Era 1972, o ditador Marcello Caetano queria renovar a estrutura da União Nacional, o partido único do fascismo. O émulo português do NDASP alemão
Spieguel
do Partido Fascista Italiano
do Movimiento espanhol
a Época era o jornal oficial do fascismo, antes chamara-se Diário da Manhã, e nele era um vulto importante o Zé Manuel Ruivo da Silva Pintasilgo.....embora o director Barradas de Oliveira tivesse também costela abrantina
é uma fonte secundária para esta operação de apresentar o negro espectro fascista sob uma cara civilizada, para esconder a repressão, o Tarrafal (reaberto por Adriano Moreira), a censura, os bufos, a chapelada eleitoral, o delator na mesa do café da esquina......
Qual era a estrutura do partido único em Abrantes, quais as suas ligações à Legião e à Pide-DGS, qual a sua implicação com as autoridades militares, policiais, religiosas, militarizadas e patronais?
Quem eram os patrões da ANP????
Quem era o chefe?
Todos sabemos que era o sr. dr. Lizardo Chambel, bont-vivant, veterinário municipal, bom homem mas fascista e sabemos como chegou lá.
Era sobrinho do influente ministro da justiça dos anos 30 e 40, natural da Bemposta, Prof Manuel Rodrigues....
(foto ANTTT)
DR. ARMINDO MONTEIRO; CORONEL LOPES MATEUS; DR. ALBINO DOS REIS; TENENTE-CORONEL HENRIQUE LINHARES DE LIMA; DR. ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR; DR. MANUEL RODRIGUES; DR. JOAQUIM NUNES MEXIA; DR. CARNEIRO PACHECO; ENGENHEIRO FRANCISCO NOBRE GUEDES.
A sua influência era muita, e esta foto espelha-o. Mas sairia do Governo em conflito com o Botas...
Em Portugal o poder transmite-se muitas vezes por ligação familiar. Seja no regime que seja. Os donos do Portugal político são uma casta. Os cargos passam de pais a filhos, de tio a sobrinho.
Na cúpula da UN havia maçons como Albino dos Reis (que já fora deputado antes de 1910) caciques latifundiários de Mora como Nunes Mexia (um familiar dele foi presidente da terra pelo PCP depois do 25 de Abril), etc....
volto a Abrantes
a aí está a cúpula do partido único- a ANP que mudara de nome como a PIDE, mas que continuava igual a si própria, como se viu na fraude eleitoral montada pela dita estrutura nas eleições legislativas de 1973 ....
quem eram os seus dirigentes?????
a Época explica-nos:
mas é uma pena que a crónica abrantina não seja assinada pelo jornalista da Época Zé Manel Pintasilgo
que era abrantino, bom copo, irmão da 'Santa Lurdes`'', como ele me dizia, irónico, na noite lisboeta e que me deu uma vez estes recortes e mais coisas....
pelas suas relações familiares próximas (era primo-direito e muito lá de casa) do Delfim do dr. Chambel era o homem melhor informado....para escrever esta notícia.....
mas temos de nos contentar (por enquanto só estou com as fontes secundárias, a imprensa) com o que temos.....
o vice-presidente da ANP abrantina era o Sr. Dr. Eduardo Ruivo da Silva, primo direito da Procuradora à Câmara Corporativa Lurdes Pintasilgo e genro do próspero construtor civil Apolinário Marçal, em cuja empresa trabalhava. Os outros nomes da CC da ANP abrantina estão no texto.
Em 1974, Lizardo Chambel estava de abalada e a ANP debatia-se entre recorrer à sucessão caseira ou receber reforços vindos de fora.
A guerra entre a brigada do reumático e uma ave de arribação, que chegava a passos atléticos de professor de ginástica, foi detida a 25 de Abril de 1974....
Há certamente um trabalho a fazer de investigação sobre fontes primárias, em Abrantes nos arquivos pessoais do dr. Lizardo Chambel, do dr. Eduardo Ruivo da Silva e no AHA. Em Lisboa em certos arquivos que por enquanto não revelo.
E há nomes surpreendentes na executiva da ANP: Manuel Dias......cujas circustâncias penso averiguar.
E há consta, não vou afirmar, que houve gente da ANP ou com passado ligado à ditadura na fundação do PS de Abrantes, enquanto no PSD as coisas foram mais rigorosas na selecção porque Costa e Simas vetou a entrada a ''fascistas'' embora algum tenha entrado pela porta do cavalo.
É coisa a investigar. Se não houver partes de arquivos queimados, porque o António Bandos me contou que queimou ''coisas chatas''.
Volto a Santarém. O Marcello Caetano teve lá uma recepção apoteótica. Mais de mil pessoas.
Entre os entusiastas está um regente agrícola que ficaria célebre devido a uma história de vacas numa cheia e o amigo dele....
Adivinhem o nome.....
Resta dizer que na Barca sem uma prova documental o 3º historiador do ranking do Souto, o Gaspar
resolveu ligar haverá uns tempos largos, num artigo da Barca, o nome honrado do Prof. Duarte de Ataíde Castel-Branco e o do dr. João Castro e Sola Soares Mendes com a cúpula do fascismo abrantino, sem uma prova documental.
Prometi ao meu amigo Duarte Castel-Branco espetar na cara do historiador rural a lista da cúpula da ANP abrantina para pôr o Gaspar aos saltos.
Trabalho feito, Caro Arquitecto!!!!!
Quanto ao Gaspar que faça a lista dos legionários do Souto e da Aldeia Mato, no caso de não ter medo de ser espancado pelo Jota Pico na sua qualidade de regedor e de levar uma bengalada do Padre Rosa.....
Miguel Abrantes, hoje reviralhista
créditos: época 22-5-1972
foto do Gaspar: Diário da Manhã da CMA
foto DCB: antónio castel-branco
foto Apolinário Marçal: Jornal de Alferrarede
fontes orais: conversas pessoais com as pessoas citadas
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