No dia 19 de Julho de 1929 cumpria Solano de Abreu 71 anos.
De forma que ofereceu aos seus amigos um lauto banquete na Vila Maria Amélia.
Segue a ementa
Agradece-se a divulgação da ementa ao caro amigo dr.João Nuno Alçada, neto de Mestre Diogo Oleiro, num site abrantinófilo no face.
Espero que não ralhem com Solano por não ter metido vinhos abrantinos ou doces regionais no banquete.
Como se nota é uma ementa tipicamente abrantina, chez Solano
Finalmente a Escola Solano de Abreu devia proporcionar uma jantarada destas ao corpo docente e discente.
mn
Era famosa a vacaria do Solano de Abreu, autor dum livro sobre fabricação de manteiga. Conta a lenda que uma campónia dizia que a vacaria era mais confortável que o seu tugúrio. ''Quem me dera ser vaca...''
No postal, Solano conta que comprou mais três vacas, para aumentar aquilo que os tecnocratas agrícolas de hoje chamam o ''efectivo pecuário''.
Era 1906
Em 1907 será Presidente da autarquia, eleito numa coligação entre progressistas (o seu partido de sempre, da esquerda dinástica, de que o pai fora '' influente'') e o PRP.
Poria fim a décadas de hegemonia caciquista regeneradora, com nomes como o Visconde da Abrançalha e o dr. António Bairrão.
mn
Quem é que se lembrava de acusar Solano de Abreu de ser um pornógrafo?
Lembrou-se o jornal do Justo da Paixão, o ''Baluarte''
1929
Não sei quem assinou a local.
Solano era o ''Provedor da Santa Casa'' e confesso amante do belo sexo e ainda autor dalguma novela que escandalizou pacatamente os abrantinos.
Era um libertino?
Tinha sido um ''homem de bons costumes ''ou seja um maçon, como o chefe da seita democrática, o António Maria da Silva.
Mas era monárquico liberal e rico e de esquerdas e os outros eram uma turba de pés-descalços e arrivistas. Uns piolhos ressuscitados.
Para a esquerda abrantina escrevia Solano contos '' imorais e pornográficos, como os da freira deixando escapulir gases''.....
Visava a crítica ''O Romance duma Tricana'' que andava a sair em folhetim, num jornal local e que sairia em volume nos finais de 1929.
Nele um estudante coimbrão traz a amásia, uma tricana a um baile da ''Assembleia'', coisa que escandalizou a praça.
A revista que lia o Comendador Solano era esta:
Uma coisa excelente. Que leria o Justo da Paixão e o bufo editor do Baluarte?
ma
A meias com polícias, bombeiros, amanuenses, o estudante Solano ganha em 24 de Junho de 1881 aquela que deve ser a sua primeira condecoração.
A medalha era recompensa pelos serviços prestados, pelos referidos na lista, no combate a um incêndio, em Coimbra, em 20 de Maio de 1881.
Como consequência deste fogo, começam a formar-se na Lusa Atenas, os ''Bombeiros Voluntários Académicos'', a que segundo o ''Bombeiro Portuguêz'' de 1 de Junho de 1881,andou associado outro estudante abrantino e depois médico famoso, Zeferino Falcão.
ma
recorte do Diário Ilustrado de 24 de Junho de 1881
A Alternativa.com publicou estas fotos da casa onde nasceu Solano de Abreu na Rua Grande, denunciando o estado de abandono e a passividade do município
Acho que era a casa de Brás Consolado, rico proprietário e negociante miguelista que era o avô de Solano. Foi depois um bom liberal.
O Brás era o avô materno do Solano.
O V.Armindo Silveira anotou que chamara a atenção para esta vergonha, em plena Ferraria.
Os da autarquia disseram que não podiam fazer niente porque era propriedade particular.
Entretanto intimam um proprietário das Sentieiras a fazer obras sob pena de sanções. Se aí a lei vigora, porque não vigora no centro da cidade?
O caso é igual na capela de Santo Amaro. Os do Outeiro das Mós depois da demolição da capela vão gozar duma licença para o espaço ser usado para acesso a uma garagem.
Começa a perguntar-se que estranhos compadrios parecem existir com interesses imobiliários dúbios.
ma
Dizia-me a Senhora D.Maria Luísa de Albuquerque Moura Neves, a viúva do dr.Armando, não havia homem mais simpático e cortês que Solano.
Sempre dandy, de flor na botoeira.
Mas também não havia cavalheiro mais descarado, todos tinham amante com casa posta, mas eram discretos.
Solano não, atrevia-se a entrar de dia em casa da amante .
Era um descarado.
Numa terra de hipócritas e fariseus, foi sempre Solano o açoite das convenções.
ma
Teresa Aparício acusa o cónego-burlão e a comissão fabriqueira de S.Vicente de terem vandalizado o jardim de Solano de Abreu. No último JA.
As obras foram ilegais, com a conivência da Câmara socialista da cacique e a solidariedade da sociedade civil, como os Rotários que cobriram um vândalo corrrupto de medalhas.
As obras foram denunciadas pela Tubucci e por este blogue.
ma
Já ouvi sustentar (foi o Gaspar) que Francisco Eduardo tinha simpatias republicanas, ora o que Solano orgulhosamente fazia constar a Portugal, era que era filantropo com medalha de prata dada por Sua Majestade Fidelíssima,
e em nome do Rei de Portugal Administrador do Concelho
1885 Diário do Governo
Esqueceu-se de acrescentar e em nome do Partido Progressista
mn
A Ordem Terceira da Vila de Abrantes já funcionava antes de 1571, no Convento de S.António, na Abrançalha. No sec XVII funcionava no Convento da Esperança.
Mas o facto das freiras e noviças serem umas bisbilhoteiras e nalguns casos pior que isso ( Rodrigo de Bivar apanhou um processo inquisitorial por ser freirático ou seja ''engatatão'' de freiras), levou os Irmãos a decidirem abandonar a Esperança, para se verem livre das religiosas.
Frei Francisco de Santiago, Crónica da Província da Soledade, Lisboa, 1762
O bom do frade cronista não anotou se as noviças continuaram a ser umas puras donzelas, como eram as Meninas de Odivelas.
Odivelas era o Convento da bela Madre Paula, favorita do Magnânimo.
Por causa das freiras passou a Ordem Terceira para o Convento de S.António, onde está o edifício Pirâmide. Em 1717 iniciaram obras para aí fazerem nova Igreja, que ficou pronta em 1721.
Não sabemos se mandaram afixar um aviso proibindo a entrada às freiras da Esperança, por causa do recato e das moscas.
O processo do médico Bivar por cortejar freiras, discriminará se engatava as das Esperança, ou as da Graça. Ou a todas.
No inícios do século XX.....Solano de Abreu mantinha um harém de coristas no Convento da Esperança, então Teatro Taborda
.O Convento continuava a ser um depósito de puras donzelas, para recreio dos abrantinos.
Nos intervalos escrevia coisas destas, que os seminaristas não consideram literatura abrantina, devido a terem saído da pena dum libertino.
Um dia deu um jantar a uns amigos, velhos conhecidos da boémia coimbrã.
Entre eles um Bispo.
No final da jantarada, animado pelo champanhe, disse à mulher do feitor: -Ò Maria, mostra a c....a Sua Excelência Reverendíssima.
Obediente e fiel, como eram as serviçais de antanho, a Maria iluminou o Bispo.
Terá ganho o Céu?
mn
créditos: Frei Francisco de Santiago
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