Não se tem publicado nada sobre o teatro abrantino no dezanove. JM.Batista conta uma cena de 1844, no Teatro, que depois se chamaria Taborda, estavam os actores no palco e o público a ver a peça, quando chegou notícia duma revolução em Torres Novas.
O público abandonou em pânico o teatro e recusou-se a ver mais peças, deixando a companhia à míngua. Só não morreram à fome, porque a hospitalidade dos abrantinos lhes tirou a barriga de misérias.
Entretanto os revolucionários marcharam sobre Castelo Branco, ignorando a praça de Abrantes.
JM.Batista, Jornal do Centro Promotor das Classes Laboriosas, 1853
O articulista refere-se à revolta de Torres Novas contra Costa Cabral e o público andava avisado, porque os insurrectos marchando de lá, aboletaram-se bem perto em Tomar, antes de demandar a capital da Beira Baixa.
Cá no burgo residia ampla colónia de refugiados espanhóis, conhecidos por radicais, e havia o temor que se juntassem aos alçados.Costa Cabral dá ordens para prender os ''anarquistas'' e conduzi-los em coluna militar para o Forte de Peniche. (1) Mais pormenores no artigo citado, que tem relevante informação sobre a situação militar da vila.
mn
(1)Ver artigo de Luis Dória na Análise Social sobre a revolta e a estadia do Barão de Leiria, em Abrantes, ao comando de forças cabralistas, no link.
A Ordem Terceira da Vila de Abrantes já funcionava antes de 1571, no Convento de S.António, na Abrançalha. No sec XVII funcionava no Convento da Esperança.
Mas o facto das freiras e noviças serem umas bisbilhoteiras e nalguns casos pior que isso ( Rodrigo de Bivar apanhou um processo inquisitorial por ser freirático ou seja ''engatatão'' de freiras), levou os Irmãos a decidirem abandonar a Esperança, para se verem livre das religiosas.
Frei Francisco de Santiago, Crónica da Província da Soledade, Lisboa, 1762
O bom do frade cronista não anotou se as noviças continuaram a ser umas puras donzelas, como eram as Meninas de Odivelas.
Odivelas era o Convento da bela Madre Paula, favorita do Magnânimo.
Por causa das freiras passou a Ordem Terceira para o Convento de S.António, onde está o edifício Pirâmide. Em 1717 iniciaram obras para aí fazerem nova Igreja, que ficou pronta em 1721.
Não sabemos se mandaram afixar um aviso proibindo a entrada às freiras da Esperança, por causa do recato e das moscas.
O processo do médico Bivar por cortejar freiras, discriminará se engatava as das Esperança, ou as da Graça. Ou a todas.
No inícios do século XX.....Solano de Abreu mantinha um harém de coristas no Convento da Esperança, então Teatro Taborda
.O Convento continuava a ser um depósito de puras donzelas, para recreio dos abrantinos.
Nos intervalos escrevia coisas destas, que os seminaristas não consideram literatura abrantina, devido a terem saído da pena dum libertino.
Um dia deu um jantar a uns amigos, velhos conhecidos da boémia coimbrã.
Entre eles um Bispo.
No final da jantarada, animado pelo champanhe, disse à mulher do feitor: -Ò Maria, mostra a c....a Sua Excelência Reverendíssima.
Obediente e fiel, como eram as serviçais de antanho, a Maria iluminou o Bispo.
Terá ganho o Céu?
mn
créditos: Frei Francisco de Santiago
Como destruiram o Teatro Taborda e a Isilda ficou calada
Gazeta do Tejo, 2001
A utilização dos Teatros abrantinos com fins religiosos e políticos é velha.
Em 1913 a fita educativa era o enterro dos frustrados chefes do 5 de Outubro, o suicida Cândido e o psiquiatra Bombarda abatido por um maluco na véspera da intentona
ma
Em 9-7-1911,o Jornal de Abrantes sob a assinatura de J.A escrevia '' espera-se a tournée dos artistas do Ginásio de Lisboa, a fim de dar três espectáculos no ''Theatro'', nos dias 24/25/ e 26 de Julho....representar-se-ão as magníficas e engraçadas peças ''O Olho da Providência'', ''Scherlock'' e ''Rato Azul e o Dr.Zebedeu''.
a 30 do mesmo mês apontava-se que tinham agradado imenso as ditas peças e os actores ''que o público premiou com repetidos aplausos foram: Telmo, Augusto Machado, Alegrim (sic) e Augusta Cardoso''
Fomos à procura duma foto de corpo inteiro da D.Augusta Cardoso, então primeira actriz do Teatro Nacional Almeida Garrett (a República saneara o nome de D.Maria II do teatro).
É naturalmente possível encontrar essa foto mas a pesquisa terá de ser mais demorada.....
Mas encontrámos um desenho de como seria a actriz uns dez anos antes
Confidenciou em 1911 a Diogo Oleiro, Solano de Abreu que a peça se chamava assim porque o seu olho clínico tinha visto uma actriz muito...
quase tão prometedora como, bem .....
Não escrevo mais, senão a Suzy chama-me TS......
Que vá chamar isso ao Cavalieri......
M.Abrantes
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