Em 15 de Março de 1961, a UPA desencadeou uma onda de massacres no Norte de Angola, apanhando o Estado português desprevenido.
Começara a Guerra de Angola.
A 9 de Março, o abrantino, coronel Manuel Pimenta de Almeida Beja Camões Godinho (filho do General Godinho), avisa num despacho ''"Os nativos continuam interessados na compra de enxofre para o fabrico de bombas, que têm a forma duma bola de futebol pequena e que só rebentam depois de lhes pegarem fogo", ''.
Compõe o ofício com base em informações da polícia secreta e pede ao Comando Naval mais informações que possam confirmar a investigação da PIDE.
O documento foi desclassificado há cerca de um ano pela Marinha e foi publicado pela Lusa. Ler aqui.
ma
O mais importante polícia abrantino não tem de ser o mais famoso, que foi Rosa Casaco. O mais importante foi o coronel Homero de Matos
natural de Abrantes, que dirigiu a PIDE, entre Agostinho Lourenço e Silva Pais, ambos também militares.
O homem vinha da GNR tendo-se distinguido por brutais cargas de cavalaria contra os trabalhadores do Barreiro.
Tomou posse em 1960 e durou pouco. Tentou que a PIDE se modernizasse e passasse a depender da Defesa. As reticências do Poder face a uma excessiva militarização, levaram-no a abandonar o cargo em 1962. Foi depois comandante da EPC em Santarém, entre 1962-1965.
Por curiosidade, estaria a foto na EPC, enquanto funcionou cá no burgo?
No Museu da EPC?
Entre o artesanato abrislesco a efígie dum militarão pidesco?
ma
ver as obras de Irene Flunser Pimentel sobre o assunto
Outro dia referiu-se aqui, a propósito da desmemória do Manuel Dias, a presença de activistas clandestinos comunistas no Tramagal desde muito cedo. Os nomes quando houver tempo.
Mas já se pode dar (e já se sabia) o nome dum dos importantes controleiros dos anos 50.
O ''corticeiro'' José Vitoriano, algarvio, chegou a Vice-Presidente da Assembleia da República e teve importante papel no Ribatejo e no Tramagal nos anos 50.
E em Paris onde acolheu Zita Seabra.
Ele próprio contou a história aqui.
O Vitoriano foi nessa altura preso pelo Pide abrantino Rosa Casaco, em Alcanena (1953).
Tudo neste livro, que se recomenda.. O extracto reproduzido é da 2 ª parte da tese da autora citada : ''Estratégias e Evolução da Oposição silvense na Consolidação do Regime Salazarista (1935 1949) ''
Havia mais coisas para dizer mas só duas curiosidades,dada a longa tradição silvense de indústria corticeira e também a abrantina, houve algarvios a trabalhar aqui e abrantinos a trabalhar lá. Laços e intercâmbios que se criaram.
Uma das personalidades silvenses biografadas é o Advogado dr.Neves Anacleto, que se bem me lembro é o Avô do Francisco Louçã e que depois do 25 de Abril deu um contra-revolucionário. Um homem curioso e de forte personalidade.
MA
créditos: Avante e edições Colibri e tese da autora citada
e prisões em Alferrarede
O ''Ribatejo'' era um jornal clandestino ligado ao MUD, este nº é de 1948
Não vimos nada disto na ''historiografia'' oficial cá do burgo......
Deve ser propaganda bolchevique.....
mn
Ps- Era ....o Ribatejo era escrito quase todo por Soeiro Pereira Gomes e teve colaboração de Álvaro Cunhal . Ver aqui
O Capitão Agostinho Lourenço, chefe histórico da PVDE/PIDE e notório maçon. Foi o irmão dele, Coronel Júlio Lourenço, comandante do Castelo (Artilharia,) que recrutou o Rosa Casaco, do Rossio de Abrantes, para a PIDE.
O recorte do Expresso é mandado por um amigo do PCP, está aqui .
