Carta de Cristóvão de Moura, embaixador espanhol a Filipe II, 11 de Abril de 1579, Documentos Inéditos para a História de Espanha,
D.António, Prior do Crato e depois Rei de Portugal, porque o povo o aclamou nas Cortes de Santarém , agradece de Abrantes, ao Papa,
Pub por José de Castro, O Prior do Crato, União Gráfica, 1942
Há mais cartas abrantinas para a Santa Sé do filho do Infante D.Luís e duma bela judia.
Todas de Abril e Maio de 1579, um ano antes de alcançar a Coroa, quando já preparava a Revolução contra a provável invasão estrangeira.
O Candeias diz que só conseguiu encontrar 2 referências concretas à estada de D.António em Abrantes (a de Frei Bernardo da Cruz e a do Memorial de Pero Roiz Soares) e depois dispara contra o capitão Mourato a quem chama várias coisas mimosas como ''limitado historiador'' por simpatizar com El-Rei D.António.
Esqueceu-se de ir a Roma ao Arquivo Secreto do Vaticano ou de ler a biografia do P. José de Castro.
Tratava naturalmente D.António da sua legitimação.
No último artigo da Zahara, nº 35, volta ao ataque e diz ''Boatos propalados na época da Crise garantiam ter havido um matrimónio secreto entre D.Luís e a Pelicana, mas o argumento era muito frágil para as pretensões antonistas ao trono de Portugal''.
Omite o claro testemunho de Francisco da Holanda, que tendo sido encarregado pelo Prior de lhe fazer um brasão, o fez sem sinal de bastardia, e o brasão foi aprovado por D.João III, reconhecendo assim o monarca a D.António como filho legítimo do Infante D.Luís.
E esse testemunho consta em carta que foi junta ao processo de legitimação de D.António I (ver Les De Aetatibus Mundi Imagines
de Francisco de Holanda, Entre Lisbonne et Madrid, Les De Aetatibus Mundi Imagines de Francisco de Holanda Entre Lisbonne et Madrid,
Sylvie Deswarte-Rosa* in Felix Austria, Lazos familiares, cultura política y mecenazgo artístico entre las cortes de los Habsburgo. Madrid, 2011).
E já se sabia isto, desde que no remoto ano de 1925, Jacobo Fitz-James Stuart y Falcó, Duque de Alba, publicou o processo, que jaz na Biblioteca da Casa de Liria, desde que outro Alba, Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, se apoderou dele depois da conquista de Lisboa em 1581.
Já agora, nessa biblioteca está a procuração, passada em Punhete, em 9 de Maio de 1579, por D.António aos seus Procuradores, '' Diego Botelho e Inocenço Sueiro'' para tratar do seu processo de legitimação, diz Sylvie Deswarte-Rosa.
Deixamos o link para que o homem saiba onde dirigir-se, também pode escrever uma carta a Carlos Juan Fitz-James Stuart y Martínez de Irujo, Duque de Alba, (etc) pedindo uma cópia. Não meta na carta, Conde-Duque de Olivares (título que também ostenta o destinatário) para não cair no ridículo.
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O Arcebispo de Lisboa e Inquisidor geral, D.Jorge de Almeida, pertencia à linhagem abrantina dos Almeidas, que em geral se bandeou pelo usurpador Filipe II, um Rei estrangeiro.
Em 1581, D.António, o Rei eleito pelas Cortes, entrou na capital do seu reino, entre as aclamações do povo alfacinha. Lisboa era a capital também do apoio ao monarca legítimo.
O Dom Arcebispo fugiu para Alhandra.Era um dos Governadores do Reino, deixados por D.Henrique.
Com isso evitou a repetição da cena da crise de 1383-1385, quando o ordinário de Lisboa, foi atirado do alto da torre da Sé, pelos homens do Mestre de Avis.
Debaixo dum pálio, entrou D.António, na Sé, recebido por D.Manuel de Almada , Bispo-Chantre que assim se associou à aclamação do novo Príncipe, que também foi jurar à Câmara de Lisboa, as Liberdades do Reino.
Já que se fala de abrantinos, era filho o Prior, do Infante D.Luís, aqui nascido, e duma mulher de ''nação'', ou seja judia.
