Temos poucos estudos sobre a roupa que vestiam os nobres no século XV e ainda menos sobre as despesas sumptuárias em relação ao vestuário dos Condes de Abrantes.
Entre outras missões que obrigaram Lopo de Almeida a andar bem-vestido , D.Afonso V mandou-o numa missão diplomática a Itália, para acompanhar a irmã, D.Leonor, que se ia casar com o Imperador.
Este magnífico estudo da dr.Joana Sequeira dá-nos alguns dados sobre a seda italiana que comprou Lopo.
Isto é para ler com calma.
Não me recordo que o Doutor Candeias nos tivesse elucidado sobre as despesas em moda italiana do perfeito cortesão que foi Lopo.
A drª Joana Sequeira estava a fazer o doutoramento estudando os arquivos da Casa italiana Salviatti-Cole e as suas exportações para Portugal, onde o Rei D.Afonso era dos melhores clientes.
Mas dos principais clientes só 10 são nobres, quem compra mais são os grandes financeiros e mercadores judeus.
Ao Rei e aos judeus os italianos vendem a crédito, ao Lopo e aos nobres, alguns da Casa Real, os italianos exigem o pagamento a pronto.
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''15 - ALORNA, Marquês de. - 1 Carta autógrafa (8p.; 22cm.) Nesta extensa carta dirigida ao Intendente da Polícia Diogo Inácio de Pina Manique, o Marquês agradece ao Intendente e a Martinho de Mello a ajuda que lhe deram enviando durante algum tempo o especialista piemontês Mateus Biffignandi para tentar recuperar uma fabrica de seda que Alorna tinha provavelmente na sua Quinta de Vale de Nabais em Almeirim e que havia alugado a um Capitão Mor de Avis que descurou os cuidados a ter com o sirgo. “… Fico também obrigadíssimo a V. Srª. E ao Sr. Martinho de Mello, pelo socorro que me derão para a restauração d’esta fabrica de seda, que se achava em grande decadência, pelo descuido e falta 7 de exacção do Capitão Mor de Avis, que acaba de ser rendeiro d’esta fazenda. Este homem me deixou sem a semente dos bixos [ovos do bicho da seda] que lhe entreguei, e havendo negligencia em outra pessoa, que se encarregou de a mandar vir de Trás-os-Montes[quase de certeza da criação de José Maria Arnaud que viera com Biffignandi para Portugal por ordem de Pombal para desenvolver a fiação de sedas no país e que se instalara naquela região] já o anno passado não houve aqui essa criação. … A semente que trouxe Matheus Biffignandi, já vinha principiada a avivar: He de crer, que assim estivesse a d’Abrantes [onde houve também uma desenvovida sericicultura provavelmente ligada ao Marquês de Alorna] por ser impossível o seu transporte e n’este termos, a porção que V. Exª me mandou junta com alguma mais que pude colher por outras partes, apenas poderá servir, para chegarmos a ter na Primavera que vem seis atthe oito arráteis que é a quantidade necessaria correspondente ás nossas amoreiras.” Refere em seguida uma tentadora proposta de sociedade que o italiano lhe havia feito, e que Alorna sabiamente modificou: “…Elle me propôs tomar a si as amoreiras, e as mais coisas pertencentes á fabrica, com a condição de me dar duas terças partes dos lucros, entrando eu com elle de meias nas despezas: Não quis eu estar por este ajuste, por ser para nós demaziadamente vantajozo, e pareceu-me isso sinal certo de se poder desvanecer em poco tempo: Receei que o ditto Matheus não tirando deste contracto as conveniências que esperava, viesse eu e muitas outras pessoas d’este Reino, a perdermos o fructo, que poderíamos tirar das luzes d’este homem:” Assinada e datada de 30 de Março de 1787.Trata-se do 2º Marquês ( D. João de Almeida Portugal), Oficial Mór da Casa Real, Embaixador em França e casado com D. Leonor de Távora. Por causa deste parentesco esteve preso 18 anos (na Torre de Belém e no Forte da Junqueira) ás ordens do Marquês de Pombal. Era pai da famosa Marquesa de Alorna (Alcipe).''
A expo estava muito fraquinha. Faltavam lá naturalmente peças como esta
Carta que esteve à venda na Livraria Luís Burnay e que devia ter sido adquirida pelo Arquivo.
Trascrição e imagem daquela casa, uma das melhores livarias alfarrabistas do país.
mn
Alegadamente o ex-presidente do IPT e político da extrema-direita José Bayolo Pacheco do Amorim ofereceu a sua biblioteca ao IPT diz o Templário '': (...) Ofereceu todo o seu acervo bibliográfico e de seu pai à biblioteca do IPT, havendo uma sala especial dedicada a esse espólio. Também o principal auditório do IPT tem o seu nome. ''
Templário
Acontece que a 3 e 4 de Julho de 2013 parte da biblioteca do Amorim foi vendida em Lisboa em leilão pela Livraria Luís Burnay.
Acontece que alguma coisa dessa biblioteca tinha interesse abrantino e tomarense e não se percebe como não está..... no IPT.
