciais que eram também as minhas… Esquecia-me do chá e das torradas ficava a olhar aquelas duas letras bem esculpidas, de novo emocionada.
A tia Lourdes tornara-se numa obsessão. Passei a falar com ela em grande intimidade, desabafando o que me afligia ou entusiasmava.
A tia Lourdes era um ídolo que eu revestia de todas as qualidades, mas nada sabia ao certo dela. Nunca me tinha interessado por isso. Só depois em virtude do uso das suas coisas, sentia necessidade de conhecer a sua vida: como tinha sido, o que pensara, o que sentira. Tinha que descobrir, não me conformava já
com as minhas invenções.
Nessa altura estávamos no Verão e os meus pais como de costume, tinham ido passar esses meses na quinta que tinha sido de meus avós. Decidi aparecer-lhes de surpresa. Talvez eles me ajudassem.
Quando cheguei, não encontrei ninguém. Só voltavam para jantar. Corri a casa de ponta a ponta a matar saudades. Lá estavam na parede do meu antigo quarto de dormir a marcar as minhas sucessivas alturas. Encostei-me à parede, estava na mesma, da altura do último risco. Corri pelos corredores, pelos salões, espreitei a casa de jantar, a cozinha, a copa, e por fim fui para uma das salas fazer horas. Sentei-me e só então me lembrei do sótão… Como é que nunca me tinha lembrado dele ?
Levantei-me num pulo, subi as escadas em caracol, empurrei a porta que rangeu e entrei devagarinho, religiosamente como num templo.
Havia muitos anos que estava fechado. Nunca ninguém lá ia. Encantou-me o seu mistério que cheirava a mofo. Senti presenças ocultas. Olhei em volta: apenas as aranhas imperturbáveis a fazerem as suas teias. As suas teias rendadas, complicadas, e brilhantes do sol que entrava por uma frincha duma telha partida. Eram tão bonitas… Fiquei a olhá-las encantada e quase esquecida da minha tia Lourdes. À minha volta cadeiras partidas, sofás fora de uso, telas rasgadas, candeeiros de petróleo, rimas de revistas de 1900, baús, arcas.
Fui-as abrindo ao calhar: bonecas decepadas, sapatos de cetim minúsculos, feltros velhos, tudo muito bem arrumado, cada qual no seu cantinho.
Desanimada, sentei-me no chão a ganhar coragem. Depois abri outra arca: plumas, missangas, rendas e vestidos de outras épocas. Comecei a tirá-los, remexi tudo e, santo Deus, lá estava o vestido cor de rosa …Era de seda grossa bordada, a saia muito rodada, o corpinho justo e decotado, as mangas pelos cotovelos.
Não resisti a vesti-lo. E nesse momento, senti-me confundida, estranha, como se deixasse de ser eu e apenas fosse a continuação de uma outra vida que voltava.
Ao passear pelos quartos esconsos, baixando a cabeça para não bater nos tectos e ouvindo o frufru do meu vestido, encontrei uma caixa de música. Dei-lhe corda e começou a tocar. Sentei-me num canapé, encostei a cabeça nas suas costas, recebi a música, fechei os olhos e senti-me a recuar no tempo.
Comecei a ouvir burburinhos ao longe. Vozes indistintas aproximavam-se. Alguém me pedia para dançar. Olhei. Um senhor de casaca, esperava se mi debruçado, como numa vénia, sobre mim. Levantei-me e, enquanto recopiávamos por entre os outros pares, todos vestidos à moda de 1900, ouvi divertida os seus elogios, mas não deixava de estar emocionada. Era contagioso tanto entusiasmo nos seus projectos comigo. Projectos imaginários, em que eu não podia colaborar. E sofria duplamente por isso; por mim e por ele que não dsistia.
Brilhavam velas acesas nos lustres pendurados nos tectos de masseira . à volta do salão, sentadas em cadeiras douradas, senhoras decotadas e carregadas de jóias cochichavam por detrás dos leques de madre pérola.Senhores em pequenos grupos, discutiam politica e falavam de caçadas.
As velas iam ardendo, diminuindo
Caiu-me um pingo de cera numa das mangas do vestido. Continuávamos a dançar. Agora calados, divagando absorvidos.
