Publicamos uma foto do Teatro construído por Carrilho da Graça na cidade medieval de Poitiers.
Desde já reconhecemos que o Teatro foi muito elogiado, designadamente pelo Le Monde.
Mas também recordamos que levou uma data de anos a construir e que o Projecto foi submetido a alterações devido a protestos de utentes e munícipes.
Um dia destes publicaremos algumas peças desses protestos, atendidos pela municipalidade de Poitiers.
Coisa que demonstra que o Maire de Poitiers era um democrata e não se deixava seduzir pela genialidade de Carrilho, impondo modificações sucessivas ao projecto para que as reclamações dos munícipes fossem atendidas.
Um projecto pode ser uma obra de arte mas também se destina a tornar-se uma construção que tem de estar adaptada às circunstâncias topográficas envolventes e à comodidade dos usuários.
Em Abrantes, com o provincianismo beato de Nelson de Carvalho & Companhia pretendia-se-nos impingir uma projecto-chave-na-mão que seria intocável devido à genialidade do homem.
Como se Carrilho fosse Miguel Ângelo a planear a Basílica de São Pedro em Roma. Até ai o Papa lhe impôs alterações.
Onde o Papa não meteu o nariz foi nos magníficos poema eróticos homossexuais que Miguel Ângelo escrevia aos namorados e que são uma jóia da literatura renascentista italiana.
Isto é o Papa como utente de São Pedro queria a Catedral ao seu gosto e houve que chegar a um entendimento entre os dois. Que foi feliz porque o Papa era um tipo de bom gosto e todos sabemos que São Pedro é uma obra-prima.
Em Abrantes, faz-se o contrário, os nossos ex-seminaristas querem impôr o projecto sem nenhuma alteração, massacrando o centro histórico, São Domingos e a paisagem, recusando o debate democrático (ao contrário de Poitiers), violando a Lei acerca do ordenamento do território e dos concursos públicos e não se preocupando sequer com a opinião e as comodidades dos utentes.
Mais, outros seminaristas censuram na Imprensa os argumentos dos opositores de Carrilho, enquanto o Papa renascentista não censurava a poesia erótica de Miguel Ângelo.
O Papa da época era dado ao belo-sexo (coisa que denota bom gosto), um mecenas e um homem culto.
Sabia que os sonetos de Miguel Angêlo eram uma obra-prima da Literatura Italina, da mesma forma que a Pietá é uma obra-prima da escultura mundial.
O Papa apesar de ter um andado num seminário, não tinha vocação de censor.
E já agora Miguel Ângelo dava para os dois lados porque é conhecida a sua ligação a Vitoria Collona a quem dedicou também poesia.
Deixando este paleio, aqui vai a foto do teatro de Carrilho e onde se vê que em Poitiers o Arquitecto respeitou a cércea dos edifícios antigos circundantes.
Foto do Blogue Arquitectos em Fuga (ver mais aqui)
Porque não pode fazer o mesmo em Abrantes, os régios honorários que lhe pagamos são suficientes para alterar o projecto e o espaço também não falta.
Portanto altere, Carrilho o Projecto para que possamos descansar, que já estamos fartos de protestar.
Miguel Abrantes, Coordenador da Petição
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