No século XVIII, as Santas Casas e outras instituições de caridade estavam aflitas porque se tinham comprometido a dizer milhares de missas pelos beneméritos falecidos que lhes deixavam legados.
Mas os preços que queriam pagar aos padres portugueses, para cantarem missa, era por estes considerado baixo e recusavam-se a tal encargo.
Que podiam fazer as Misericórdias?
Recorrer à mão de obra estrangeira, encomendando em Espanha aos conventos, as missas atrasadas.
Assim fizeram muitas no Norte do País.
A de Abrantes também contratou muitas missas em Espanha, onde os preços eram mais baratos, segundo contou o estudioso abrantino, Dr.Emílio Salgueiro, in ''Misericórdia de Abrantes: o hospital de Salvador''''», in Boletim da Assistência Social, n.º 17-19, 1994, p. 214.
Depois conseguiram do Papa um breve que trocou as missas atrasadas por obras caritativas, segundo a obra de Maria Odete Neto Ramos, ''A gestão dos bens dos mortos na Misericórdia dos Arcos de Valdevez:
caridade e espiritualidade (séculos XVII-XVIII). Doutoramento na U.Minho, 2013)
Foi aqui que se encontrou a referência ao estudo do Dr. Salgueiro, bom amigo de Diogo Oleiro, cujo espólio foi doado pela família ao Arquivo Abrantino.
Já agora, o postal foi editado pela sua familiar (seria mãe?) Emília Damas Salgueiro.
ma
Segundo douta tese de doutoramento a origem desta iconografia (os anjos preparando o banho do menino Jesus) tem origem bizantina e remonta ''à cristianização da iconografia do nascimento de Dionísios/Baco'' muito frequente nos sarcófagos romanos, como aponta Panofsky.
A tese refere explicitamente esta tábua da Santa Casa.(1)
(1) Drama y Iconografia en el Arte Medieval ( Siglos XI-XV) de Júlio Gonzalez Montañes, UNED, Madrid, 2002
Vista antiga do velho convento de Santa Maria da Caridade
vista actual, devida vénia à CM Sardoal
Sala ''IV - Aspeto dos retábulos de Santos-o-Novo e de Abrantes (Gregório Lopes); Vitrina com salvas da Renascença, o anjo de Santa Clara do escultor Nicolau Chanterene, do séc. XVI; vendo-se ao fundo, na Sala V, o retábulo barroco de madeira policromada e dourada, outrora em Santa Clara de Coimbra. Museu Machado de Castro'' -legenda do catálogo.
Em 1955-56, os Painéis da Misericórdia estiveram em Londres, na Exposição de Arte Portuguesa (800-1800).
Tudo isso se deveu à colaboração do comissário da exposição Reynaldo dos Santos, com Diogo Oleiro e naturalmente com a Mesa da Santa Casa, sendo salvo erro, Provedor, o Dr.Agostinho Baptista
Teremos de algum dia estudar isto melhor, pelo que sabemos foi impecável a colaboração entre Reynaldo de Santos e Diogo Oleiro.
Foi ele que levou as peças abrantinas a uma das capitais do Mundo da Arte.
Tanta massa gasta em foguetório e com pouco dinheiro e sólido prestígio, senão Reynaldo dos Santos não o convidaria para colaborar, Diogo Oleiro mete-os num canto escuro.
ma
créditos: Fotos de Mário Novais da Biblioteca Gulbenkian
Fonte: Arquivo de Cascais
Neste estudo, Ricardo Silva, depois de pesquisa no arquivo da Santa Casa do Sardoal, descobre que foi Juan de Castillo, o arquitecto espanhol responsável por grande parte das obras do Convento de Tomar, e depois pelos Jerónimos, que fez o portal da Igreja da Misericórdia do Sardoal. Há vastas referências abrantinas no texto, porque nessas obras andou o pedreiro sardoalense Gaspar Diniz, que assinou o magnífico portal renascença da Igreja da Misericórdia.
in DAR, 14.4.2020
Terreno dos imóveis cedidos à borla, Travessa Henrique Cardoso, no coração de Alvalade, pela Santa Casa do Sardoal, à Câmara de Lisboa, onde a Misericórdia perdeu pela ''doação'' uma pipa de massa.