A musica tocava cada vez mais devagar, mais devagar. Cada nota ficava suspensa, parada… Acabava a corda da caixa de música. E eu voltava à realidade. Esfreguei os olhos, atordoada. Estava exausta, como se tivesse vindo de muito longe … de muito longe.
Levantei-me cambaleando e recomecei as minhas buscas. Só me faltava ver um pequeno baú que coloquei em cima do canapé onde me voltei a sentar. Tinha perdido já todas as esperanças de descobrir alguma coisa. Abri a tampa, desinteressada, e fiquei sem respiração.\Atados com uma fitinha, imensos retratos, todos da tia Loudes. A tia Lourdes a fazer ski na Suiça, a tia Lourdes a saltar a cavalo, a tia Lourdes a tocar guitarra, a tia Lourdes com uma espingarda, e penduradas à volta da cintura, uma porção de perdizes, a tia Lourdes no seu primeiro baile com o vestido cor de rosa.
Emocionada, procurei melhor. Bilhetes postais ilustrados, agendas e o seu carnet de baile, o seu diário, pouco a pouco, foram-me revelando magicamente a sua vida.
A tia Lourdes fazia versos, sonetos apaixonados, tristes, melancólicos, às vezes irónicos e revoltados.
A tia Lourdes tinha dançado no seu primeiro baile, muitas vezes, com o mesmo senhor. A tia Lourdes tinha colado no fim do seu diário, como um epilogo, pequenos recortes de jornais com a vida desse senhor: a sua entrada para a Faculdade, os exames que passara, o fim do curso, os livros que escrevera e a partida para Africa.
O seu diário era uma obra prima de literatura que eu lamento não poder transcrever. O medo de uma inconfidência deixará guardados e escondidos no pequeno caderno de capa de oleado preto, os seus desabafos, a sua alma sensível e romântica.
Mas a tia Lourdes estava doente. Muito doente. Não enganavam aquelas receitas médicas e os gráficos de febre que encontrei a seguir.
Então, aterrada, como se o passado fosse ainda presente, assisti ao desenrolar de um drama que eu queria actualizar para poder ainda ter esperanças. Procurei melhor. Meti as mãos nervosas por entre a papelada, mas nada mais descobri.
Acendi um cigarro desanimada. Fiquei a olhar o fumo muito azul que se espalhava no ar. Distraída, a pensar na tia Lourdes, deixei-o arder sem o fumar foi quando caiu um morrão de cinza na manga do vestido cor de rosa. Ao sacudi-lo, os meus dedos ficaram sujos de cera …
Maquinalmente peguei numa ilustração que estava em cima de uma mesa e comecei a ler os acontecimentos dessa época. Falavam dos reis, duma festa no Paço, dum crime na travessa do Poço dos Negros.
Voltei a folha. Os meus olhos embaciaram-se. Quase não conseguia ler aquelas duas notícias escritas lado a lado. Agora, que a tia Lourdes era para mim uma realidade bem presente e não só o ídolo que eu inventara, agora que a tinha encontrado não queria, não me resignava a perde-la. E no entanto assim era. Tinha sido há muito tempo: em 1904. A sua morte aos vinte anos. A sua morte e a do seu amigo que tendo acabado de chegar de Africa, intrigado com aquele enterro tão sentido, e com tamanho acompanhamento, ao saber de quem era, não resistiu ao choque e à síncope que logo o vitimou.
TEREZA DE MELLO - Escritora, Lisboa ( faleceu em Outubro de 2009)
É a nossa HOMENAGEM A UMA GRANDE AMIGA DE ABRANTES!
''Educar bem, é transformar o mundo''
Paola Fransinetti
O ensino privado em Portugal foi durante muito tempo o único recurso para que as pessoas do Interior pudessem ter acesso à cultura e à formação profissional.
E os colégios da Igreja Católica tiveram nesta tarefa um papel notabilíssimo sendo de destacar no caso abrantino o Colégio La Salle e o Colégio de Fátima.
Temos políticos locais brilhantes que estudaram no primeiro como é o caso do Dr. Santana-Maia Leonardo, apoiante da petição.
