Passava-se a cena na Câmara de Deputados do Reino de Portugal e era 16 de Março de 1860.
O Diário de Lisboa era o jornal oficial.
O parlamento era presidido pelo ex-cabralista (como o Raymundo) de Punhete, Bartolomeu dos Mártires Dias e Sousa, deputado por Abrantes.
Apesar de falarem de Raymundo SM de Carvalho, o alegado contrabandista devia ser o negociante de azeites e tabacos, ''especulador ''segundo a terminologia da época, e cacique local Raymundo Soares Mendes, que dá nome à praça da CMA.
E que oportunamente seria nobilitado.
O Bartolomeu, familiar de Costa Cabral, era deputado por Abrantes.
Como terminou a coisa para o Raymundo?
Teremos de consultar algum dia o processo.
Mas deve ter terminado bem. Em 1862 era eleito Procurador, por Abrantes, à Junta do Distrito.
O contrabando é uma honesta profissão. Que o diga um nonagenário de Campo Maior que o PS promoveu a Pai da Pátria. Apesar de Marcello Caetano já o ter promovido a cacique.....
mn
O nosso post sobre a fidalguia administrativa de Raymundo Soares Mendes provocou alguns comentários.
Que fazia o pai dele, Joaquim?
Era negociante da praça de Abrantes, como o filho.
Talvez agora se compreenda melhor o post.
mn
Enquanto os miguelistas enchiam o país de forcas e davam Vivas ao Usurpador, as milícias de caceteiros, conhecidas pelos Voluntários Realistas, animadas cá na terra pelo Padre Bairrão e pelo tenente delas, Raymundo Soares, garantiam a velha ordem fradesca.
Enquanto isso, um dos fidalgos com interesses na zona, de mais clara geração, era Morgado de Punhete e senhor da velha torre onde os seus antepassados tinham recebido Luís Vaz era.......privado das honras e títulos que lhe dera D.João VI e que herdara dos seus maiores.
E mais que isso, confiscavam-lhe a condição de português e passava a ser apátrida, porque era desnaturalizado.
D.Gastão da Câmara Coutinho partira para o exílio para lutar pela Liberdade e regressaria de espada na mão, com Fronteira, Saldanha, Terceira, sob o comando de D.Pedro IV para terminar com o reino das forcas.
Escrito por António da Silva Lopes Rocha
E o tabaco?
Não tinha D.Pedro dinheiro para a guerra, e logo um financeiro lhe disse, se me dás o contrato do tabaco, haverá dinheiro. Era o Quintela.
mn
25 de Abril de 1835
Raymundo Soares Mendes pede para entrar na Guarda Nacional, que teoricamente era uma milícia liberal.
Há protestos populares
Em 25 de Maio por ordem da Prefeitura da Beira Baixa é expulso por ter sido membro dos Voluntários Realistas, a milícia dos absolutistas
Terminaria um ''fidalgo'' , liberal dos quatro costados.
Parece-nos um daqueles vira-casacas que ilustraram o 25 de Abril cá na terra.
Gazeta de Lisboa, 5 de Setembro de 1832
ma
Fonte Eduardo Campos, Cronologia de Abrantes do Século XIX
Quem eram os dois caciques ''progressistas'' (1)? O Abreu era o pai do Dr.Eduardo Solano de Abreu e de Tiago Solano de Abreu, um dos homens mais ricos da terra, graças à herança de Brás Consolado, o sogro. O outro era o ex-miguelista Raymundo Soares, este
Entre os protagonistas há vários antepassados de muitos abrantinos actuais, uns pintados como ''bons'' (os amigos dos regeneradores) e outros como péssimos, os que sustentavam a candidatura de D.Miguel Pereira Coutinho.
Quando houver pachorra talvez se traçe a biografia de cada um. O José Sebastião de Almeida Beja nasceu em 1793 e casou-se com uma pessoa da família dos antepassados de D.António Castel-Branco, a D.Jacinta de Castro Ataíde. Era um liberal vintista e teve problemas com os absolutistas.....caso do Raimundo Soares.
Naturalmente deve ter-se em conta que isto é um artigo eleiçoeiro, que provém dos amigos do candidato Cunha Belém. A versão dos ''históricos'' deve estar no ''Diário Popular''.
Só uma achega mais, o Visconde da Abrançalha tinha sido convidado para candidato progressista e recusou. Como se sabe mais tarde seria um fiel partidário dos regeneradores.
Quando houver mais tempo tentar-se-á estudar este assunto com mais pormenores.
mn
Fonte: Diário Ilustrado-1874
(1) Partido Histórico Progressista, chefiado pelo Duque de Loulé. A cooperação política e militar entre a esquerda liberal e o miguelismo tinha marcado parte da política da época, veja-se a Maria da Fonte
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)