Quinta-feira, 05.08.21

Manuel Fagundes era de S.Facundo e exercia o seu menester de bruxo em Montalvo. Cuidava das reses e benzia as vacas e alguma vez uma pessoa com sezões.

O seu pai, João Rodrigues também cuidara gado.

Estava casado e foi denunciado por feitiçaria em 1758 e foi ouvido em 1 de Agosto desse ano por Nuno Pereira e Melo, deputado da Inquisição, em Lisboa.

Teve sorte ao final duns dias de cadeia, foi mandado de volta a casa  com proibição de voltar a fazer benzeduras.

mn

 



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Terça-feira, 22.06.21

s.fagundes.png

s.fagundes 2 o pimpao.png

in o Pimpão em finais do século XIX 


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Segunda-feira, 16.11.20

Em 1975, a República Francesa autorizou através do Jornal Oficial, (Journal Officiel de La Republique Française) o cidadão lusitano Sr.Jesuvino Filipe, natural de S.Facundo, a mudar de nome, passando a chamar-se Monsieur Jerome Filipe, ora bolas devia ter sido Jerome Philipe....

mudança 1975.png

mn

  


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Terça-feira, 06.10.20

Em 2003, o dr Álvaro Batista e o C.Silva, publicaram um estudo no ''Ficheiro Epigráfico'', onde davam conta da descoberta duma lápide ou ara romana inédita, em S.Facundo, e procedia à sua leitura.

A leitura do prestigiado arqueólogo abrantino foi esta:

''Triteu, (filho de?) Turao?, cumpriu de bom grado um voto a
Peica (?).''

Advertiam depois Álvaro Batista, e o seu colaborador, que Peica era uma divindade indígena, que continuava a ser honrada, quando a romanização ia já adiantada (Sec. II) e que não se conhecia paralelo, com esta Deusa (?) na Península.

Posteriormente, outros autores, como o Professor  José María Blázquez, um dos mais eminentes romanistas ibéricos, estudaram este assunto.José María Blázquez Martínez

  Acha que o teónimo seria Peicai e encontrou-lhe um paralelo em Numância: Paicacomai.(1).

Estaríamos portanto perante uma peça de história abrantina (e ibérica) a preservar a todo o custo e que devia ter um lugar de honra num museu de História da Cidade.

Como não a vi em nenhuma exposição, inquiri a CMA, donde estava a peça:

Eis a alucinante resposta da Drª Filomena Gaspar, responsável pelo Museu D.Lopo de Almeida, e ao tempo empresária de arqueologia.

img20201006_18594390.jpg

Como é que possível que o património em Abrantes, esteja assim?

Como é que uma peça única na Península Ibérica leva descaminho?

Era Vereadora da Cultura, Isilda Jana.

Finalmente diz a Lei, que a Isilda incumpriu : 

Quem encontrar, em terreno público ou particular, ou em meio submerso, quaisquer testemunhos arqueológicos fica obrigado a dar conhecimento do achado no prazo de quarenta e oito horas à administração do património cultural competente ou à autoridade policial, que assegurará a guarda desses testemunhos e de imediato informará aquela, a fim de serem tomadas as providências convenientes.

2 - A descoberta fortuita de bens móveis arqueológicos com valor comercial confere ao achador o direito a uma recompensa, nos termos da lei.

 mn

(1)José Maria Blasquez, TEÓNIMOS HISPANOS. ADDENDA Y CORRIGENDA. V-Acta Palaeohispanica X
Palaeohispanica 9 (2009), pp. 39-61

(2) Informação interna da autarquia de 30.4.12 

 



publicado por porabrantes às 18:05 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Segunda-feira, 05.10.20

s.facundo imagens.png

Em 25 de Setembro de 1911, para defender a República, Justo da Paixão, acolitado pelo Presidente da Junta da Paróquia, José Ascensão Bispo, apreende todos os bens móveis e imóveis da Paróquia de S.Facundo, incluindo a histórica imagem de pedra do Santo Padroeiro, encontrada no século XVI e que motivara a mudança de nome da terra de Zonalheira para S.Facundo.

Em ouro e prata levaram:

  

Duas cruzes de ouro com o peso de 126 gramas

Nove argolas e dois cordões com um broche com o peso de 155 gramas

Prata

Dois cálices com o peso de  1 Quilo e 656 gramas

Uma concha com o peso de  155 gramas

Um relicário com o peso de  79 gramas

Duas coroas com o peso de 555 gramas

Um resplendor com o peso de 74 gramas

Um resplendor e uma coroa pequena com o peso de 12 gramas

Em livros:

Um livro de baptismo de 1815 até à data

Um livro de casamentos de 1803 até à data

Um livro de óbitos de 1823 até à data

Quatro missais

Um copiador de pastorais

Um ritual.

O saque incluiu os paramentos, móveis e o edifício da Igreja. 