Que continua fiel à doutrina da Igreja escrevendo crónicas no quinzenário católico Nova Aliança.
O Dr. Santana-Maia Leonardo levou a sua devoção lassalista, coisa que só o honra, a destacar essa formação no seu CV eleitoral e a inserir a sua fotografia junto com o seu antigo Mestre, o Reverendo Irmão João, na página do Amar-Abrantes.
O Dr. Santana-Maia Leonardo também escreveu um notável artigo sobre a formação lassalista que pode ler aqui .
Da mesma forma fulminou os discípulos do Zé da Cachoeira noutra prosa que publicou no quinzenário dirigido pela sua colega Drª Ana Soares Mendes.
Estamos solidários com ele e gratos com o seu apoio à petição, mas noutro post faremos algumas anotações críticas a posições recentes do PSD local sobre o Património.
O Colégio de Fátima, das Irmãs Doroteias, ordem religiosa fundada por Paola Fransinetti,
teve o mesmo papel na educação feminina e continua felizmente activo na formação religiosa das crianças abrantinas.
Pena é que as Irmãs Doroteias não respondam ao desafio de abrir o Colégio ao ensino secundário como espera a população abrantina ansiosamente.
Já sabemos que alguns sectores conservadores do nosso clero acham que a Missão da Igreja se resume a abrir asilos e centros de toxicodependência, esquecendo a Pastoral da Juventude.
Foto da nossa querida Diocese
Por isso estamos certos que o nosso Venerando Prelado, D.Antonino Dias abrirará de novo ao ensino católico o Colégio de Santo António em Portalegre, corrigindo paternalmente a orientação errada do seu antecessor, D.José Sanches Alves.
Um exemplo da excelência da educação católica e em particular da das Doroteias é nos dada pela jornalista drª Manuela Moura Guedes, antiga aluna desta Ordem, que acaba de se se constituir como Assistente no processo das escutas conhecido como ''Face Oculta''.
Foto D.N.
Já que os políticos não querem apurar a verdade, restam-nos os jornalistas católicos para o fazerem.....
O exemplo da Manuela será decerto seguido por outra ex-aluna das Doroteias, a actual Vice-Presidente Nacional das Antigas Alunas, a deputada municipal Lino Netto.....
A quem sugerimos que se constitua como assistente em nome próprio ou do PP no processo resultante da busca da benemérita Polícia Judiciária à C.M.A.
Os abrantinos têm o direito de saber a Verdade!
Doa a quem doer!
Um jornalista do Sol seguiu o valoroso exemplo da Dr.Manuela e também já é assistente no processo Face Oculta.
Talvez a Comissão Política Concelhia do PSD queira seguir-lhe o exemplo e fazer o que sugerimos à ilustre deputada Lino Netto.
Finalmente deixamos uma sugestão bibliográfica a quem queira conhecer a carreira lassalista do Dr. Santana-Maia Leonardo..
do nosso colaborador e amigo Dr. Paulo Falcão Tavares. Está lá tudo.
E para que o Paulo não se zangue lembramos que S.A.R. a Duquesa de Bragança também é antiga aluna das Doroteias.
Foto da Casa Real
POR ABRANTES
O Primeira-Linha e o Blogue da candidatura social-democrata publicaram ( no caso do amar-abrantes) em 25 de Junho, a entrevista que transcrevemos de
Foi autor da peça o nosso amigo Mário Semedo
Plataforma cívica de apoio à salvaguarda e valorização do local histórico do antigo Convento das Donas em Santarém
Declaração de princípios
Os cidadãos de Santarém, abaixo identificados, constituíram-se em plataforma cívica de apoio à salvaguarda e valorização do local do antigo Convento de S. Domingos das Donas de Santarém, após tomarem conhecimento de um documento distribuído aos senhores deputados municipais na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Santarém, reunida no dia 18 de Dezembro de 2008, nas instalações do Governo Civil.
Na referida sessão da A. Municipal, foi aprovada a minuta do contrato-promessa em que a Câmara de Santarém se comprometeu a comprar à empresa Estamo, Participações Imobiliárias, S.A., os quartéis de S. Francisco (ex-EPC) e das Donas (PSP) respectivamente, e mais dois terrenos.
