Trata-se duma intervenção pimba e desastrosa, capaz de dificultar a leitura do templo e dos magníficos túmulos dos Almeidas
foto caciquista
``Ò Quica que merda é aquela?
Diz o António: aquela merda é uma torre que um arquitecto careca queria construir no Convento de S.Domingos.
Diz a Margarida: o gajo recebeu quase um milhão de euros para parir esse aborto.
A Quica: Quem lhos deu?
Diz o António: o Nelson Carvalho
A Quica: assim se fodem as finanças municipais.
Diz o Professor: os meninos são muito mal educados, essa linguagem é pouco inclusiva. Devem falar como manda a Professora Celeste
A Quica: aquela que diz não podemos dizer ciganos?
Ò larilas-diz o Professor.
Imagem profética dum livro, pago pelos caciques, duma tal Ana Duarte, que explica, no texto, que Santa Maria do Castelo foi construída pela família Almeida, quando já estava construída duzentos anos antes e é a gaja museóloga.....
''Ana Duarte, Francisca, Maria e António visitam Santa Maria do Castelo, Guia Didáctico para Pais, Educadores e Alunos, CMA, 2009''
Temos de aprender alguma coisa com a Ana Duarte?
Finalmente a Igreja já existia em 1215, podendo remontar a Afonso Henriques.
ma
Junta da Paróquia de S.Vicente dirige-se a D.Carlos, protestando contra as condições degradantes em que se encontrava Santa Maria do Castelo.
Os da Junta para valorizar o templo, proclamam, altivos, que D.Francisco de Almeida está lá enterrado. Era um lapso ou um golpe publicitário.
Era Presidente da Junta da Paróquia o P. Dr. Manuel Martins, Prior de S.Vicente, Advogado e político do Partido Progressista.
No templo, transformado em estábulo, estava afixada uma foto do adversário do Martins....o regenerador Avellar Machado.
Era 1897.
É uma das primeiras manifestações em prol da defesa do Património em Abrantes. O Padre Martins enfrentou-se, de novo em defesa do Património, contra o Dr.António Bairrão, o Presidente da Câmara que demoliu o Convento da Graça, no início do século XX. E naturalmente contra Avellar Machado, o político que patrocinou o crime.
Já agora devemos justiçar a estátua do Avellar?
mn
Nesta notícia da RTP, a que os caciques deram grande destaque, dizem-se enormidades sobre Santa Maria do Castelo.
Diz-e que a Igreja foi construída por Diogo Fernandes de Almeida, no século XV.
Diz-se que os azulejos hispano-árabes são do século XVII,. quando são do século XVI como os da Sé Velha de Coimbra e alguns existentes na Ermida de S.Lourenço.
Afirma-se que vieram do Palácio do Governador e de Igrejas do Concelho já desaparecidas.
Este palácio era do século XIX!
As técnicas referidas, dizem seguindo a opinião consensual da comunidade académica:, '' Os azulejos da capela-mor, idênticos aos da Sé de Coimbra, foram certamente também encomendados a Sevilha por D. Jorge de Almeida'' (Gordalina/Mendonça,1990/95)
Ver a bibliografia internacional
Depois aparece esta senhora, que tem certas parecenças, com a Srª Drª Filomena Gaspar, dizendo que foi uma grande surpresa encontrar os frescos, por trás dos azulejos do Dom Jorge.
Os frescos são referidos já na primeira monografia de Santa Maria, publicada em 1876 por Francisco Alves Coutinho, no boletim da Associação de Arqueólogos.
ver aqui
E depois disso foram inúmeras vezes referidosEm 1960 a tutela já se propunha restaurá-los.
Francamente é lamentável que sucedam coisas destas.
Vai haver uma intervenção em Santa Maria do Castelo, a jóia do património abrantino.
A Igreja está fechada.
O templo está afecto à Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) mas quem faz a intervenção é a CMA.
Se houvesse transparência o programa da intervenção seria público, e teria havido uma discussão pública sobre ele.
Mas parece que é secreto.
Assim sendo resta pedir à Tubucci- Associação de Defesa do Património que peça os elementos, os contratos, os pareceres da tutela, antes que alguma coisa de irremediável aconteça.
A Igreja de Santa Maria do Castelo vai entrar em obras de adaptação para Instalação da Museografia e Arquitetura Expositiva do Panteão dos Almeida.
No decorrer dos trabalhos o monumento estará encerrado ao público.
Solicitamos a melhor compreensão por eventuais incómodos e prometemos ser breves.
ma
Carta pedindo a nomeação para o benefício vago em Santa Maria do Castelo, que era da apresentação do Marquês de Abrantes.
Devida vénia Arquivo Municipal de Sintra.
mn
Quando é que começou a preocupação do Estado por salvar Santa Maria do Castelo?
Por volta de 1870 e tal foi pedido um parecer à Real Associação dos Arquitectos Civis e Arqueólogos Portugueses, para salvar a jóia da coroa do património abrantino.
O assunto foi discutido na sessão de 11 de Setembro de 1876 e pouco depois o Boletim dessa casa publicava este estudo, da autoria de Francisco Alves Coutinho, que se transcreve, e que afirma que a Igreja era depósito de tralha velha da tropa e que às vezes era um palheiro.
O estudo é útil e não o vi citado em publicações recentes....
O estudo é importante, porque nos coloca à disposição uma leitura epigráfica dos túmulos (não há nenhuma publicação recente que a tenha), e adverte do estado de conservação da Igreja e realça já a existência dos frescos
Tanto alarido para uma coisa já destacada em 1876!