Passo para o caso abrantino e já agora de Constância a transcrever 2 peças:
(...)22. ALORNA, Marquês de. - 1 Carta autógrafa (8p.; 22cm.)
Nesta extensa carta dirigida ao Intendente da Polícia Diogo Inácio de Pina Manique, o Marquês agradece ao Intendente e a Martinho de Mello a ajuda que lhe deram enviando durante algum tempo o especialista piemontês Mateus Biffignandi para tentar recuperar uma fabrica de seda que Alorna tinha provavelmente na sua Quinta de Vale de Nabais em Almeirim e que havia alugado a um Capitão Mor de Avis que descurou os cuidados a ter com o sirgo. “…
Fico também obrigadíssimo a V. Srª. E ao Sr. Martinho de Mello, pelo socorro que me derão para a restauração d’esta fabrica de seda, que se achava em grande decadência, pelo descuido e falta de exacção do Capitão Mor de Avis, que acaba de ser rendeiro d’esta fazenda. Este homem me deixou sem a semente dos bixos [ovos do bicho da seda] que lhe entreguei, e havendo negligencia em outra pessoa, que se encarregou de a mandar vir de Trás-os-Montes[quase de certeza da criação de José Maria Arnaud que viera com Biffignandi para Portugal por ordem de Pombal para desenvolver a fiação de sedas no país e que se instalara naquela região] já o anno passado não houve aqui essa criação. … A semente que trouxe Matheus Biffignandi, já vinha principiada a avivar: He de crer,que assim estivesse a d’Abrantes [onde houve também uma desenvovida sericicultura provavelmente ligada ao Marquês de Alorna] por ser impossível o seu transporte e n’este termos, a porção que V. Exª me mandou junta com alguma mais que pude colher
por outras partes, apenas poderá servir, para chegarmos a ter na Primavera que vem seis atthe oito arráteis que é a quantidade necessaria correspondente ás nossas amoreiras.” Refere em seguida uma tentadora proposta de sociedade que o italiano lhe havia feito, e que Alorna sabiamente modificou: “…Elle me propôs tomar a si as amoreiras, e as mais coisas pertencentes á fabrica, com a condição de me dar duas terças partes dos lucros, entrando eu com elle de meias nas despezas: Não quis eu estar por este ajuste, por ser para nós demaziadamente vantajozo, e pareceu-me isso sinal certo de se poder desvanecer em poco tempo: Receei que o ditto Matheus não tirando deste contracto as conveniências que esperava, viesse eu e muitas outras pessoas d’este Reino, a perdermos o fructo, que poderíamos tirar das luzes d’este homem:”
Assinada e datada de 30 de Março de 1787.Trata-se do 2º Marquês ( D. João de Almeida Portugal), Oficial Mór da Casa Real, Embaixador em França e casado com D. Leonor de Távora. Por causa deste parentesco esteve preso 18 anos (na Torre de Belém e no Forte da Junqueira) ás ordens do Marquês de Pombal. Era pai da famosa Marquesa de
Alorna (Alcipe)
107. CAMPAS. José.- 2 Cartas autógrafas
Cartas dirigidas ao Dr. Jorge de Faria. Na primeira o pintor envia uma fotografia de um dos seus quadros: “… Juntamente com esta carta envio a V. Exª uma “ pochette” na qual remetto a “photo” do meu quadro:“Na Praia (Ericeira), que figura na Exposição da “ Sociedade N. de Belas-Artes”, cujo “ vernissage” está marcada ainda para esta semana.” Na segunda, depois de “abraçar” o Dr. Jorge de Faria por um banquete de omenagem que a este tinham feito, diz: “…Tenho aqui (n’esta sua casa) as brochuras sobre theatro que prometi oferecer a Vª Exª, e assim muito me
penhorará, marcando-me dia e hora( a que mais lhe convier) para receber a sua honrosa visita, e gostosamente mostrar-lhe algumas das minhas obras e modesta biblioteca.”
Assinadas e datadas de Lisboa 13. IV. 1936 e 10 . VII. 1939. Em papel timbrado do artista. Juntam-se os respectivos envelopes e um cartão de visita'
in catálogo livraria Luis Burnay
José Campas viveu em Constância e foi professor da EICA.
Também anoto que será muito difícil fazer o estudo da indústria da seda no século XVIII em Abrantes, depois deste espólio ter sido disperso.
Enquanto investimos em cultura à razão de 2000 €/oliveira, vão-se vendendo nos alfarrabistas e noutros sítios os documentos e peças referentes à História da Cidade.
Proponho já nova medalha pró IPT e outra pró Pacheco (póstuma).
MN
História
grândola- escavação Igreja São Pedro
montalvo e as ciência do nosso tempo
Instituto de História Social (Holanda)
associação de defesa do património santarém
Fontes de História Militar e Diplomática
Dicionário do Império Português
Fontes de História politica portuguesa
história Religiosa de Portugal
histórias de Portugal em Marrocos
centro de estudos históricos unl
Ilhas
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