No mencionado documento distribuído e de apoio à tomada de decisão dos senhores deputados municipais, é defendido no seu Artigo 6º, sobre o Quartel das Donas, que “…o objectivo é a sua a demolição…”.
Como é do conhecimento público as antigas instalações do Convento das Donas, estão a ser usufruídas desde 1975 pelos serviços da PSP, da nossa cidade.
Os argumentos do autor do documento são de que se trata de “…um edifício do século passado, sem qualquer relevância arquitectónica, já muito adulterado…,…completamente desajustado à malha urbana, sendo um obstáculo ao seu desenvolvimento natural, por isso o objectivo é a sua demolição, de forma a desanuviar o estrangulamento no jardim da liberdade, e permitir o remate da malha urbana.
As futuras construções deverão criar as condições necessárias à manutenção do quartel da PSP.”
Entendemos que, tal como a aquisição do terreno e dos edifícios do Quartel da ex-EPC, com ocupação conventual desde o século XIII, não é argumento para a sua destruição pura e simples, também o edificado num outro local, da mesma época com contornos arquitectónicos notórios e espaços históricos, inserido no perímetro definido como centro histórico, como é o caso do Quartel das Donas, deverá ter uma avaliação semelhante.
O Convento das Donas, quer se queira ou quer não, é um marco da história de Santarém, representando um dos raros conventos femininos aqui construídos.
Se deixar de existir o presente edifício, apaga-se também mais um pouco da memória de Santarém, já tão mal tratada. O edifício actual descaracterizado ou não, bonito ou não, é o que de mais próximo temos dessa memória.
Se criticamos os erros cometidos nos séculos XIX e XX, à luz do que sabemos hoje é cometer um erro, no mínimo grosseiro e injustificável.
A plataforma, deseja divulgar a sua acção cívica em prol da salvaguarda e valorização do local histórico, junto da comunidade da cidade e do seu concelho, de autarcas, de deputados da Assembleia da República, de responsáveis por organismos da administração central, em sessões públicas, etc.
Compõem a plataforma cívica os seguintes cidadãos: Vera Duarte (Guia – Intérprete), Luís Romão (Engenheiro), Isabel da Guia (Lic. em História), António José Monteiro (Responsável de Arquivo Histórico).
Santarém, 24 de Janeiro de 2008
Vera Duarte
(Porta-voz 912 914 118 )
Artigo de Sofia Meneses no Correio do Ribatejo
Em causa documento da autarquia que defende demolição do edifício
Cidadãos constituem “plataforma cívica”
Um grupo de cidadãos de Santarém constitui uma “Plataforma cívica de apoio à salvaguarda e valorização do local histórico do antigo Convento das Donas em Santarém”. A iniciativa foi desencadeada depois do grupo tomar conhecimento de um documento da autarquia, que defende a demolição daquele edifício. Documento esse distribuído aos deputados municipais na sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Santarém de 18 de Dezembro de 2008, na qual foi aprovada a minuta do contrato-promessa para a compra dos quartéis de S. Francisco (ex-Escola Prática de Cavalaria) e das Donas (quartel da PSP) e mais dois terrenos (ver Correio do Ribatejo, edição de 23 de Dezembro de 2008).
O referido documento – parecer técnico elaborado pela Divisão de Ordenamento do Território, dedica o capítulo II ao Quartel das Donas, ali caracterizado como “um edifício de meados do século passado, sem qualquer relevância arquitectónica, já muito adulterado pelas diferentes utilizações a que tem estado sujeito e que está completamente desajustado à malha urbana, sendo mesmo um obstáculo ao seu desenvolvimento natural”. Por isso, adianta, “o objectivo é a sua demolição, de forma a desanuviar o estrangulamento que provoca no jardim da liberdade, e permitir o remate da malha urbana”. Refere ainda que “as futuras construções deverão criar as condições necessárias à manutenção do quartel da PSP” que usufrui destas instalações desde 1975.