O artigo apresenta a excelente série de Jacinto Godinho que está a passar na RTP2.
No último programa perguntavam ao Prof. António Ventura se o Agostinho era pedreiro-livre. Era.
Como Carmona, o patrão. Como Sidónio, o fundador da saga, que levou parte da
maçonaria a construir as bases do fascismo e a administrá-lo.
Há ligações a Abrantes, mais que o Júlio Lourenço?
Há
Houve lojas a conspirar para fazer o 28 de Maio?
Mendes Cabeçadas era um homem do 5 de Outubro e do 28 de Maio.
Mas a Pide ser comandada por um maçon, é uma novidade, para todos excepto para quem conheceu o Ramon La Feria.
O programa é muito bom.
ma
O Ramón La Féria foi o único dirigente importante do Grémio conotado com o PCP, no PREC.
Como é sabido Salazar despachava directamente com o salafrário que dirigia a Pide fosse Agostinho Lourenço, fosse Silva Pais.
cap. Lourenço (imagem do blogue Histórias do Nosso Tempo com a devida vénia)
As cartas dirigidas por Santos Costa ao Brigadeiro Marques Godinho (1) serviam como prova do móbil do crime de homicídio involuntário, atribuído por Adriano Moreira, ao Ministro da Guerra, o maior humanista de Alcafazes, donde era natural e onde gostava de privar com Aquilino Ribeiro.
O móbil seria eliminar provas de eventuais actividades a favor da Alemanha Nazi, praticadas por Santos Costa.
Vejam-se as penhoradas cartas do escritor a agradecer certo favor ao Ministro, que andam publicadas na Correspondência de Santos Costa.
Veja-se ainda isto que é o que resulta duma busca sumária
Como é que Santos Costa, monárquico da ala dura, era amigo dum homem que andou metido no regicídio?
Sobre as ligações entre Santos Costa e Costa Gomes, ver este artigo, no Público, do tenente coronel Jorge Alves Martins . Já se falou aqui da protecção que Costa Gomes deu a Santos Costa depois do 25 de Abril.
O Capitão Agostinho Lourenço era irmão do Coronel Júlio Lourenço, Comandante do Grupo Misto de Artilharia Montada nº 24, no Castelo, que foi quem meteu a cunha para que Rosa Casaco entrasse para a PVDE.
mn
(1) Marques Godinho ainda era Brigadeiro quando Santos Costa lhe escrevia. Desempenhava o cargo de Governador Militar dos Açores
Outro dia referiu-se aqui, a propósito da desmemória do Manuel Dias, a presença de activistas clandestinos comunistas no Tramagal desde muito cedo. Os nomes quando houver tempo.
Mas já se pode dar (e já se sabia) o nome dum dos importantes controleiros dos anos 50.
O ''corticeiro'' José Vitoriano, algarvio, chegou a Vice-Presidente da Assembleia da República e teve importante papel no Ribatejo e no Tramagal nos anos 50.
E em Paris onde acolheu Zita Seabra.
Ele próprio contou a história aqui.
O Vitoriano foi nessa altura preso pelo Pide abrantino Rosa Casaco, em Alcanena (1953).
Tudo neste livro, que se recomenda.. O extracto reproduzido é da 2 ª parte da tese da autora citada : ''Estratégias e Evolução da Oposição silvense na Consolidação do Regime Salazarista (1935 1949) ''
Havia mais coisas para dizer mas só duas curiosidades,dada a longa tradição silvense de indústria corticeira e também a abrantina, houve algarvios a trabalhar aqui e abrantinos a trabalhar lá. Laços e intercâmbios que se criaram.
Uma das personalidades silvenses biografadas é o Advogado dr.Neves Anacleto, que se bem me lembro é o Avô do Francisco Louçã e que depois do 25 de Abril deu um contra-revolucionário. Um homem curioso e de forte personalidade.