Geria a Santa Casa um tal Anacleto Baptista, mas a responsabilidade não é só dele porque haveria uma Mesa e um Conselho Fiscal e ainda para mais nos termos do Código de Direito Canónico....o Bispo teria de autorizar o negócio.
Esta gente, comandada pelo piedoso Anacleto, fez um péssimo negócio (e se calhar mais coisas) e empobreceu uma instituição secular a caminho da falência (graças ao Anacleto).
Quanto milhões vale agora o terreno?
No acórdão que condenou o cónego-burlão, o Anacleto declarou que o patife era um homem honrado. Os juízes disseram que era um criminoso, que nem sequer se arrependia.....
Além de não saber avaliar homens, também não sabia avaliar terrenos...
Valha-nos Santa Maria da Caridade que rapidamente despeje o tipo de Provedor!!!!!
ma
A Santa Casa é dona do nº1 da R. de S.Pedro, um velho e belo palacete, doado pela família Campos Melo à Misericórdia. (1)
Quis vendê-lo e apareceu alegadamente um antigo diplomata interessado em o adquirir.
Segundo a cacique, que quando abria ou abre a boca, costuma sair disparate, era um embaixador espanhol.
Quando era um diplomata luso.
O diplomata também queria uma garagem e um atelier e só comprava o palacete, se houvesse essa opção.
Vai daí, a CMA resolveu favorecer a Santa Casa nos negócios imobiliários, e vendeu o barracão, que tinha adquirido para demolir, desafrontando um monumento nacional.
Não fez concurso público, não deu possibilidade a qualquer interessado de concorrer à compra, favorecendo objectivamente o diplomata e a Santa Casa.
Como escreveu o Prof. João Caupers, a ''concorrência é mesmo especialmente aplicável aos contratos públicos, como determina o nº 4 do artigo 1º do Código de Contratos Públicos''.
''À contratação pública são especialmente aplicáveis os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência.''
Ou seja, teria de ter havido resolução do Conselho de Ministros para autorizar a venda sem concurso público.
E não houve.
Aqui não houve possibilidade de concorrência.
Face às críticas de Armindo Silveira, brandiu um parecer inexistente da DGPC, a cacique, faltando à verdade.
Entretanto, segundo a acta de 21-1-2020, ficámos a saber que o diplomata desistiu da compra do palacete, mas adquiriu o barracão, que os caciques agora querem reaver.
Esta triste história merece uma crítica política e as críticas justas do Armindo Silveira , só pecam por brandas. Mas também merece um desenlace judicial
E demonstra que o caciquismo, é como descrevem os manuais, um sistema de troca de favores, onde a transparência e a igualdade, regras impostas pela Lei, andam muitas vezes ausentes.
ma
(1) Doado ao Patronato e vai parar à Santa Casa com a integração do Patronato nela.
O deputado abrantino António Correia interpela Álvaro de Castro ,
Era 18-1-1924
Não estava lá o Ferro Rodrigues para proibir o deputado direitista de protestar.
António Correia, republicano histórico, dos que andou com armas na mão, era um homem às Direitas e das Direitas.
Porque havia uma Direita Republicana, ou várias, Ramiro Guedes também era um Republicano das Direitas.
Nem todos tinham de ser da Formiga Branca.
Ou do clube de fanáticos do Afonso Costa...
Às Direitas também terminou José Relvas, espero que não venham explicar-me, algum esquerdista ou fascista, que esta gente era analfabeta.
Teremos de apurar qual foi imóvel sonegado à Santa Casa ...
mn
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
abrantes
abrantes (links antigos)