A Plataforma cívica, constituída por Vera Duarte (guia-intérprete), Luís Romão (engenheiro), Isabel da Guia (licenciada em História) e António José Monteiro (responsável de Arquivo Histórico), defende, numa declaração de princípios enviada à comunicação social, que, “tal como a aquisição do terreno e dos edifícios do Quartel da ex-EPC, com ocupação conventual desde o século XIII, não é argumento para a sua destruição pura e simples, também o edificado num outro local, da mesma época com contornos arquitectónicos notórios e espaços históricos, inserido no perímetro definido como centro histórico, como é o caso do Quartel das Donas, deverá ter uma avaliação semelhante”.
Promover debate de ideias Vera Duarte, porta-voz do grupo, adiantou ao Correio do Ribatejo que “é importante dar a conhecer o histórico do edifício para que as pessoas se sintam mais sensibilizadas para o defender”. Acrescentou que há já um grupo significativo de cidadãos preocupado com o futuro daquele património. “Apenas quatro pessoas decidiram ‘dar a cara’, mas há muitas mais que partilham das nossas ideias”, disse.
Vera Duarte realça que, embora até ao momento não tenha sido tomada qualquer medida concreta para a demolição do actual edifício da PSP, existe um parecer técnico, sobre o qual os cidadãos podem e devem pronunciar-se. “O que queremos é debater o assunto, como cidadãos que se interessam pela cidade em que vivem, porque, como cidadãos, temos não só direitos, mas também deveres.
E, o nosso dever é, dentro das nossas possibilidades, contribuir para que a cidade seja cada vez melhor e motivo de orgulho para todos”. “Marco da história de Santarém” O Convento das Donas “é um marco da história de Santarém, representando um dos raros conventos femininos aqui construídos”, sublinha a Plataforma Cívica.
“Se deixar de existir o presente edifício, apaga-se também mais um pouco da memória de Santarém, já tão mal tratada. O edifício actual, descaracterizado ou não, bonito ou não, é o que de mais próximo temos dessa memória”, lemos na declaração de princípios. O grupo pretende divulgar a sua acção cívica e intervir junto de autarcas, deputados da Assembleia da República, responsáveis por organismos da administração central, e população em geral, através de comunicados, sessões públicas e outras iniciativas que considere necessárias.
Textos retirados do blogue http://valorizar-santarem.blogspot.com/2009_02_05_archive.html
No mesmo blogue retiramos a lista dos primeiros subscritores da petição scalabitana:
Os primeiros subscritores do abaixo-assinado são Engº. Luís Romão (Técnico do Sector Empresarial do Estado); Dra. Henriqueta Carolo (Vereadora da C.M. de Santarém); Coronel A. Garcia Correia (Provedor da Santa Casa da Misericórdia); Dra. Vera Duarte (Guia – Intérprete Oficial); Carlos Oliveira (Actor); Dra. Luísa Barbosa (Professora/Historiadora); Francisco Morgado (Fotógrafo); Fernanda Narciso (Pintora); Francisco Selqueira (Actor); Maria Elisa Figueiredo (Poetisa); Dr. Luís Rufino (Conservador/Restaurador); Dra. Eunice Marto (Técnica Superior de Turismo); António Fernandes (Técnico do Ministério da Justiça); Dra. Isabel da Guia (Administração Regional de Saúde); António Duarte (Comerciante - C.H.); António Raposo (Barbeiro); Prof. Luís Eugénio Ferreira (Aposentado); António J. Monteiro (Responsável de Arquivo Histórico).
Gostamos especialmente da presença do Provedor da Misericórdia de Santarém, que é um distinto oficial das Forças Armadas!!!!
O seu interesse reflecte não só a consciência cívica, a cultura, mas também a posição da Misericórdia local enquanto instituição influente dentro da cidade de Santarém.
No caso pessoal do Coronel estará também a memória militar porque o conjunto ameaçado faz parte da memória de Santarém como praça militar, aí estava instalada a EPC.
Acontece que o Provedor da Misericórdia de Abrantes também é um oficial das Forças Armadas. E a nossa benemérita Santa Casa tem uma grande projecção social, tradições históricas de defesa do Património, em especial manifestadas durante o consulado do Grande Provedor que foi Solano de Abreu.