MA
créditos: Avante e edições Colibri e tese da autora citada
a situação das secretas
comentada
pelo conterrâneo dós
isto lembra-me uma frase do Sr.Inspector Rosa Casaco, filho segundo as suas próprias palavras do Sr. Dr. Descabeçado ou ou seja daquele que o Gaspar chamava o grande desportista António da Silva Martins.....
''em cima do joelho'', Sr Inspector?
Verá V.Exa que os bons hábitos lusos persistem...em 2011.....no reino do ''Rosa Cavaco''.....
Eu gostei mesmo foi da gralha "Rosa Cavaco". O subconsciente a trabalhar?
depois deste comentário num blogue feito acerca da Fundação Rosa Casaco, pouco me resta acrescentar a não que o Sr.Inspector além de ser filho de pai incógnito, também é filho de pai sem cabeça.....
Um azar nunca vem só........
boa foto da ametista, obrigado!!!!
Miguel Abrantes
''NOTA: Com que então, ninguém aceitava entrar numa lista liderada por essa personagem, que como presidente da concelhia me moveu um processo elaborado segundo métodos pidescos?''
Jota Pico ou o Vigário ou qualquer outro fascista-carrilhista
No blogue dos rurais
Esqueceu-se a cambada que foram eles comandados por Armando Fernandes que fizeram a proposta de haver uma Rua João Pimenta, o tipo que meteu no Conselho de Administração o agente duplo da Pide/PCP Lázaro Carmo Viegas?
Um gajo que quer um nome duma rua com o nome dum amigo do Pide/PCP Lázaro Carmo Viegas, protesta por ''métodos pidescos''?
Não seriam os métodos praticados pelo Pide/PCP Lázaro Carmo Viegas na Jota Pimenta????
Ou seriam mais sofisticados à moda do KGB?
Os mais curiosos falem para a Embaixada da Federação Russa onde os podem elucidar sobre os métodos do coronel Putin.
Tenho mais que fazer que falar do moço de fretes.
Mas ainda levará com outro post à maneira, hoje.
Bye, Bye.
Miguel Abrantes
O Senhor Henrique Mota (IP: 81.84.218.181)
enviou-nos este comentário sobre este post :disse sobre Lázaro Viegas à angolana na Segunda-feira, 16 de Agosto de 2010 às 22:30:
Caro senhor.
Embora considerando ter havido em todos os tempos gente que "vendeu a alma ao diabo" como é popular dizer-se, entendo que fazer afirmações de tão grande gravidade, como é o caso, com base em documentos da polícia política portuguesa, podem resultar na prática (mesmo que involuntária) de grandes injustiças. Há muitos anos que não tenho relações com o antigo embaixador Pacavira, mas gostaria sinceramente que despissem o vosso declarado antagonismo ao MPLA e tentassem averiguar o que de facto se passou pois felizmente ainda há alguns intervenientes dessa época vivos. A sua condenação alcança todo um conjunto de elementos, muitos dos quais foram verdadeiros obreiros da independência de Angola. Todos sabemos da conhecida estratégia da polícia política que ouvia os presos e depois fazia constar versões totalmente opostas tentando assim criar a confusão no seu do “inimigo” (como eles diziam). O que dizem ter-se passado com Manuel Pacavira, não só carece de confirmação, como tem por base elementos cuja veracidade deixam muito a desejar. Esta calúnia faz-nos lembrar outras do género, como sejam a célebre “carta” atribuída ao almirante Rosa Coutinho “enviada” ao Dr. Agostinho Neto (que alguns tiveram a coragem de dizer ser seu cunhado); e as romanceadas aventuras de um português que em vésperas da independência de Angola foi trabalhar para a DIAMANG, e que posteriormente preso pela polícia angolana esteve alguns anos detido em Luanda, tendo tido todo o tempo do mundo para escrever um livro, não a acusar o sistema colonial português, nem a explicar por que raio foi para Angola em vésperas da independência (e logo para a zona dos diamantes), mas sim para condenar a sua detenção e por acréscimo contando muitos episódios cuja matriz é um cego ataque ao MPLA e às autoridades governamentais angolanas. Vivo presentemente em Lisboa e lanço-lhe daqui um repto – estou disponível para em conjunto analisarmos os arquivos da polícia política portuguesa, para esclarecermos onde de facto é possível encontrarmos a verdade. Caluniarmos quem quer que seja não é prática de gente civilizada.