Foi graças aos esforços da Associação, com sede no Mosteiro do Carmo (em cujo Museu já havia, nesta época, coisas de Abrantes), que se conseguiu salvar S.Maria e foi Ramalho Ortigão que propôs, em finais do século XIX, a classificação do templo como monumento nacional.
Carlos Batata & Filomena Gaspar,
A citação refere-se a uma prospecção em Pampilhosa da Serra.
Hoje a propaganda municipal enche os media com as ''extraordinárias descobertas'' feitas no Castelo de Abrantes pela equipa do MIAA, que para mim cientificamente deixa bastante a desejar.
Escapelizando a coisa verifica-se que descobriram que havia frescos em Santa Maria do Castelo (não foram eles, foi a equipa de restauro do ''Painel da História''), coisa que já se sabia desde Diogo Oleiro, nos anos 50.
Aqui está a carta referindo isso, aqui já publicada
Temos portanto que os frescos, já estavam descobertos desde pelo menos 1960. Há ainda a torre de taipa, islâmica alegadamente,
As escavações de 2014 deram este bonito resultado, onde vemos a Isilda e o Gaspar mirando estupefactos o buraco. (foto CMA)
Diz na notícia a Filomena '' Este é o local mais interior do país com uma torre deste género, feita com barro, material muito perecível, e existem muito poucas em Portugal''
Ora a Filomena não se lembra da geografia das torres mouras em Portugal, apesar do avô dela lhe ter mostrado uma pegada de Nossa Senhora na Pampilhosa.
Os mouros conquistaram quase toda a Península desde 711 e há vestígios arqueólogicos deles em todos os locais e bem no interior da Península e até em França para as bandas de Perpignan.
Saragoça, Pamplona ou mesmo Zamora eram importantes cidades islâmicas e estão muito mais ao Norte que Abrantes.
E só por exemplicar uma torre de taipa moura, cita-se a da Ucanha
Foto de João Sousa, com a devida vénia, retirada da Wikopédia, que está a poucos quilómetros de Lamego
Afonso Henriques fez doação, em 1163, à viúva de Egas Moniz da terra da Ucanha e o Prof. João Silva e Sousa, da UNL explica aqui que a torre da Ucanha foi construída pelo menos pelos árabes : '' Note-se a ponte de Ucanha, com sua torre, construída sobre fundações mouras (Ilustração 11).
O facto duma construção ser em taipa não demonstra de per si que seja ''moura'', o Autor citado diz: ''No entanto, a taipa não tem origens islâmicas, nem a sua utilização na Península Ibérica se fez apenas no período muçulmano; a utilização da taipa já se evidencia ao tempo da ocupação romana, mas a civilização islâmica em Portugal incrementou e foi influente na utilização da taipa e do adobe, de que os Berberes foram transmissores''.
Helena Catarino assinala outras escavações em fortificações de origem islâmica muito ''mais para o interior do país'', veja-se o castelo de Juromenha.
E a Abrantes islâmica dependia, antes da reconquista, tudo o indica, do reino taifa de Badajoz, que está muito mais para o interior da Península.
Só para finalizar, o Vereador Luís Dias diz que haveria um templo dedicado a Mercúrio.
Provavelmente havia um templo mas porque é seria dedicado a Mercúrio???
Qual a evidência arqueológica que o demonstra?
Extracto dum estudo de José da Encarnação & Candeias Silva, publicado no Ficheiro Epigráfico que pode ser lido aqui
A ara encontrava-se em Santa Maria do Castelo, como bem dizem os autores e já não se encontra lá e os técnicos municipais não sabem bem onde está.
Finalmente a cacique diz à Lusa, que o encontrado serve para reforçar a ideia da autarquia de construir o projecto MIAA '' num investimento global na ordem dos 14 milhões de euros e é uma intervenção que não se pode fazer toda de uma só vez" e ainda afirma que o MIAA será '' implementado em diversos locais da cidade.''
Em 18 de Outubro de 2014 disse ao DN que eram só 5 milhões.Também disse que ia celebrar um comodato com a Fundação Estrada. O dito não foi celebrado, nem será celebrado tão depressa.
E sem colecção para meter no MIAA, triplica o orçamento no escasso prazo de 9 meses!!!!
mn
ainda hoje: como não haverá provavelmente mini-hídrica no açude!!!!
foto: José Custódio Vieira da Silva
Túmulo de Diogo Fernandes de Almeida:
''Neste moimento ias o muito nobre varam e em estremo cavaleiro dom fernandes dalmeida criado e veedor que foi da fazenda e do concelho dos reis dom dvarte e del rei dom afonso v sev filho foi mvi leal cirvidor aos ditos senhores mui vertuoso devoto catolico discreto e de mui virtuosa conversasão entre os homes e seus fectis foram tais que satisfes sempre mui bem a quem devia a sva nobresa com a cavalaria ele edificou esta igreia de nosa senhora por sua devacam e ornamentov e finovse em mui bõ estado om todos os avtos e sacramentos que era obrigado no mes de ianeiro aos 5 dias dele da era de noso senhor iesv christo 1450 annos e foi filho de fernam alvares dalmeida que foi aio do dito senhor rei dom duarte e dos infantes dom pedro e dom amriqve e seus irmaos"''
(texto da lápide) retirada da fonte referida, bem como a foto
O Projecto Imago, desenvolvido pelo Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UNL, é uma base de dados da iconografia medieval portuguesa.
Pode consultar aqui os dados referentes aos túmulos de Santa Maria do Castelo.
Naturalmente agradece-se ao IEM/UNL este serviço à nossa cultura e ao património.
mn
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