No seu árduo esforço para construir um almanaque republicano abrantino, o esforçado Gaspar não encontrou elementos para ver como os republicanos, em nome do Supremo Arquitecto, limpavam as escolas abrantinas das referências católicas.....Esclarecemos o rapaz....
''No que diz respeito à neutralidade religiosa nas escolas não dispomos de quaisquer informações sobre o grau de cumprimento desta norma na região'' -Martinho Gaspar, p. 63 da ''Primeira República em Abrantes''
Maria Lúcia de Brito Moura, ''A "Guerra religiosa" na I República'', p. 518, 2010
Como diria António Farinha Pereira, citando Voltaire '' a religião é muito necessária para as mulheres e para os criados''
ma
Declarações de António Farinha Pereira, na República de 4-10-1960 ( é uma repescagem pois morreu em 1949) sobre quem fez a República em Abrantes. Para ele os nomes são: dr. Ramiro Guedes, José António dos Santos, Oliveira Neto, Rodrigo António, Joaquim Leite, Manuel Inocêncio da Costa, Roque José Delgado, coronel António Maria Baptista, Zeferino Alves da Silva, Vergílio Bastos e outros. Há silêncios que falam por si. Boa parte dos referidos não aparece nos estudos publicados pelos ''historiadores locais''. E naturalmente aparecem ''adesivos'' aos montes
ps- ao contrário do que diz AFP....o dr. Guedes era lisboeta .....
Em 25 de Setembro de 1911, para defender a República, Justo da Paixão, acolitado pelo Presidente da Junta da Paróquia, José Ascensão Bispo, apreende todos os bens móveis e imóveis da Paróquia de S.Facundo, incluindo a histórica imagem de pedra do Santo Padroeiro, encontrada no século XVI e que motivara a mudança de nome da terra de Zonalheira para S.Facundo.
Em ouro e prata levaram:
Duas cruzes de ouro com o peso de 126 gramas
Nove argolas e dois cordões com um broche com o peso de 155 gramas
Prata
Dois cálices com o peso de 1 Quilo e 656 gramas
Uma concha com o peso de 155 gramas
Um relicário com o peso de 79 gramas
Duas coroas com o peso de 555 gramas
Um resplendor com o peso de 74 gramas
Um resplendor e uma coroa pequena com o peso de 12 gramas
Em livros:
Um livro de baptismo de 1815 até à data
Um livro de casamentos de 1803 até à data
Um livro de óbitos de 1823 até à data
Quatro missais
Um copiador de pastorais
Um ritual.
O saque incluiu os paramentos, móveis e o edifício da Igreja.
Ainda com Salazar foram arrolados um quintal e as oliveiras das almas, oferecidas pelo Povo à Igreja e dispersas por terrenos particulares. Estes últimos bens e a casa paroquial, que passara a ser usada pela professora, foram devolvidas à Paróquia, sendo pároco...o padre Ramiro.
Se querem que deitemos foguetes por quem ofendeu a Liberdade e saqueou o Património, não deitamos.
ma
nota : até agora não encontrámos o auto da devolução do espólio religioso confiscado. Os bens foram entregues à Junta da Paróquia.
Estava na Raimundo Soares, tomando um Porto, o capitalista António Farinha Pereira com o seu amigo, o latifundiário Manuel João da Rosa, quando o Aurélio Netto, lhes perguntou já que são vocês que pagam ''O Abrantes'', que querem que saia na primeira página?
Isto! disse o Farinha.
Nisto entrou o tenente José Garcia Marques Godinho e o Rosa perguntou, o que é que você acha?
Brilhante!!!!
O Abrantes, 1909
E saiu .
Pobre Raposo, pároco de S.Vicente!
Tirem Padre e ponham Cónego e tudo está actual.
ma
Na sequência duma ronda de comícios pelo Médio Tejo, os republicanos terminam as jornadas de propaganda em Abrantes.
Era Fevereiro de 1907, depois do comício na Praça de Touros, cedida gratuitamente pelo lavrador Franco.
No Hotel Comercial há um banquete. Anima a festa a Tuna Rossiense.
Preside Ramiro Guedes, tendo à direita Bernardino Machado e à esquerda António José de Almeida.
Falaram José Eugénio Nunes Godinho (Constância), Guilherme Godinho (Almeirim), Bernardino Machado, Ferreira Caiado, Justo da Paixão, Anselmo Xavier, Pereira Camacho, Manuel Esteves, Martinho Costa, Pedro Paulo de Carvalho e António José de Almeida (etc)
Presentes: Adolfo Augusto Fernandes, António Farinha Pereira, Fernando António Assis, António Augusto Salgueiro, José Heitor Marques, Aurélio Netto, João Lopes Gueifão, Ramiro Guedes, Manuel Oliveira Netto, Joaquim M. Almeida Beja,Manuel Lopes Esteves, António Ribeiro Gomes dos Santos, João Alves Matias, José Eugénio Nunes Godinho, Manuel Caldeira Queiroz, Pedro Paulo Carvalho (os dois das Galveias), João Rodrigues dos Santos, António C. Alcaravela Júnior, José António dos Santos, Manuel João da Rosa, António Martinho da Costa, Alarico Alves Ferreira, Luís Marques Pires, Justo DR da Paixão, Virgílio Bastos, João Pereira, Joaquim R.Sequeira, Artur R.Sequeira, José Mendes, Zeferino A. da Silva, Artur Jorge da Silva, Valente Júnior, Silvério da Silva, Manuel J.S.Bastos, Francisco Cardoso e António Laurentino da Cunha.