Henrique Mota
Caro Sr. Mota:
1- Antoganismo ao MPLA: O subscritor assume inteiramente o seu antagonismo visceral em relação ao MPLA e ao actual regime angolano. Apesar de tudo tem mais respeito pelo MPLA que pela FNLA do sinistro Holden Roberto.
E assumo também que não gosto da Unita.
2- O texto em causa é da responsabilidade do Sr. Orlando Castro e foi transcrito deste blogue. http://altohama.blogspot.com. O Sr. Castro é um jornalista luso-angolano com credibilidade e o Ministro Pacavira se as imputações são falsas está sempre a tempo de recorrer aos tribunais.
Espero que recorra a um Tribunal de Lisboa, porque infelizmente os Tribunais de Angola não dão garantias de indepêndencia.
Orlando Castro. Foto bo blogue citado.
3- As coisas que constam dos arquivos da Pide-Dgs são obviamente da responsabilidade da sinistra polícia política e devem ser interpretadas com cuidado. Porém Hugo Castro invoca outros testemunhos, incluindo o fundador do MPLA Joaquim Pinto de Andrade, homem sério e que infelizmente já morreu. Se tivesse de escolher entre o Sr.Pacavira e o de Joaquim Pinto de Andrade não hesitava um minuto, em acreditar neste.
4- A carta publicada pelo Doutor António Barreto cheirava tão a falso, que não sei como é que um académico prestigiado caiu na esparrela. Mas nós não invocámos a carta falsa.
5- Entre outros quem podia esclarecer o imbróglio era o Inspector São José Lopes (ignoro se está vivo), o falecido Almirante Coutinho ou o Marechal Costa Gomes. Mas suponho que haverá ainda oficiais do exército colonial que podem esclarecer a coisa.
6- Outros dirigentes nacionalistas angolanos colaboraram com a Pide, por exemplo o malogrado Jonas Malheiro Savimbi.
7- Estou mais preocupado com a sorte dos nacionalistas de Cabinda, actualmente presos, que com a reputação do Ministro Pacavira. Ser Ministro de José Eduardo dos Santos é para mim igual que fazer parte do gabinete do falecido caudilho Pinochet ou do governo de Raul Castro.
8- Já agora na guerra civil angolana fez-se tanta barbaridade que ninguém teve pejo a usar os antigos colaboradores da Pide. Os gendarmes do Katanga que combatiam ao lado das forças coloniais lusas, tiveram relações com a Pide desde os inícios dos anos 60 e depois não combateram na guerra civil pelo MPLA?
9- Conheci a Zita Vales. Não me falam do MPLA que me lembro logo dela....
10- Já sei que a razão de estado impõe muitas porcarias. Mas acho que Portugal não devia manter relações diplomáticas com Luanda enquanto persistir a ditadura.
11- E só para acabar presto aqui homenagem ao General Ochoa , ex-comandante das forças cubanas em Angola, fuzilado em Havana, por ordens de Fidel depois dum ''processo '' à boa maneira estalinista. E por algum motivo o José Abrantes, ex-Ministro do Interior cubano, apodreceu até à morte nas masmorras da ditadura de Fidel, depois doutra fantochada judicial.
E por outro lado este blogue dedica-se tematicamente a outros assuntos, pelo que damos o caso por encerrado. Agradecendo ao Sr. Mota o seu cuidado.
Miguel Abrantes
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