Que pensa a Mesa da Misericórdia do projecto do Carrilho da Graça?
Que pensa o Provedor Sr. Capitão Horácio Mourão de Sousa sabendo-se que São Domingos associa a memória religiosa à memória militar?
Que pensa o ex-Vereador Sr. Margarido, hoje um dos homens-fortes da Santa Casa local?
E já agora, já pensaram retirar o Arquivo da Misericórdia do Municipal, localizado agora ao lado dumas instalações de resíduos perigosos?
Não devia a Misericórdia ter um Arquivo Histórico próprio como tentou organizar Fernando Velez?
Finalmente resta-nos dizer o que pensa dos velhos conventos Moita Flores: diz que são um mamarracho.
Começamos a pensar que o dr. Zé Noras nunca devia ter deixado de ser Presidente de Santarém. Pelo menos era um homem culto.
E o Moita está enganado. Mamarracho é o projecto do Carrilho....
Por Abrantes
nota: fotos e textos retirados do blogue citado. Não faz falta dizer que estamos solidários com o Movimento Cívico Scalabitano.
O Pico caba de hastear a bandeira branca. Assim que começaram a falar da ligação entre a Jota Pimenta e a publicidade posta no boletim divulgativo da polícia da Ditadura, o Pico começou a tremer......
E pede paz.....
Sustenta o Pico que a publicidade era um imposto que havia que pagar. Por isso mesmo o construtor civil Amadeu Gaudêncio dava dinheiro a quem queria terminar com a Ditadura e não publicava pois publicidade na revista dos Pides....
Gaudêncio pagava um Imposto à Liberdade, coisa é o dever de um homem livre. !!!
A Jota Pimenta pagava um subsídio voluntário à corja que matou Delgado e Marques Godinho.
Delgado em Chaves em campanha contra Américo Tomaz ( foto in blogue Chaves Antiga)
E perguntamos nós pode haver paz com um tipo que cobriu de insultos as 848 pessoas que exerceram um direito legítimo que é fazer uma petição?
Por isso a única coisa que se pode pedir ao Pico é a que disse o Rei de Espanha àquela besta fascista da Venezuela chamada Chávez : Que se cale duma vez para sempre!!!
Por Abrantes
O direito de petição é elementar e está inscrito na Constituição. Só se indigna contra as petições quem tem medo da Voz do Povo ( não confundir com a velha gazeta da UDP, donde sairam distintos jornalistas do Público), coisa própria de totalitários de direita ou de esquerda (todos são a mesma tropa fandanga).
Imagem extraída do Observatório de Imprensa
E já que falemos da UDP:
Um blogue de Rio de Moinhos organizou uma petição para mudar as regras trânsito da freguesia.
Quem que quiser elucidar-se pode ler e informar-se aqui
Quando Cavaco Silva, um indígena de Boliqueime, se refere ao cidadão Duarte de Bragança, tem sempre o cuidado de se referir a S.A.R. O Senhor Duque de Bragança, É uma questão de boa educação e Cavaco é um homem bem educado.
Por isso não se compreende que quando alguém se refere ao escultor Charters, parceiro da D. Lucília Simão, como doador do MIIA, não se trate o artista pelos dois títulos nobilíárquicos que ostenta por alvará mandado passar pelo Duque de Bragança.
Outra coisa é contar a interessantíssima história desses títulos......
E outra pretender que o Charters representa os Almeidas quando o Chefe Histórico da tribo é o Marquês de Abrantes que tem pelo menos 7 títulos de nobreza.
Ou seja ganha 7-2 ao Charters........
E outra pior é censurar um texto de genealogia numa revista de história porque se defendia que o nobre escultor é tão Almeida como os nossos amigos Burguetes.
Ou se calhar os Burguetes são mais Almeida?
Ainda não descobrimos porque é que o talentoso escultor e exímio aristocrata ainda não seguiu o exemplo de Duarte Castel-Branco e assinou a nossa petição.
No dia em que o Senhor Conde da Bahia assinar a petição, estamos certos que D.Lucília Moita também o fará.
Como diz o António Castel-Branco ''noblesse oblige''----
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)