Ainda com Salazar foram arrolados um quintal e as oliveiras das almas, oferecidas pelo Povo à Igreja e dispersas por terrenos particulares. Estes últimos bens e a casa paroquial, que passara a ser usada pela professora, foram devolvidas à Paróquia, sendo pároco...o padre Ramiro.

Se querem que deitemos foguetes por quem ofendeu a Liberdade e saqueou o Património, não deitamos.

 ma

nota : até agora não encontrámos o auto da devolução do espólio religioso confiscado. Os bens foram entregues à Junta da Paróquia.

 



publicado por porabrantes às 09:28 | link do post | comentar

Sábado, 06.04.19

nem no Vale das Mós.......

Carlos Matias (BE) perguntou à tutela quando haverá médicos em S.Facundo e Vale das Mós

 

Depois de conversa da treta a tutela diz que não haverá médicos lá

gms

À conversa da treta haveria que responder com a força (da razão)

Porque nenhum dos argumentos da tutela merece qualquer respeito....

mn



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Sexta-feira, 15.03.19

Tudo se resumiu ao Padre Raposo?

Vivia-se em 1914 em paz religiosa nesta terra?

Isso perguntava o Governador Civil.....numa orientação que vinha de Lisboa,  que mandava inquirir em todos os concelhos....

jacinto freitas

O chefe local da política  democrática ,Justo Rosa da Paixão, respondia

justo

Ou seja as freguesias mais renitentes em abandonar as práticas católicas eram o Pego e Alvega.

Sabemos que na Aldeia do Mato parece não ter havido problemas (ver blogue do amigo Maça, com as respostas do padre , a inquérito do Bispo).

E a freguesia onde o anti-clericalismo tinha maior base social de apoio era o Rossio.

Esta é a versão dum cacique democrático, porque a versão católica era outra, o povo armado com chuços tinha no Pego posto em debandada os amigos do Justo, e obrigara a fazer a procissão.

Houve expulsões de padres? Anseia-se pelo regresso da fradalhada ?, perguntavam.....

justo 2

Dizia que não, o Justo, isento de paixão jacobina, isto é terra liberal, e no raio das freguesias em que o beatério queria missas, lá estou eu para dar a autorizaçãozinha.....

 

Diminuiu a prática religiosa, graças à acção benfazeja da República?

justo 3

 

Dizia que sim....

E os padres aceitavam as pensões?

Mas o clero reaccionário e o Padre Raposo tramavam alguma....

De mais de catorze, só quatro tinham aceitado....

Isto é,  os padres recusavam ser assalariados do sr. dr. Afonso Costa e permaneciam fiéis ao Bispo, que era D.António Moutinho....

d.antónio moutinho

que tinha sido preso ....., desterrado da sede episcopal, e forçado durante 4 anos a dirigir a Diocese de longe.....

arriaga

 

O Justo diz que havia quatro padres pensionistas  e que estes eram mal vistos pelos colegas  e que um deles tinha  sido substituído numa freguesia (Mouriscas) por um colega fiel à ortodoxia.

Quais eram os que traíram Roma?

Em 11-7-1911,  foi concedida uma pensão provisória ao padre colado do Tramagal, Manuel Brás da Rosa , ao colado de S.Miguel, José Martins da Conceição, e ainda ao padre encomendado de lá, Luís de Andrade Sequeira.

Mas o principal padre pensionista foi Henrique Neves, que protagonizou um cisma nas Mouriscas.

Também foram dadas pensões aos empregados da Igreja que eram os sacristães: S.Vicente-António Rego da Silva; S.João-Manuel Vicente Valente, do Rossio, Pascoal Francisco das Chagas, de S.Facundo, Bernardo Ricardo da Natividade, de S.Miguel, José da Oliveira Costa, do Tramagal, Pedro Alves de Jesus Lobato, de Rio de Moinhos, Francisco Esteves Machado e das Mouriscas, António Marques Fernandes.

Finalmente ia o povo aceitar as administrações das Igrejas dominadas pelo partido democrático (as célebres cultuais), perguntavam?

justo 9

O Justo achava que sim. Mas contra ele tramava Guilherme Henrique Moura Neves, o chefe local do partido católico....

Por volta de 1916 a única Igreja aberta era a da Santa Casa e os católicos que iam à missa eram enxovalhados pela populaça, testemunho de D.Maria Luísa Almada Albuquerque Moura Neves....

mn

sobre o assunto : Humorista Justo da Paixão aplica Lei da Separação no Pego

Em nome da Liberdade Religiosa

Padre do Rocio de Abrantes resiste ao saque republicano

 O Foro do Senhor Anacleto

Salazar e as oliveiras da Paróquia de Rio de Moinhos

https://porabrantes.blogs.sapo.pt/a-devolucao-do-ouro-a-paroquia-do-pego-2010603?utm_source=posts&utm_content=1552676956

 

Fonte: arquivo António Farinha Pereira; Arquivo dum sacerdote abrantino; Arquivos públicos

 

a situação no Sardoal: ver o blogue Sardoal com Memória

 

 

 

 

etc

 



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Terça-feira, 12.03.19

O Vereador Armindo Silveira dá esta informação sobre a ''reabertura'' do posto de saúde de S.Miguel

s.miguel

Ou seja parece que a reabertura é para inglês ver e para ir ao médico de família é preciso ir ao Rossio.