Como o fora o Mestre, D.João I, filho doutra judia.
Era o Arcebispo claramente um traidor e um vendido a Filipe II?
Dentro do Episcopado foi um ardente defensor da legitimidade do filho da Imperatriz Isabel?
Não era um homem prudente, que inclusive tinha recusado a Púrpura cardinalícia, que lhe oferecera o Embaixador do Rei espanhol, em troca que tomasse partido prévio contra D.António.
Destas relações com Cristovão de Moura, há uma curiosa carta em que o diplomata pede ao Arcebispo, que condene um pregador que dissera que quem morresse matando castelhanos, merecia o céu.
Durante os dias da revolução lisboeta, foi intermediário entre D.António e o Duque de Alba, para tentar uma negociação.
Parece que tentou até ao fim um acordo entre D.António e Filipe II, mas dada a evolução da crise, acabaria por em Tomar votar o reconhecimento da realeza do Habsburgo.
Que nele manteve alguma desconfiança e que nunca o fez Cardeal.
mn
Federico Palomo, Para el sosiego y quietud del reino. En torno a Felipe II, y el poder eclesiástico en el Portugal en finales del siglo XVI ... - Hispania - XIV, CSIC, Madrid (2004)
José Pedro Paiva, Bishops and Politics: The Portuguese Episcopacy During the Dinasty Crise of 1580, JPH, vol IV,Brown University (2006)
Ana Isabel López-Salazar Codes, Inquisición y Politíca, El Gobierno del Santo Ofício en el Portugal de Los Austrias, 1578-1653, Universidade Católica Portuguesa, 2011
D.João de Portugal foi o último Bispo a pegar em armas em Portugal. E esteve com D.António I até ao fim ....
mn
D.Fernando de Portugal, senhor de Abrantes, foi enterrado em São Domingos por sua mulher a Infanta D.Guiomar.
O seu irmão, o Infante D.Luís, também natural da vila de Abrantes, foi entre outras coisas Prior do Crato e pai de el-Rei D.António I que resistiu à Invasão de Espanha.
D.Manuel, pai deles, residiu largamente na vila de Abrantes.
Na Universidade Nova discute-se a privança de El-Rei Venturoso, onde andaram copioso grupo de abrantinos e ainda donde El-Rei saneou quase tudo o que cheirasse a Almeida, por não ter confiança ''política'' neles.
E discute-se a Casa de D.Fernando, ou seja o projecto político de D.Manuel de criar uma grande Casa abrantina em torno de D.Fernando e de D.Guiomar Coutinho,
tema abordado pelo dr. Hélder Carvalhal, da Universidade de Évora, já autor dum importante ensaio sobre a Casa do Infante D.Luís.
A Tubucci decerto estará presente nesta jornada de trabalho.
mn
a ler:
CARVALHAL, Hélder Filipe Machado, A casa e o senhorio do infante D. Luís (1506-1555): estrutura, clientelas e relações de poder, 3.ª edição, U.Évora, Orientadora: Mafalda Soares da Cunha (U.Évora), Co-orientadora: Isabel dos Guimarães Sá (ICS-ULisboa/U.Minho)
O infante abrantino D.Luís, filho de D.Manuel I, foi o pai do Prior do Crato e foi ele próprio Prior do Crato e homem notável.
in http://ordemdemalta.blogspot.com.es/2013/10/a-proposito-da-homenagem-aos-priores-do.html
Ei-lo aqui com a Cruz de Malta ao pescoço, insígnia que o designa como responsável pela Ordem Hospitalária em Portugal. Recorde-se que em Abrantes em São Julião, quem descobre onde estava o templo???, havia uma delegação da Ordem e nesse templo funcionou inicialmente a Santa Casa.
Convidam-se os leitores aqui a visitarem uma boa biografia do Infante enquanto Prior do Crato no blogue http://ordemdemalta.blogspot.com.es/
Os curiosos sobre o percurso do pai de D.António, o efémero Rei que se opôs à ocupação estrangeira de armas na mão, contra a sociedade civil e ordeira do seu tempo, que se bandeara pelo partido do estrangeiro a soldo de benesses várias, encontrarão na rede mais coisas curiosas e sérias sobre ele.
MN
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