Já se escreveu aqui muita coisa sobre Pilatos, um senhor muito civilizado que governou a Palestina e que lavava as mãos sempre que traziam um Cristo para crucificar.
Nesta imagem roubada no face ao João Lopes, verifica-se o calvário do Tejo, que o Armindo Silveira denunciou na Raimundo Soares, pedindo à cacique que tomasse uma posição institucional.
Já estou farto de escrever sobre Pôncio, o romano. Talvez seja hora, em nome do género de igualdade que a cacique apregoa, de falar de Pôncia, a autarca.
Disse a Céu que o principal problema do Tejo é a falta de água. É a tecla que vem batendo, quando não atira a culpa para os espanhóis.
Esquece que um açude matou toneladas de peixe e a responsabilidade pela infra-estrutura era dela e não do Rajoy, agora quase arguido por o seu partido ter mandado destruir os computadores onde se escondia a porcaria ou seja a corrupção.
Esquece que todos sabemos que a poluição vem da Celtejo.
E como não sabe da merda que desliza, mortífera, no rio, diz que vai perguntar à CIMT (a que preside).
E que a CIMT perguntará ao Governo.
Se isto não é digno de Pilatos, o romano, ou de Pôncia para lá caminha.
Entretanto o Tejo anda de Herodes para Pilatos, as multinacionais enchem cúpidas os bolsos e o maior rio da península agoniza num calvário, que a catequista tenta ocultar.
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O Mirante conta como uma exploração de suínos polui terrenos vizinhos, dá cabo duma linha de água e destrói a vida duma criadora de cabras em Alferrarede.
A autarquia na pessoa, certamente ilustre da cacique, declara ao Mirante '' não posso fazer nada''.
Lembrei-me duma cena destas entre o Zé Bioucas e o Dr.Semedo, fica para depois-
Com falta de tempo, procuro casos similares. O ''Novo Almourol'' conta, como em 2014, a CM da Barquinha terminou com uma cena idêntica retirando o alvará a uma pocilga industrializada que incumpria as normas e dava cabo do ambiente.
Portanto pode-se fazer coisas.
Agir para defender o ambiente ou fazer como Pilatos.
É sempre mais cómodo agir como o procônsul romano.
Mas não é ético.
Por agir assim o civilizado Pôncio deixou que uns incivilizados ayatolas hebraicos linchassem um inocente.
Podia ter feito algo mais, o Pôncio, que lavar as mãos?
Claro.
Mandar crucifixar Caifás, sumo-sacerdote e chefe dos assassinos.
Estragaria a ''pax romana'', mas salvaria um homem inocente.
Já sabemos os motivos porque Pôncio se absteve de mandar pendurar o sumo-sacerdote numa cruz. Razões políticas.
Porque não age a CMA para defender o ambiente e fechar a pocilga?
Podem ser razões políticas ou outras.
Mas quem actua à maneira de Pôncio viola a ética e o direito.
Para um governante romano violar o Direito era uma desonra.
Nós somos a herança de Roma. Por isso temos Pôncios.
a redacção