Portanto uma reabertura de fachada. Se calhar para calar protestos.

Como o direito à saúde é uma prioridade constitucional, não pode haver populações sem médico, caso de S.Facundo ou semi-abandonadas como S.Miguel.

Portanto a luta continua!

s.miguel 2

mn

 



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Domingo, 03.03.19

Há 3 vídeos para a reunião entre o Valamatos e o Povo de S.Miguel. Os três alegadamente com origem no Médio Tejo. Este,  o divulgado pelo sr. José Rafael Nascimento e ainda outro da transmissão em directo da sessão.

video jrn

veja-no na página daTubucci no face

video 2

vídeo s.miguel - copia

Também se pode ver no  face https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2292417521033135&id=1721430874755104&hc_location=ufi

Na versão do youtube não estão editadas as imagens onde o povo grita: é mentira e o PC ameaça encerrar a reunião.

Omitimos comentários porque o povo é suficientemente inteligente para perceber.

Finalmente a falta de médicos e enfermeiros nas 2 freguesias, S.Facundo e S.Miguel tem um rostro, a cacique.

E o Valamatos diz que tinha o pelouro das freguesias e aparentemente estava a leste da situação.

mnn

  



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Terça-feira, 05.02.19

Depois da nossa notícia acerca do encerramento do posto de saúde de S.Miguel (sem que o cacique local se tenha dignado a pronunciar-se), o Sr.Vereador Armindo Silveira publicou esta tomada de posição:

 

EM DEFESA DOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS NO CONCELHO DE ABRANTES

Está a fazer um ano que, na sessão ordinária da Assembleia Municipal de Abrantes de 23 de Fevereiro de 2017, foi aprovada por unanimidade uma moção apresentada pelo Bloco de Esquerda a recomendar às entidades competentes que movam todas as diligências para que os médicos de família voltem a prestar serviço em todas as freguesias do concelho de Abrantes.

Um ano depois é no mínimo estranho o silêncio das restantes forças politicas e dos Srs/as Presidentes de Junta de Freguesia perante o modelo de organização da saúde de cuidados primários que vai ser implementado, especialmente no Sul do Concelho de Abrantes onde a aldeia de S. Miguel do Rio Torto vai ficar sem médico de família e a UF de São Facundo e Vale das Mós não será contemplada com nenhum médico. Solidariedade?

Transcreve-se a moção:

“Assembleia Municipal-23 de Fevereiro de 2018

Moção
Em defesa dos Cuidados de Saúde Primários do Concelho de Abrantes

O direito à saúde é um bem protegido constitucionalmente. Pese embora tenham sido colocados diversos médicos de família no Concelho de Abrantes, essa colocação não correspondeu a todas as necessidades.

Como exemplo, a União das Freguesias de S. Facundo e Vale das Mós tem cerca de 1500 habitantes e é composta por 5 aldeias. Não tem médico de família, há muitos anos, foi encerrado o posto de GNR e as escolas primárias.

Como pode esta União de Freguesias ser atractiva para fixar população quando já pouco ou nada resta dos serviços públicos?

Acrescentamos que de acordo com o Despacho conjunto do Ministério das Finanças e da Saúde, datado de 21 de fevereiro de 2018, foi determinada a contratação de 110 médicos de família, sendo que serão atribuídos à ARS Lisboa Vale do Tejo 43 vagas.

Atendendo a que, através do Despacho nº 7810/2017, datado de 5 de setembro de 2017, o Centro de Saúde de Abrantes foi considerado um dos três Centros de Saúde do ACES Médio Tejo com maior carência de médicos de família, em que através deste despacho apenas seriam colocados 5 médicos de família, mas só foram colocados 4 no Concelho de Abrantes.

Face ao exposto a Assembleia Municipal de Abrantes, reunida em sessão ordinária no dia 23 de Fevereiro de 2018 delibera recomendar às entidades competentes que movam todas as diligências para que os médicos de família voltem a prestar serviço em todas as freguesias do concelho de Abrantes.

Moção a enviar para:

Presidente da Republica;
Ministro da Saúde;
Grupos Parlamentares;
ARS Lisboa e Vale do Tejo;
ACES Médio Tejo;

Abrantes, 23 de Fevereiro de 2018
Pela Bancada do Bloco de Esquerda de Abrantes
Pedro Grave/Joana Pascoal”



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