(''O Mundo'' de 3 e 4 de Fevereiro de 1907)
Ilustram o artigo fotos com destaque de Justo da Paixão e António Farinha Pereira e ainda fotos dos netos de Ramiro Guedes, com Bernardino e António José de Almeida.
António Farinha Pereira
No Jornal de França Borges, a quem é dedicado um ''toast'' pelos presentes no Banquete, não se refere qualquer promessa de elevação da Vila a Cidade.
Se repararem bem faltaram ao banquete o João Damas..e o militar António Maria Baptista, que vão ter cargos importantes, depois do 5 de Outubro, mas a lista dos presentes é quase da lista dos republicanos históricos abrantinos e da região em 1907 ....
ma
PS- só dei com isto graças a D.Maria Justina Bairrão Oleiro, que soube preservar o Arquivo do seu Pai, a ela o meu obrigado
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Quinta-feira, 30 de Setembro de 2010
Aula de História na Manuel Fernandes
A senhora Professora.: Hoje vamos falar da República!
Menino Zézinho: Da qual? Daquela onde o meu Pai andou em Coimbra e tinha uma vaca na janela que deitava tinto pelas tetas???
A senhora Professora.: Menino Zézinho ponha-se na rua.!!!!
Menino Zézinho: Tá a tripar ou quê? O meu pai que é Advogado mete-lhe um processo e a sotôra vai ver como é que são elas!!!
A senhora Professora: Menino Zézinho, acalme-se e fazemos as pazes. A República foi muita boa. (escreve no quadro).
Menina Luisinha (a melhor aluna): Tenho uma dúvida, era republicano Manuel Fernandes, nosso patrono?
A senhora Professora: Era um republicano muito bom. Fez esta Escola, o Hotel, o Cinema e mais coisas. A República é isso, o Progresso.
Menino Jeremias (reguila): Desculpe a sotora, mas esse gajo era um fascista.
A senhora Professora: Como se atreve a dizer isso do nosso patrono???
Menino Jeremias: O gajo era deputado do partido único, latifundiário, salazarista e essa tropa era toda fascista.
Menina Luisinha: Sabia o Manuel Fernandes do Tarrafal?
A senhora Professora: O Tarrafal foi inventado pelos monárquicos.
Menino Jeremias (reguila): Então deve ter sido pelo dr. Solano de Abreu que tinha muitas amantes. Quando os cornudos protestavam se calhar mandava-os para lá.
A senhora Professora: Estão a fazer uma confusão danada. A República é um tema muito polémico. Que tal se falássemos no Afonso Henriques???
Menino Zacarias (natural do Souto): O Afonso Henriques era o tipo que matou o Bin Laden.
A Senhora Professora: Bem, acho melhor falarmos sobre outra coisa. O que é que acham fazermos um blogue sobre a reprodução das abelhas????
Todos: Queremos o blogue!!!!
Suzete de Noronha, socialite
Nota: este texto é uma caricatura humorística....
A lei de separação do Estado e da Igreja retirou ao clero o controle das populações das aldeias, onde o sentimento religioso era mais forte.
A retirada aos párocos do poder de controlar os nascimentos e casamentos e a promoção do casamento civil e do registo civil, implicou criar nas aldeias representantes da República que fizessem esse trabalho e ''evangelizassem'' o bom povo.
Logo em 20 de Abril de 1911 são nomeados para várias aldeias abrantinas, os novos encarregados dessa missão, entregue na sede do concelho a Diogo Oleiro.
Foram:
mn
Segundo um tal Candeias Silva, o Justo era criticado pelos seus inimigos por ter saído das inclusas.
Estavam a chamar-lhe filho duma rameira.
Foi o Justo que dirigiu o saque às Igrejas abrantinas, a proibição das romarias, a liquidação da liberdade religiosa.
Justamente por isso o Gaspar, sem mencionar o filho das inclusas, chama a isto, ao roubo, ao saque, à delapidação dum património artístico acumulado ao longo de 8 séculos, '' A ação laicizadora republicana''.
Que significou esmagar a mais preciosa das Liberdades, a religiosa.
Foi esta política encenada pelo filho das inclusas, que criou a base social da reacção católica, que foi o salazarismo.
Mas para o Gaspar isso é uma preciosidade académica.
Sobre a acção do Justo, pode traçar-se algum elogio, passou muito tempo a enfrentar-se ao fascista Valente da Pera, vendido aos integralistas.
Republicano anti-clerical foi e assim ficaria, sem se vender.
Sobre o saque republicano
https://porabrantes.blogs.sapo.pt/humorista-justo-da-paixao-aplica-lei-da-3162572
Há mais pelo blogue....
ma
entre os deportados do 2 de Fevereiro de 1926, estava Martins Júnior
A Choldra, n2 1926
que dizia que São Bento era '' uma miserável sucursal do directório que reside na Travessa da Água da Flor''.
Sobre António Maria da Silva dizia MJ que era ''O Presidente Landru na República da Calábria''
ma
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